Por José Angelo Pinto
Andando pelas ruas centrais de Feira de Santana, escutei um turista comentar: "o centro desta cidade mais parece um tabuleiro!". Me veio a ideia de como feirense, analisar, comparar e avaliar aquele comentário através da retrospectiva de uma cidade que vivenciei na adolescência. Segundo o Dicionário da Língua Portuguesa Priberam, a palavra "tabuleiro" significa "bandeja para serviço de mesa. Gamela de madeira em que se servia o rancho dos marinheiros".
Andando pelas ruas centrais de Feira de Santana, escutei um turista comentar: "o centro desta cidade mais parece um tabuleiro!". Me veio a ideia de como feirense, analisar, comparar e avaliar aquele comentário através da retrospectiva de uma cidade que vivenciei na adolescência. Segundo o Dicionário da Língua Portuguesa Priberam, a palavra "tabuleiro" significa "bandeja para serviço de mesa. Gamela de madeira em que se servia o rancho dos marinheiros".
Na década de 70 (há aproximadamente 40 anos), quando foi inaugurado o Centro de Abastecimento de Feira de Santana, pelo então prefeito José Falcão da Silva, argumentava-se a necessidade de um maior ordenamento, bem como embelezamento da área central da cidade, e para isto seria necessário a retirada da centenária feira livre das ruas centrais da cidade, visto que pelo seu crescimento, Feira de Santana, a segunda maior cidade da Bahia, necessitava de um aspecto mais moderno e organizado. Daí abriu-se ruas, alargaram-se passeios públicos, fizeram calçadões e reformaram praças, tudo visando tornar Feira de Santana uma cidade visualmente mais bonita e moderna, justificando sua importância e desenvolvimento no Estado.
Mais de quarenta anos se passaram e a desorganização urbana no centro de nossa cidade voltou mais forte e cada vez mais acentuada. A Prefeitura Municipal e suas Secretarias fecharam completamente os olhos para o problema durante várias administrações, e os passeios públicos, calçadões, esquinas, pontos de ônibus, praças, frente das lojas comerciais, igrejas etc, tornaram-se espaços legalizados para o comércio informal de todos os ramos e modalidades, pessoas trocam o piso, levantam alvenarias, fixam suportes, elevam o nível dos passeios, constroem degraus etc. Concluindo, fazem o que querem, com exceção dos passeios em frente à Prefeitura Municipal e de outros órgãos públicos.
Somos sabedores dos problemas econômicos e sociais existentes em nosso país e da grande necessidade de trabalho para a maioria da população sobreviver. O que questionamos é a falta de organização, planejamento e ordenação dos espaços públicos no centro da cidade. O Poder Público precisa estar atento e preocupado com a acessibilidade das pessoas, dos idosos, das pessoas com necessidades especiais, bem como da população em geral, pois isto é qualidade ambiental e qualidade de vida. Só assim, nossa Feira de Santana chamada por alguns de "tabuleiro", com seus contrastes de lindos edifícios, viadutos e shoppings centers, e os habitantes andando pelo meio das ruas, misturando-se aos veículos e arriscando suas vidas por não terem os espaços destinados à circulação de pedestres, voltará a ser uma cidade mais humana e digna de ser chamada Princesa do Sertão.
Não devemos esquecer de que cidade é principalmente um lugar de convivência entre pessoas e uma grande cidade não se mede apenas pelos seus índices econômicos, mas principalmente pela qualidade de vida que proporciona aos que vivem nela.
* José Angelo Pinto é professor
angelopinto@feiradesanta
* José Angelo Pinto é professor
angelopinto@feiradesanta
Este texto foi publicada há anos pelo jornal "Folha do Norte" e encontra-se mais atual do que nunca.

Um comentário:
Concordo em Gênero, número e grau.. Só faltou dizer que era Digitál!!
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