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Pré-estreia na quarta-feira, 17, às 18h30

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quarta-feira, 30 de julho de 2025

"Centro do processo de aprendizagem deve ser o aluno”, diz professor português José Pacheco




"O centro do processo de aprendizagem deve ser o aluno. E cada estudante aprende ao seu tempo, ao seu modo. A Escola da Ponte, que é pública e fundei em Portugal, é a primeira no mundo a ter essas práticas. Conta-se nos dedos as escolas que também fazem o mesmo". Essa é uma das falas apresentadas pelo professor português José Pacheco (Foto 1) durante diálogo com profissionais da educação em Feira de Santana.
A educadora da rede pública Márcia Cristina Santana (Foto 2) estava presente no encontro, que foi gratuito. "Na universidade eu fazia parte de grupos que estudavam artigos relacionados ao trabalho do José Pacheco. A Escola da Ponte é um sonho. Amanhã mesmo farei diferente [a respeito das práticas pedagógicas]. Saio desse evento cheia de esperança", declarou.  
Entre outras questões, o professor português também defendeu a autonomia das escolas. "A legislação brasileira, especificamente o 15º artigo da Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB), determina que as escolas sejam autônomas, para evitar que um burocrata complique os processos. A escola não muda toda de uma vez. A proposta é formar uma turma-piloto [para nela aplicar novas práticas pedagógicas]", afirmou José Pacheco.
Joana Imbassay (Foto 3), educadora na rede privada, também participou do diálogo. "Às vezes somos engolidos pela rotina, pelo cansaço e desgaste. Ouvir o fundador da Escola da Ponte nos dá um sopro de inspiração para buscarmos uma educação diferente, uma educação que a gente sonha. As falas dele me inspiram inclusive a repensar meu projeto de doutorado, que estou começando a escrever", destacou. No encontro, o educador português apresentou também a obra "Por que não existem mais escolas como a Escola da Ponte?", seu mais recente livro e onde responde a essa recorrente pergunta feita a ele mundo afora.
O diálogo com José Pacheco foi organizado por Sidinea Pedreira, professora do Colégio Estadual de Tempo Integral Kleber Pacheco (CEKP), em Salvador, e líder do movimento Mulheres Movem Feira; Carl Lima, vice-diretor do Colégio Estadual de Tempo Integral de Feira de Santana (Cetifs); Gutemberg Oldack, educador do Centro Integrado de Educação Assis Chateaubriand (Cieac); e José Barreto Jr., pedagogo e jornalista atuante na Escola João Paulo I (JPI), também no município feirense. O evento foi realizado no Cieac, na tarde de segunda-feira, 28.
Mais sobre o professor português
Nascido no ano de 1951, em um cortiço na cidade do Porto, em Portugal, José Pacheco enfrentou preconceitos e venceu obstáculos. Primeiro eletricista e depois estudante de engenharia, foi na faculdade que uma professora disse ao hoje educador que ele tinha jeito para ensinar a crianças. E foi com avidez por novos conhecimentos e pela busca de novas formas de ensinar e aprender que, em 1970, José Pacheco ingressou no magistério.
Em 1976 ele fundou a Escola da Ponte, no distrito Vila das Aves, pertencente à cidade do Porto, que revolucionou as bases educacionais do século 20. Foi nessa instituição que o professor coordenou o projeto pedagógico Fazer a Ponte até 2004. Em seguida, José Pacheco mudou-se para o Brasil, onde está há vinte anos. Hoje o educador reside em Maricá, no Rio de Janeiro. Especialista em Música e em Leitura e Escrita, além de Mestre em Ciências da Educação e Articulador das Comunidades de Aprendizagem, o professor tem dezenas de livros lançados.
Escola da Ponte
Integrante da rede pública portuguesa de Educação Básica, em 2026 a Escola da Ponte completa 50 anos de existência. Suas práticas pedagógicas se diferem das tradicionais. Nela não há salas de aula convencionais, divisão de alunos por séries e aulas expositivas, por exemplo. Em um amplo salão, onde há diversas fontes de conhecimento, como os livros, os estudantes se agrupam de forma autônoma e são estimulados pelos orientadores educacionais a trabalharem juntos em projetos de pesquisa.
Na Escola da Ponte, a avaliação não se baseia em notas e provas tradicionais, mas sim em um processo contínuo e formativo focado nos desenvolvimentos de competências e autonomia pelo aluno. Nela, o processo individual de cada estudante passa por três núcleos: iniciação, consolidação e aprofundamento. O real engajamento das famílias dos alunos também favorece o sucesso das práticas pedagógicas da instituição.
Enviado por José Barreto Jr., jornalista e pedagogo  

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