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terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Depoimento virtual de Dimas Oliveira em monografia sobre Luiz Antônio Santa Bárbara

Em "A Guerrilh D Esquerda Baiana Contra a Ditadura: (Des)contando a Vida de Luiz Antônio Santa Bárbara (1964-1973)", projeto de Monografia apresentado na Unidade de Ensino Superior de Feira de Santana (Unef) como pré-requisito para conclusão do Curso de Comunicação Social com Habilitação em Jornalismo de Wilson Mário Pinheiro da Silva testemunhal de Dimas Oliveira:
O jornalista e cineasta Dimas Oliveira, que foi colega de sala de Santa Bárbara e de diretoria do Grêmio Afrânio Peixoto, do Ginásio Municipal, em um depoimento virtual, no dia dois de novembro de 2010, revelou que Luiz Antônio Santa Bárbara contribuiu para a história e pagou com a vida por sua luta contra a ditadura.
Luís Antônio Santa Bárbara tem a sua contribuição para a história, participando de um momento crucial durante o regime militar implantado no Brasil, sendo um guerrilheiro de esquerda, um militante pela causa. Ele pagou com a vida por sua luta contra a ditadura. Como reparação, em 2004, a Comissão Especial de Mortos e Desaparecidos Políticos aprovou uma indenização para sua família, baseada na Medida Provisória nº 176, depois transformada em lei.
Santa Bárbara alertou Dimas, foi chamado pelo Exército para ser ouvido em função do seu envolvimento com o teatro e com as pessoas de militância política clandestina.
Em abril de 1969, ele foi preso. Depois, num final de tarde, ele se encontrou comigo para avisar que tinha sido intimado para depor no Batalhão. Alertou que eu seria o próximo a ser chamado, mas isso não aconteceu. Nunca mais tive contato com ele.
Na época, eu fazia teatro em Feira de Santana e as pessoas em sua maioria eram envolvidas na militância política clandestina. Éramos chamados de subversivos, comunistas, “vermelhos”.
Dimas Oliveira relembra o companheiro nas manifestações de protestos.
Assim, não fui companheiro de militância de Luiz Antônio Santa Bárbara, liderança política que agitava em suas participações nas manifestações. Ele foi atraído para o movimento mais duro da luta armada, de contestação à ditadura, fazendo parte de um grupo “terrorista”.
A ligação de Santa Bárbara com a comunicação desde jovem foi ressaltado por Dimas Oliveira.
Em 1967, eu servia o Tiro de Guerra como atirador e era reservista de segunda categoria. Trabalhava na Casa dos Doces de propriedade de meu pai, Carlos Simões de Oliveira, na rua Sales Barbosa, ainda rua do Meio com seus prostíbulos. Santa Bárbara trabalhava como tipógrafo, no jornal “Gazeta do Povo”. Eu já gostava de ler e escrever e queria ser jornalista. Lançamos juntos mais Geraldo Lima, que também era gráfico, o jornal “O Berro”, já no Colégio Estadual, onde fazia o curso Científico.
O Berro mesmo sendo um jornal estudantil, segundo Dimas, criticava a ditadura militar instalada no país.
O jornal era datilografado e manuscrito, impresso com estêncil a álcool, o recurso disponível. Bradava contra a ditadura do Regime Militar instaurado no país com o Ato Institucional Número 5. Eu não participava das passeatas que ocorriam naquela época. Mas, nos bastidores, pintava as faixas de pano com palavras de ordem contra a ditadura. Em 1969, o Tiro de Guerra já havia sido extinto com a implantação do 35º Batalhão de Infantaria.
Como jovem estudante, Dimas comenta sobre o colega de grêmios estudantis e da seleção de futebol do Ginásio Municipal.
Em 1966, cursava com Luiz Antônio Santa Bárbara o ginasial no então Ginásio Municipal, hoje Colégio Municipal Joselito Amorim. Além de estudar com ele, jogávamos bola juntos, formando até em uma “seleção” do ginásio - eu como goleiro e ele no meio de campo - era considerado um craque. Na época, foi presidente do Grêmio Estudantil do Ginásio Municipal e participou do Grêmio do Colégio Estadual.
A censura à obras de arte e a truculência da polícia contra a cultura feirense também foi enfocado por Dimas Oliveira.
Na peça “Viúva, Porém Honesta”, de Nelson Rodrigues, produção do Movimento de Estudos Teatrais e Artísticos (Meta) e Sociedade Cultural e Artística de Feira de Santana (Scafs), em 1969, fui dirigido por Nemésio Garcia. Ainda em Feira de Santana, Nemésio dirigiu a peça infantil "O Patinho Preto", de Walter Quaglia.
Na época, ele participava do Grupo de Teatro do Colégio Central e vinha de Salvador dirigir os ensaios em sábados e domingos. Na estréia da peça, noite de quarta-feira, no Cine Santanópolis, na sala de espera foi realizada uma exposição de pinturas. Depois da encenação, ficamos sabendo que a polícia havia levado uma tela de Deolindo Checcucci, que retratava um gorila como oficial do Exército.
E Dimas Oliveira finaliza comentando sobre a controvérsia em relação a morte de Santa Bárbara.
“Sua morte até hoje é motivo de controvérsia e polêmica, pois a repressão apresentou-a como suicídio. Entretanto, documento da Polícia Federal na Bahia afirma que Otoniel e Santa Bárbara foram “abatidos [...] quando reagiram à bala contra a equipe encarregada de capturá-los”, como está registrado”.

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