Originalmente empregada para revestir
sofás, a técnica capitonado,
ou capitonê, ganha espaço em outras peças do
mobiliário
e leva um toque de clássico a projetos de decoração de vários
estilos.
1. A poltrona Barcelona, um clássico do design que marcou a história do capitonado, aparece que com frequência nos projetos da arquiteta Estela Netto
Fotos: Divulgação
Surgido na Inglaterra, por volta do ano de 1840, o capitonado ficou
conhecido como uma técnica que valoriza o trabalho manual. Marcado por pregas e
botões costurados no tecido, o estilo romântico apresenta desenhos geométricos
- losangos e quadrados - e ficou imortalizado pela criação do sofá
Chesterfield. Em 1929, a técnica foi resgatada pelo arquiteto modernista Mies
van der Rohe com o lançamento da poltrona Barcelona, na Feira Internacional do
Móvel de Barcelona.
Desde então, o capitonado passou a ser considerado um elemento clássico
que ultrapassou as barreiras estilísticas e, hoje, é empregado nos vários tipos
de decoração. "O acabamento capitonado traduz um estilo mais clássico ao
ambiente, mas fica muito bem se agregado a outras peças de estilos diferentes,
principalmente se estiver presente em pequenos detalhes", avaliam as designers
de interiores Fabiana Visacro e Laura Santos, da VS Design. "Acredito que a
mistura de elementos de diversos estilos, quando bem projetada, sempre
enriquece os ambientes", concorda a arquiteta Estela Netto.
A possibilidade de se aplicar uma peça capitonada em diversos ambientes
se deve ao poder deste elemento de conferir variadas características aos
projetos. "De acordo com o local empregado e com o tamanho da superfície revestida,
pode-se dar um ar mais clássico ou arrojado ao ambiente. Quando revestindo
peças tradicionais e confeccionado em tecidos mais finos e sofisticados o
capitonado traz uma atmosfera requintada e formal. Se presente em peças
modernas e multifuncionais, com tecidos despojados e cores alegres, imprimem
uma personalidade arrojada", exemplifica as profissionais da VS Design.
As profissionais concordam que essa propriedade camaleônica do capitonado
também se deve à possibilidade de se poder aplicá-lo em diversos tecidos. "O
capitonado fica bem em seda, veludo, couro, sendo que, neste último, o detalhe
de acabamento fica mais marcado e imponente", opinam Fabiana e Laura.
Por poder ser aplicado em vários materiais, o capitonado deixou de ser
uma exclusividade das poltronas e sofás. "O capitonado pode aparecer em
diversas superfícies como sofás, pufes, cabeceiras de cama, painéis de parede,
almofadas mais rígidas e até em bolsas femininas", enumera Estela, que sempre
conta com a presença do revestimento em seus projetos, especificando a poltrona
Barcelona. "Gosto da Barcelona por seu design atemporal. Uso muito essa peça,
principalmente em ambientes corporativos que precisam ser sóbrio, mas não abrem
mão da elegância", comenta a arquiteta. As profissionais da VS Design também
são adeptas da técnica. Para um de seus projetos, elas especificaram um pufe
capitonado vermelho, de veludo. "Democratizamos o espaço dando lugar a peças de
estilos diversificados. As peças clássicas se aliaram a cores alegres e chamativas
como é o caso do pufe capitonado. A cor vermelha não permitiu que os traços
fortes do capitonado imprimissem à sala um ar sisudo. Nesse caso, o
revestimento fez um contraponto às almofadas que, coloridas sobre o sofá
neutro, contam as histórias de família por meio de seus fuxicos artesanais",
finalizam Fabiana e Laura.
(Com informações de Fernanda Pinho, da Mão Dupla
Comunicação)
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