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segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

"A primeira mulher presidente no Brasil!"

Na coluna de César Maia, de sábado, 25, na "Folha de S. Paulo":
1. Em 2010, cumpriram-se os 250 anos do nascimento da primeira mulher presidente no Brasil, Bárbara de Alencar. Ela nasceu em Exu (PE), em 1760. Mudou-se para o Crato (CE) depois do casamento, em 1782, com José Gonçalves dos Santos, comerciante de tecidos naquela vila, com quem teve quatro filhos. Foi a primeira mulher a se envolver, para valer, em política no Brasil -durante a revolução pernambucana de 1817, com vistas à independência e à República. O Ceará e outras províncias limítrofes aderiram - no Ceará, especialmente na região do Cariri.
2. Bárbara de Alencar liderou esse movimento no Crato, ampliando a revolução em Pernambuco. Ela declara a independência e proclama a República do Crato, assumindo a presidência. Com a derrota em Pernambuco, a rebeldia nas demais províncias foi sendo desmontada pelas forças do Conde dos Arcos, governador da Bahia, a mando de dom João 6º. Bárbara foi presa em Fortaleza. Por quatro anos, foi mantida presa em Fortaleza, Recife e Salvador. Ganha a liberdade no ato de anistia geral de novembro de 1821. Teve quatro filhos, três homens.
3. Em 1824, outra revolução em Pernambuco: a Confederação do Equador, liderada por Frei Caneca. No âmbito desse movimento, no Ceará, Crato, Icó e Quixeramobim aderiram. Seus três filhos homens se envolveram. Em 26 de agosto de 1824, foi declarada a República do Ceará e designado presidente Tristão de Alencar, um dos filhos de Bárbara. A repressão das forças imperiais culminou com a morte de dois de seus filhos: Tristão e Carlos. José Martiniano de Alencar sobreviveu e, mais tarde, terminou se credenciando como deputado às cortes constitucionais de Lisboa.
4. Foi governador do Ceará e senador. Seu filho José de Alencar foi escritor, poeta e fundador do indianismo com seu "O Guarani". A força da memória de Bárbara de Alencar ressurgiu em 1869, na escolha de senador em uma lista tríplice. Os conselheiros de dom Pedro 2º sugeriram o veto a José de Alencar, apesar de ele ter sido ministro da Justiça pouco tempo antes. O temor era que as ideias republicanas que começavam a ser reativadas pudessem coincidir com o DNA de José de Alencar.
5. Neste ano de 2010, em que o Brasil registra e comemora a assunção de uma mulher ao cargo de presidente da República, faltaram as comemorações em memória de Bárbara de Alencar, primeira mulher política brasileira, primeira presidente de República, do Crato, e mãe de outro presidente de República, do Ceará. E, quem sabe, ancestral de outro cearense Alencar presidente: Humberto. A conferir.
Fonte: "Ex-Blog do César Maia"

Um comentário:

Mariana disse...

Interessante e aposto que não pensava ser chamada de "presidenta", nem iria querer só mulheres como ministros, secretários e auxiliares...governaria com os brasileiros prá brasileiros, independente de sexo,rs...a nossa, parece que tem verdadeira aversão ao sexo masculino, com essa conversa fiada de acabar com o "machismo". Até a segurança dela, na posse, será feita por seis mulheres, ladeando o seu carro no desfile em Brasília.
No avião presidencial, mandou trocar os comissários de bordo, homens, por mulheres. Mulheres demais em seu govêrno, a maioria sem inspirar tanta confiança. Que bandeira idiota! Ela poderia tentar inovar, criando a "República da Competência", ou a dos "incorruptíveis", por aí...