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sexta-feira, 2 de novembro de 2012

"Valério cita Lula em novo depoimento e pede inclusão no programa de proteção a testemunhas"


Condenado pelo Supremo Tribunal Federal como o operador do mensalão, o publicitário Marcos Valério enviou um fax ao STF solicitando sua inclusão no programa de proteção a testemunhas. Em troca, estaria disposto a abrir o jogo e ampliar ainda mais a rede de acusações no processo do mensalão, talvez até respingando no ex-presidente Lula e o ex-ministro Antonio Palocci. O pedido foi destinado ao gabinete do ministro Joaquim Barbosa e encaminhado para análise da Procuradoria Geral.
Valério alegou que se for incluído no programa poderá dar mais detalhes sobre as acusações. Dias antes de formalizar o pedido, o empresário havia prestado novo depoimento ao procurador-geral da República Roberto Gurgel por iniciativa própria. O depoimento é mantido sobre sigilo, mas, de acordo com investigadores, há menção a Lula, Palocci e a outras remessas de dinheiro que Valério teria enviado ao exterior, além daquelas avaliadas pelo STF. Valério também disse ter sido ameaçado de morte e falou sobre um assunto com o qual não parecia ter ligação, o assassinato do prefeito de Santo André, Celso Daniel, em 2002.
Visto pelos procuradores como um "jogador", Marcos Valério já havia tentado outras manobras anteriormente. O empresário já havia proposto um acordo de "delação premiada" - novas denúncias em troca de benefícios ou redução de pena - ao ex-procurador-geral da República Antonio Fernando de Souza (autor da denúncia do mensalão). O procurador recusou o pedido.
Na avaliação de procuradores, o pedido de Valério pode ser mais uma forma de o publicitário se livrar da severa pena imposta pelo STF. A pena ultrapassou 40 anos em regime fechado, mas ainda pode sofrer alterações no processo de dosimetria. Se a proposta de Valério for concretizada poderá livrá-lo da prisão, já que testemunhas incluídas no programa de proteção mudam de nome e passam a viver em local sigiloso.
O Ministério Público avaliará se abre ou não novo processo para investigar a veracidade dos dados. Roberto Gurgel ainda avalia se aceita ou não incluir Marcos Valério no programa de proteção a testemunhas.
 
 

Um comentário:

Mariana disse...

Não sei o que é pior. Marcos Valério solto, com outro nome, não me incomoda muito, mas a perspectiva de ter a petralhada aprontando todas é terrível...solta o Valério.