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sexta-feira, 26 de outubro de 2012

"Os apagões do PT, os pitos da soberana, os raios, os ventos, a conversa mole"


Por Reinaldo Azevedo
No dia 10 de novembro de 2009, um apagão deixou às escuras nove estados, incluindo toda a Região Sudeste do país. O problema começou em Furnas. Até hoje, não se conhece o real motivo. O Governo Federal, como deixa claro o vídeo abaixo, tentou culpar os raios, os ventos e as chuvas. Certo! Não havendo nenhum desses fatores intervenientes, tudo funciona bem. Que bom!
A versão do "raio" foi desmoralizada pelo o INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais. E ficou o dito pelo não-dito. Abaixo, segue um vídeo em que a então ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff (pré-banho eleitoral), aparece dando pito em jornalista e tentando explicar o inexplicável. Vinte e uma horas depois! Vejam. Volto depois.

No dia 17 de novembro daquele ano, escrevi um post a respeito. É curtinho. Reproduzo e volto em seguida.
Ah, não foi raio? Não foi curto-circuito? Bem que a gente desconfiava…
Pois é…
Ainda bem que o Tio Rei não entende nada de energia elétrica, como os petralhas disseram. Eu não! Nadica! Mas, de lógica, eu entendo. E tenho certa sensibilidade para identificar quando alguém está mentindo.
O tal Operador Nacional do Sistema (ONS) veio a público para dizer que, bem…, é provável que não tenha sido, não, um curto-circuito o responsável pelo apagão, como disseram Edison Lobão e Dilma Rousseff. Não só isso. Disseram e ainda decretaram: "Caso encerrado!!!" O ministro (ele já sabe a diferença entre uma tomada e Tablete Santo Antônio?) não se conformou só em dar a explicação oralmente: emitiu uma nota!!!
No dia do apagão, sabe-se agora, Itaipu já estava com problema. E não há evidência de curto-circuito em Itaberá. Pois é… Vejam a diferença entre a experiência política - e a esperteza macunaímica - e a patetice. Lula, ele mesmo, não se comprometeu com aquela cascata de raio. É claro que ele vai aproveitar, de algum modo, para atacar a oposição, mas sentiu cheiro de problema. Lobão, para tentar sair da reta, deu a primeira desculpa que encontrou. Sem saber o que dizer, Dilma preferiu endossar a tese do raio e ainda dar bronca.
Pois é… Não entendo nada de energia elétrica. Um monte de supostos "engenheiros" petralhas entraram aqui para anunciar: "Ah, claro que é; as características são de curto, e você só está fazendo política". É??? Vão falar com a ONS. Abaixo, reproduzo um post do dia 13, que remete a um do dia 12, quando sustentei: "O governo está blefando". É o post em que transcrevia trecho do relatório do INPE, que dizia com todas as letras: não houve raio na região de Itaberá capaz de parar a usina. Pois é. Ao texto:
Que gente cômica, não?
Na madrugada de quarta, Edison Lobão tinha a causa do apagão: um raio.
Na tarde de quarta, depois de 20 horas de silêncio, a resposta oficial: foi um raio mesmo.
Na quinta, Dilma sai do silêncio para voltar a culpar as intempéries. Lula chegou até a evocar Freud - o de Viena, não o de São Bernardo - para tratar da ameaça ancestral que a natureza representa para o homem. Sei lá com quem ele andou conversando…
Na própria quinta, o INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), cujos técnicos se respeitam, foi obrigado a dizer: não, raio não pode ter sido. Os havidos, naquele dia, na região de Itaberá, se deram a 10 km da linha de transmissão e a 30 km da subestação. E as ocorrências não teriam força para desligá-la, como aconteceu, ainda que tivessem caído em cima da dita-cuja.
Mais: tivemos um dito curto-circuito que não deixou rastros.
Afirmei ontem aqui: "é blefe". E, nesta sexta, Lula confirmou: era blefe. Até agora, ninguém tem a mais remota noção, confirma-o o próprio presidente, do que realmente aconteceu. E é por isso que ele sustenta que, se Deus assim o desejar, haverá novo apagão.
Até parece que Deus se mete nessas coisas. Que eu saiba, a frase famosa do Altíssimo é bem outra: "Fiat lux" - ele deve tê-la pronunciado em hebraico ou aramaico, mas ela se tornou universalmente famosa em latim. Sob a gestão do PT, parece, Deus pode optar por outra "Fiat tenebras". É por isso que o povo diz que Deus só ajuda quem se ajuda.
Desde o primeiro dia, observei que a desculpa era de tal sorte ridícula que escondia ou a mais absoluta ignorância sobre o que aconteceu ou a verdadeira causa, que, não obstante, não pode ser revelada. Essa segunda hipótese não deixa de superestimar essa gente. Acho que é ignorância na cabeça mesmo.
Fiat lux!!!
Volto a 2012
Em 2010, como se vê, Dilma tentou provar que os apagões da gestão petista apagões não eram. Afinal, isso era coisa de FHC… Ela preferia o nome "blecaute".
Ah…
O que é um "apagão"? É apagar tudo? É! Então se tem é agora, não antes. Em 2001, houve uma contenção do consumo - podem até chamar de "racionamento" de quiserem -, mas o país não ficou à escuras. Sim, lamentável, sim! A revista que eu dirigia, "Primeira Leitura" (que os petralhas ajudaram a fechar mobilizando todas as agências de publicidade contra a publicação), deu a primeira capa anunciando o que viria, com meses de antecedência. Na gestão tucana e na petista, só a verdade me interessava e me interessa.

Fonte: "Blog Reinaldo Azevedo"

Um comentário:

Mariana disse...

Na época de FHC, foi mesmo racionamento responsável, prá que não tivéssemos os apagões. Estou lembrada inclusive, de que a Globo convidava sempre um ex-professor meu, da faculdade, Reinaldo Castro(Hoje da PUC Rio)prá dar dicas pro povo, sôbre como economizar energia. Tudo muito previsível. Hoje, em meio atanta ignorância do alto escalão do governo, na área de energia, pode-se esperar de tudo.