Quando D. Pedro II resolveu visitar Feira de Santana, em 1859, coincidentemente estava em plena atividade o movimento da elite feirense com o objetivo de angariar fundos para a construção da Santa Casa de Misericórdia. Aproveitando a presença do imperador, uma comissão dirigiu-se ao monarca e solicitou a sua colaboração para a fundação da Santa Casa. Depois de ouvi-los, o imperador fez uma doação de dois contos de reis, quantia considerável e que foi decisiva para a fundação, e que levou seus fundadores a denominar a Santa Casa de Imperial Asilo dos Enfermos em 25 de março de 1865, data da sua inauguração, tendo posteriormente voltado ao nome de Santa Casa de Misericórdia. É oportuno lembrar que o prédio da Santa Casa foi construído antes de 1865 por um fazendeiro, para sua residência, e depois vendido para a Fundação da casa hospitalar que a adaptou para os fins devidos.
Durante quase um século a Santa Casa foi a única casa hospitalar gratuita de Feira, socorro para todos os casos, amparo para todos os doentes da região. Muitos médicos foram atraídos pela casa de saúde, fazendo de Feira um posto avançado de assistência médica na região. O primeiro médico feirense foi Wilson da Costa Falcão, nascido em l918 e diplomado em 1945, quando a cidade já contava com mais de uma dezena de médicos.
A Santa Casa de Misericórdia, até a década de 50, alem de prestar assistência médico-hospitalar a todos os necessitados, também dava ao seu provedor grande prestígio político, o que fazia o cargo muitíssimo disputado.
O fim da construção do Hospital D. Pedro e a transferência da Santa Casa de Misericórdia para o hospital aconteceu no ano de 1956, no governo municipal de João Marinho Falcão.
Transferida a Santa Casa, o velho casarão abrigou por alguns anos o Batalhão da Polícia Militar (Foto: Reprodução) e posteriormente ganhou o pomposo título de Palácio do Menor, onde se pretendia abrigar o menor desamparado.
Um século e meio depois da sua construção o prédio está vergado sob o peso da ignorância de uma elite que pensa muito em ganhar dinheiro e esquece da memória de Feira, e de políticos que investem todos os seus esforços no futuro de sua eleição, esquecidos que os seus próprios descendentes, certamente mais cultos, irão julga-los e condena-los pelo descaso, desamor e covardia que os fizeram cúmplices da demolição de monumentos históricos que foram símbolos de uma época gloriosa da Princesa do Sertão.
Ontem foi o Cine Teatro Santana, a “Chácara de Tertuliano Almeida”, o Solar Santana, símbolos da mesma época, que foram destruídos em nome de um progresso que apenas esconde o verdadeiro nome da ganância. Amanhã será o prédio da velha Santa Casa de Misericórdia, a antiga Escola Maria Quitéria etc. etc. Em troca abre-se centenas de estacionamentos que dão bons lucros ao dono, quase nenhuma renda para Prefeitura e denegrecem a imagem da cidade.
Mas a história não perdoa e espero que ela seja rigorosa com essa elite atual que tanto explora a Princesa e destrói a sua memória.
Lembrei-me do deputado baiano Joel Presídio que, em 1951, fez um pedido a Deus para os seus opositores, e vou fazer o mesmo pedido para os gananciosos que desprezam a memória de Feira: “Deus, mandai uma chuva de cangalhas para essa gente!!!”.
Durante quase um século a Santa Casa foi a única casa hospitalar gratuita de Feira, socorro para todos os casos, amparo para todos os doentes da região. Muitos médicos foram atraídos pela casa de saúde, fazendo de Feira um posto avançado de assistência médica na região. O primeiro médico feirense foi Wilson da Costa Falcão, nascido em l918 e diplomado em 1945, quando a cidade já contava com mais de uma dezena de médicos.
A Santa Casa de Misericórdia, até a década de 50, alem de prestar assistência médico-hospitalar a todos os necessitados, também dava ao seu provedor grande prestígio político, o que fazia o cargo muitíssimo disputado.
O fim da construção do Hospital D. Pedro e a transferência da Santa Casa de Misericórdia para o hospital aconteceu no ano de 1956, no governo municipal de João Marinho Falcão.
Transferida a Santa Casa, o velho casarão abrigou por alguns anos o Batalhão da Polícia Militar (Foto: Reprodução) e posteriormente ganhou o pomposo título de Palácio do Menor, onde se pretendia abrigar o menor desamparado.
Um século e meio depois da sua construção o prédio está vergado sob o peso da ignorância de uma elite que pensa muito em ganhar dinheiro e esquece da memória de Feira, e de políticos que investem todos os seus esforços no futuro de sua eleição, esquecidos que os seus próprios descendentes, certamente mais cultos, irão julga-los e condena-los pelo descaso, desamor e covardia que os fizeram cúmplices da demolição de monumentos históricos que foram símbolos de uma época gloriosa da Princesa do Sertão.
Ontem foi o Cine Teatro Santana, a “Chácara de Tertuliano Almeida”, o Solar Santana, símbolos da mesma época, que foram destruídos em nome de um progresso que apenas esconde o verdadeiro nome da ganância. Amanhã será o prédio da velha Santa Casa de Misericórdia, a antiga Escola Maria Quitéria etc. etc. Em troca abre-se centenas de estacionamentos que dão bons lucros ao dono, quase nenhuma renda para Prefeitura e denegrecem a imagem da cidade.
Mas a história não perdoa e espero que ela seja rigorosa com essa elite atual que tanto explora a Princesa e destrói a sua memória.
Lembrei-me do deputado baiano Joel Presídio que, em 1951, fez um pedido a Deus para os seus opositores, e vou fazer o mesmo pedido para os gananciosos que desprezam a memória de Feira: “Deus, mandai uma chuva de cangalhas para essa gente!!!”.
Fonte: "A Feira Antiga"
3 comentários:
Realmente de uma burrice e ignorância sem tamanho!
Recentemente li noticia que dá conta que a Prefeitura deve iniciar obras de recuperação das Praças Mons.Renato Galvão (Pça.da Matriz) e Padre Ovídio.Trata-se, evidentemente, de uma grande iniciativa que poderia ser ainda mais valorizada se houvesse também uma atenção especial ao que poderia ser denominado "conjunto de uma obra" caracterizado por um olhar necessário para a recuperação do histórico prédio atualmente denominado Palácio do Menor. Feira de Santana, em respeito à sua história e o seu futuro, merece ter este prédio recuperado.Artur Renato Brito de Almeida, de São Paulo
A cidade não tem memoria, todos os casarões foram demolidos, resta alguns. Precisamos nos unir para não acabarem com o Clube de Campo Cajueiro, ainda há tempo.
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