Por Reinaldo Azevedo
Com alguma frequência, lê-se
na imprensa brasileira que as oposições não dão combate, que evitam o confronto
com o governo, que não enfrentam o petismo. Tem sido verdade. Mas o que dizer
dessa mesma imprensa?
A Caravana do Delírio de José
Dirceu, que percorre o país, estacionou nesta terça em Brasília. O chefão
petista vociferou à vontade contra a imprensa e o Judiciário. Estava presente
ao ato ninguém menos do que Maximilien Sánchez Averláiz, embaixador da
Venezuela no Brasil. É um escracho e um acinte. Escrevi
a respeito. O texto ficou como submanchete da VEJA.com durante parte da
noite desta terça e manhã desta quarta.
Por incrível que pareça, foi
o único veículo de comunicação que atentou para a gravidade do caso. O
embaixador de um país estrangeiro se metia numa questão interna, mais
precisamente num ato de protesto contra decisão tomada pela instância máxima do
Poder Judiciário. Quando menos, é o caso de a presidente Dilma Rousseff cobrar
explicações da Venezuela, por intermédio do Itamaraty. No limite, Avarláiz
deveria ser expulso do Brasil.
Os três partidos de oposição -
PSDB, Democratas e PPS - emitiram uma nota conjunta de repúdio à interferência de Avaláiz
em assuntos internos e anuncia que vai cobrar explicações de Antônio Patriota,
ministro das Relações Exteriores. Até agora, vergonhosamente, o Itamaraty está
mudo.
Faz sentido, né? Samuel
Pinheiro Guimarães, que foi secretário-geral das Relações Exteriores do
Itamaraty entre 2003 e 2009, estava lá. Ele ainda é a eminência pardo-vermelha
da política externa brasileira. É quem procurar dar alcance teórico aos delírios.
Segue íntegra da nota.
NOTA DE
REPÚDIO À INTERFERÊNCIA DO EMBAIXADOR DA VENEZUELA EM ASSUNTOS INTERNOS DO
BRASIL
O PSDB, PPS e
Democratas manifestam de forma conjunta seu protesto e indignação diante da
interferência indevida do embaixador da Venezuela, senhor Maximilien Sánchez
Averláiz, em assuntos internos do Brasil.
A presença do
embaixador venezuelano em ato organizado ontem pelo petista José Dirceu,
ex-ministro do governo Lula condenado por corrupção ativa e formação de
quadrilha, para tentar desqualificar o resultado final do julgamento do mensalão,
definido pelo Supremo Tribunal Federal, afronta a soberania do Brasil e
mereceria o repúdio imediato das autoridades brasileiras, a começar pelo Ministério
das Relações Exteriores.
Diante disso,
exigiremos, no âmbito do Congresso Nacional, explicações do chanceler
brasileiro, Antônio Patriota, sobre a omissão do governo da presidente Dilma
Rousseff diante de um episódio de tamanha gravidade.
Brasília, 06 de
fevereiro de 2012
Deputado Sérgio Guerra, presidente nacional do PSDB
Deputado Roberto Freire, presidente nacional do PPS
Senador José Agripino, presidente nacional do Democratas
Deputado Sérgio Guerra, presidente nacional do PSDB
Deputado Roberto Freire, presidente nacional do PPS
Senador José Agripino, presidente nacional do Democratas
Fonte: "Blog Reinaldo
Azevedo"
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