Por Évila Ferreira de Oliveira
Betina, de Conceição Carvalho, parte da simplicidade de uma pequena Jacobina, entrelaçando os fatos com Feira de Santana, cidade que é atravessada pelos que vêm do Sertão para o Mar, dos que vêm da América do Norte para Jacobina... Por ela se escoam as riquezas, o ouro branco produzido por suores negros, como diria o escritor André Barbe. É em Feira de Santana que acontece o movimento nas "ruas largas e retas como gargalhadas de sol," nesta "lírica cidade" de Eurico Alves Boaventura. A cidade, então, ressalta-se por ser o ponto de encontro de personagens diversas com suas histórias e a história, até o encontro com um certo sorriso na loja Primavera. De volta à sua terra, após as férias no Rio de Janeiro, Betina desliza pela rua de Cima e rua de Baixo, pela Mineração Mecanizada, em meio às serras e entre copos coloridos. Ela olha para o chão, para a frente, para o lado e se deixa ver. Todas as crianças a acompanham. Riso, olhar, atenção envolvem aqueles infantes. Ela se entrega. Vai se comprometendo. Ela olha para todos. Todos olham para ela.
Évila Ferreira de Oliveira é professora doutora em Literatura e Cultura


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