Desenho a
carvão que pertence há mais de 150 anos a uma coleção de arte era atribuído
apenas ao estúdio do artista renascentista italiano
Desenho (direita) seria representação de Mona Lisa
(esquerda) sem roupa
Foto: Reprodução/AFP/Alamy
Um desenho a carvão que
pertence há mais de 150 anos a uma coleção de arte pode ser um rascunho da Mona
Lisa, obra-prima de Leonardo da Vinci.
Trata-se do retrato de uma
mulher nua, conhecido como Monna Vanna, que era atribuído até agora apenas ao
estúdio de da Vinci.
Mas especialistas encontraram
indícios de que o artista trabalhou em ambas as obras. O quadro em questão
pertence desde 1862 à coleção de arte renascentista do Museu Condé, no Palácio
de Chantilly, ao norte de Paris.
Testes realizados no Museu do
Louvre, onde a Mona Lisa está exposta, sugerem que o esboço é "pelo menos
em parte" de autoria de da Vinci.
Leonardo da Vinci (1452-1519)
foi um dos grandes artistas renascentistas italianos, e sua pintura a óleo Mona
Lisa (também conhecida como La Gioconda) é uma das obras de arte mais
conhecidas e valiosas do mundo.
Acredita-se que o quadro seja
um retrato de Lisa Gherardini, encomendado por seu marido, Francesco del
Giocondo, comerciante de roupas e oficial florentino.
"O desenho tem uma
qualidade na forma como o rosto e as mãos são apresentados que é de fato
notável", afirmou o curador Mathieu Deldicque à agência de notícias AFP.
"Não é uma cópia
inferior. Estamos olhando para algo que foi trabalhado em paralelo à Mona Lisa
no fim da vida de da Vinci."
"É quase certo que se
trata de um trabalho preparatório para uma pintura a óleo."
Bruno Mottin, especialista em
conservação do Louvre, confirmou que a obra data do início do século 16, sendo
contemporânea a da Vinci, e apresenta "qualidade muito alta".
O complexo de Chantilly
publicou no Twitter uma foto do trabalho de análise que está sendo feito no
esboço.
Entre os indícios
apresentados por Deldicque, estão:
Mottin observou, no entanto,
que o tracejado no topo do desenho, perto da cabeça, foi feito por uma pessoa
destra, enquanto da Vinci desenhava com a mão esquerda.
"Devemos manter a
prudência", disse Moottin à AFP, já que a análise ainda está em andamento.
"Esse é um trabalho que vai levar algum tempo", afirmou.
"É um desenho muito
difícil para trabalhar porque é particularmente frágil", explica.
Fonte: G1