Por Reinaldo Azevedo
Os feios, sujos e malvados estão nervosos!
Foram desmascarados por uma reportagem da VEJA desta semana que expõe os seus
perfis falsos no Twitter e os robôs a que recorrem para que suas mensagens sejam
replicadas. É uma fraude contra a boa-fé pública! Afinal, os usuários das redes
sociais estão caindo numa malha administrada por grupos cujo objetivo é
gerenciar a opinião alheia, espionar, molestar, patrulhar, "trollar".
Recorrendo a um clichê, diria que essa é só a ponta do iceberg. Há muito mais
abaixo da linha d’água. Mimetizam aqui práticas consagradas em regimes
ditatoriais como os da China, de Cuba ou do Irã, ou de países em que a
democracia vive um contínuo processo de degradação, como a Argentina ou o
Equador. Trata-se da mais óbvia expressão da intolerância.
Mandam-me aqui um texto de um babão
medíocre - ainda voltarei a ele se tiver paciência - que me acusa, vejam que
coisa!, de incentivar o "ódio" na Internet, sem debater ideias. Há acusações que
são mentirosas, mas verossímeis - vale dizer: podem assumir a aparência de
verdade porque assentadas em falsas evidências, preconceitos, mitos etc. E há
aquelas que, além de falsas, são, em si, absurdas. Podem gostar ou não das
minhas ideias, jamais de não debatê-las. Sou apaixonado pela argumentação.
Quanto mais um raciocínio parece solidamente alicerçado, mais excitado fico
para descobrir a falha.
Os textos aqui publicados ganharam uma
dimensão muito além das minhas ambições: são debatidos em universidades (às
vezes, com viés crítico), viram questões de vestibular e de concursos públicos,
integram livros didáticos e paradidáticos e, como sabem, deram origem a dois
dos meus três livros: "O País dos Petralhas" e "Máximas de um País Mínimo".
Acabo de ser convidado a fazer um terceiro. Tenho a honra de ter conseguido
emplacar um vocábulo no Grande Dicionário Sacconi da Língua Portuguesa -
justamente a palavra "PETRALHA", conforme se lê abaixo (a maioria de vocês
conhece).
Será que tudo isso acontece porque
incentivo o ódio? As mais de 100 mil visitas que o blog recebe por dia estariam
a mobilizar, então, o exército dos que odeiam? Errado! Trata-se de milhares de
mulheres e homens que amam a democracia, o estado de direito, o debate, a
liberdade e os direitos individuais. Não os aconselho a visitar a área de comentários
dos blogs e sites do JEG (ou da BESTA). Ali, sim, vocês poderiam conhecer
(alguns conhecem porque não resistem) o que é ódio, maledicência e violência.
Ao contrário: aqui, as opiniões mais agressivas, ainda que críticas ao
pensamento que combato, não passam pela mediação. Não quero e repudio o
vale-tudo em que se perde aquela gente. Alguns, acreditem, chegaram a ser
jornalistas um tanto respeitados. É que o ambiente institucional e o próprio
poder não permitiam que exercessem a sua real vocação. Com a ascensão do PT,
puderam, então, se revelar. Encontraram-se com a sua natureza.
Praticam o mais bisonho jornalismo
chapa-branca e estão sempre dizendo "amém" às demandas dos ditos "movimentos
sociais" - não raro, aparelhos de um partido político, do qual se colocam como
fiéis servidores. E são bem pagos pra isso - reconheça-se, ao menos, que não
fazem seu trabalho por prazer, mas por dinheiro! São profissionais. Não
obstante, vivem a acusar seus adversários de mancomunação com os poderosos!
Deixem-me ver se entendi: são eles os porta-vozes e empregadinhos dos
mandatários, mas venais seriam os outros?! Ora…
Assistiram ao filme Casablanca?
Num dado momento, o general nazista quer saber por que Rick Blaine (Humphrey
Bogart) lutou ao lado de rebeldes em duas oportunidades. Tentando despistar o
troglodita, ele responde: "Fui muito bem pago nas duas vezes" (ou algo assim).
O facinoroso devolve: "O outro lado pagaria muito mais". Não sei se entenderam
a minha parábola. Para quem quer vender a sua independência, os poderosos de
plantão sempre pagam mais. Ocorre que isso não basta aos compradores. E a razão
é simples: quem interessa não se vende e quem se vende não interessa. "Eles"
sabem que tem nas mãos - ou no bolso - toda aquela gente que se confunde com o
jornalismo. Mas continuam obcecados pelos veículos que têm um só compromisso:
noticiar o que é notícia. E pelos analistas que têm um só compromisso: dizer o
que pensam.
Financiar esse tipo de operação já é, por
si, fraudar as regras do jogo democrático. Essa gente poderia, no entanto, se
contentar em puxar o saco dos seus financiadores. Já seria abjeção o bastante
PORQUE O DINHEIRO QUE GARANTE A OPERAÇÃO NÃO É PRIVADO, NÃO! É PÚBLICO! Mas
não! O "serviço compreto" compreende ainda a difamação permanente
daqueles que não se renderam à lógica do "quem pode mais", às imposições do
poder de turno, à vontade dos mandatários.
"É assim no mundo inteiro", poderia dizer
alguém. Falso! Há práticas em curso no Brasil que seriam simplesmente
impensáveis nos EUA, que criaram a Internet, ou nas democracias europeias. A
razão é simples: a administração ou as estatais jamais financiariam páginas de
política que servissem só à rede de difamação a serviço dos governistas da
hora. Os americanos, diga-se, nem mesmo dispõem de estatais que pudessem fazer
esse serviço. Há por lá blogs e sites para todos os gostos - da extrema direita
à extrema esquerda. Sem exceção, são financiados apenas pelo capital privado.
Empresas e conglomerados não têm nenhum receio em anunciar em páginas
escancaradamente antigovernistas porque o estado não dispõe de meios que
permitam ao governo retaliar desafetos. Da mesma sorte, outras empresas e
outros conglomerados garantem a receita de páginas escancaradamente
governistas. Não sabemos ainda o que é viver num país em que o indivíduo têm a
certeza de que não será molestado pelo estado.
Reconhecimento a Dirceu
Quero aqui fazer um agradecimento público ao "chefe de quadrilha" (segundo a Procuradoria Geral da República) José Dirceu, que estendo a Luiz Inácio Apedeuta - já há leitor grafando "apeDELTA" - da Silva. Até havia pouco, muita gente resistia à constatação de que uma banda do PT e seus esbirros na subimprensa querem mesmo é ditadura e pouco estão se lixando para as instituições. "Você exagera!", diziam alguns. A frenética e desastrada (para ele) movimentação do deputado cassado por corrupção José Dirceu para arrastar o país em sua pantomima pessoal acabou servindo de advertência a muitos. O jogo ficou claríssimo!
Quero aqui fazer um agradecimento público ao "chefe de quadrilha" (segundo a Procuradoria Geral da República) José Dirceu, que estendo a Luiz Inácio Apedeuta - já há leitor grafando "apeDELTA" - da Silva. Até havia pouco, muita gente resistia à constatação de que uma banda do PT e seus esbirros na subimprensa querem mesmo é ditadura e pouco estão se lixando para as instituições. "Você exagera!", diziam alguns. A frenética e desastrada (para ele) movimentação do deputado cassado por corrupção José Dirceu para arrastar o país em sua pantomima pessoal acabou servindo de advertência a muitos. O jogo ficou claríssimo!
Assim, sejamos gratos a Dirceu por ter se
apresentado com a cara que realmente tem - o que não chega a ser uma constante
na sua biografia política ou pessoal. A movimentação permitiu também
identificar os micos amestrados nas redes sociais, seus robôs e os falsos
perfis, que nem seguem nem são seguidos. São criados apenas para perseguir.
Acabou a pantomima.
Fonte: "Blog Reinaldo Azevedo"
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