Por André Rizek
Um comentário
(banal) que fiz no último 'Troca de Passes' acabou gerando repercussão entre os
botafoguenses. Afirmei (e sigo afirmando) que este elenco do Botafogo é
perdedor. Adora uma derrota e sente-se confortável nela. Estou sendo duro com o
time de Loco, Maicossuel, Jefferson , Renato e outros bons jogadores. Mas é
porque este time também é bem melhor do que aquilo que tem deixado em campo.
Perder do
Fluminense é normal, diante da disparidade do investimento nas duas equipes? A
lógica (se ela fosse absoluta no futebol…) nos leva a dizer que "sim". Essa
mesma lógica então mostraria que o desempenho do Botafogo contra Treze e
Vitória no Engenhão, pela Copa do Brasil, foi mais que vergonhoso. Foi uma
afronta.
Só uso estes
termos fortes porque a gente tem que cobrar de quem pode dar. Jamais vamos
dizer que o time do Caxias ou do Guarani são perdedores. Para o Bugre, decidir
o título contra Neymar e Cia é façanha, ato de bravura. Acontece, meus amigos,
que o Botafogo não é o Caxias.
Time grande
não pode aceitar certas coisas sem reagir. Time grande tem a obrigação de se
indignar quando seus jogadores perdem jogos como a mesma expressão de quem está
tomando um copo de água no corredor da firma.
Voltemos ao
ano passado. O Botafogo jogou, em boa parte do Brasileiro, um futebol de time
campeão. Ou seja: este time sabe jogar bola! Mas aí chegou a reta decisiva e a
equipe (se alguém tiver outra palavra, que me proponha) amarelou. Fez partidas
ridículas, como a que perdeu para o lanterna América, e viu a vaga na
Libertadores escapar.
Esta diretoria
do Botafogo faz um grande trabalho na gestão do clube. É, com sobras, a mais
criativa do Rio. A que faz mais com menos. Seja na hora de reforçar o elenco,
seja nas (excelentes) ações de marketing. E contrata bem também! Mas será que
esta diretoria também não precisa ser mais dura na hora de cobrar resultados,
em relação ao que ela oferece? Porque trazer bons jogadores, pagar em dia e
oferecer condições de trabalho é algo que pouca gente faz no Brasil…
Será que estes
jogadores foram cobrados, tirados de suas zonas de conforto, depois do papelão
que fizeram no Brasileiro de 2011? Oras! Se qualquer profissional de banco,
televisão ou limpeza não trabalha direito e compromete os resultados de uma
empresa, ele é cobrado ou mandado embora, certo? Caio Junior saiu. Só ele. E
nada mudou…
O Botafogo
fez, contra Vasco e Bangu, novamente excelentes partidas neste ano. O time tem
talento. Mas chega na hora dos grandes jogos e é aquela moleza, aquela
passividade que irrita. Assistir ao Treze dar lição de raça no Engenhão foi um
alerta. Será que aquela noite foi cobrada de maneira devida? Porque contra o
Vitória, de novo, o Botafogo assistiu a um time inferior tecnicamente dominá-lo
completamente. Na bola e na fome de bola.
Os jogadores
do Vitória, famintos, trataram aquela partida de Copa do Brasil como um prato
de comida. O Botafogo já entrou de barriga cheia, como aliás vem fazendo desde
o ano passado nos grandes jogos, na hora do vamos ver. Foi assim domingo
também, contra o Fluminense. Parecia só mais um jogo, para um time que tinha a
obrigação de suar a alma depois da derrota de 4 x 1.
Elkeson-eu-sou-f...
Querem mais um exemplo sobre como as coisas vão mal? Mesmo depois de estar com 2 a 1 no bolso, não vi ninguém do Vitória bater no peito e dizer "eu sou f...", como o Elkeson fez no Engenhão ao abrir o placar. Esta imagem do Elkeson talvez resuma a zona de conforto em que vivem os jogadores do Fogão. O cidadão se auto-proclamou "f..." por ter feito um mísero gol, três dias depois de seu time ter sido massacrado pelo Fluminense na primeira final do Estadual, com desempenho horroroso dele. Era para o Elkeson estar sentindo a dor da derrota, como todo torcedor. Mas ele está mais preocupado em mostrar que é bom demais. Nem que seja apenas em um lance. Isso não merece uma bronca daquelas inesquecíveis? Não merece que a diretoria lembre ao rapaz que ele está jogando no time do Garrincha, do Nilton Santos, do Didi?
Querem mais um exemplo sobre como as coisas vão mal? Mesmo depois de estar com 2 a 1 no bolso, não vi ninguém do Vitória bater no peito e dizer "eu sou f...", como o Elkeson fez no Engenhão ao abrir o placar. Esta imagem do Elkeson talvez resuma a zona de conforto em que vivem os jogadores do Fogão. O cidadão se auto-proclamou "f..." por ter feito um mísero gol, três dias depois de seu time ter sido massacrado pelo Fluminense na primeira final do Estadual, com desempenho horroroso dele. Era para o Elkeson estar sentindo a dor da derrota, como todo torcedor. Mas ele está mais preocupado em mostrar que é bom demais. Nem que seja apenas em um lance. Isso não merece uma bronca daquelas inesquecíveis? Não merece que a diretoria lembre ao rapaz que ele está jogando no time do Garrincha, do Nilton Santos, do Didi?
Ou será que
muitos botafoguenses, a julgar pela reação ao meu comentário no 'Troca', também
se habituram de forma perigosa às derrotas?
A história
está cheia de times com baixo investimento (em relação aos rivais), mas que não
aceitavam a derrota sem suar a alma. Era o caso do Grêmio do Felipão, para
sempre na história do Tricolor.
Times fracos
de espírito como este Botafogo estão condenados ao esquecimento. Ainda que
Elkeson se ache muito f…
* André Rizek é editor-chefe e apresentador do programa Redação
SporTV
Um comentário:
Nossa, o que é isso?
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