O documentário "Leonardo Pareja", ou "Vida Bandida", apesar de não ter sido exibido em cinemas ou festivais, foi a primeira experiência de Régis Farias, filho do ator Reginaldo Farias, com o áudio-visual. Ele produziu, fez o roteiro e dirigiu, em 1996, meio impulsivamente, sem medir conseqüências, e considera o resultado como "consistente e relevante, mesmo que cru em certos aspectos". Foi lançado pelo "Canal Brasil", da Rede Globo, em 1998.
Em agosto de 1996, Régis Faria colocou sua vida em risco para realizar o documentário. O assaltante e seqüestrador Leonardo Pareja estava preso em uma penitenciária de Goiás. "Quisemos entrar sem a polícia e assinamos um termo de responsabilidade sobre nossas vidas. Eu e uma equipe de mais quatro pessoas. Primeiro, entrevistei Pareja para fazer um roteiro. Depois, ficamos uns sete dias gravando as entrevistas", contou Régis Faria.
Segundo o cineasta, Leonardo Pareja era "muito vaidoso. Denunciava um monte de coisas, mas não por real preocupação, porque sabia que a opinião pública ficaria do seu lado". No último dia de filmagem, ele conta que de repente, no meio da entrevista, os presos começaram uma rebelião. Um monte deles com faca na mão. Colocaram no nosso pescoço e nos colocaram nas celas. Então disseram que era brincadeira, só para a gente sentir a adrenalina".
Até morrer assassinado na prisão, Leonardo Pareja telefonava pra Régis Faria. "Ligava e queria saber quando o programa iria ao ar", lembra.
O documentário tem cenas dramatizadas, nas quais o bandido é interpretado por Maurício Branco. A exibição do documentário no "Canal Brasil" foi considerada como uma oportuna iniciativa de exibir uma análise das motivações e feitos de um bandido conhecido. "O produto resultante merece ser incluído entre os melhores veiculados pela televisão", foi considerado.
Segundo o cineasta, Leonardo Pareja era "muito vaidoso. Denunciava um monte de coisas, mas não por real preocupação, porque sabia que a opinião pública ficaria do seu lado". No último dia de filmagem, ele conta que de repente, no meio da entrevista, os presos começaram uma rebelião. Um monte deles com faca na mão. Colocaram no nosso pescoço e nos colocaram nas celas. Então disseram que era brincadeira, só para a gente sentir a adrenalina".
Até morrer assassinado na prisão, Leonardo Pareja telefonava pra Régis Faria. "Ligava e queria saber quando o programa iria ao ar", lembra.
O documentário tem cenas dramatizadas, nas quais o bandido é interpretado por Maurício Branco. A exibição do documentário no "Canal Brasil" foi considerada como uma oportuna iniciativa de exibir uma análise das motivações e feitos de um bandido conhecido. "O produto resultante merece ser incluído entre os melhores veiculados pela televisão", foi considerado.
O "Especial Leonardo Pareja", com duas horas de duração, foi exibido entretanto sem maior destaque prévio. "O especial recontou a história do ex-garoto de classe média goiana que, empobrecido, conheceu a criminalidade e tornou-se uma de suas estrelas fulgurantes, a partir do seqüestro de uma garota baiana, que teve Feira de Santana como cenário. Trata das fugas, perseguições, prisões, denúncias e rebeliões que protagonizou em seguida. Dotado de capacidade de verbalização, Leonardo Pareja criou uma mística do bandido heróico, romântico, invencível, e humilhou seguidamente a Polícia e a Justiça, antes de tombar crivado por oito balas em 1996, na mesma colônia penal onde comandou um motim carcerário. Era, sem dúvida alguma, um personagem em busca de um autor e os encontrou na dupla figura do diretor Régis Faria e de seu pai, Reginaldo Faria, que assina a pesquisa e a narração do documentário. Parece claro que os Faria fascinaram-se com Pareja pelas semelhanças com o bandido carioca Lúcio Flávio, imortalizado no cinema num dos melhores trabalhos de Reginaldo. Cada qual no seu tempo e a seu modo, eles contribuíram para uma discussão séria das motivações da criminalidade e das condições carcerárias do país. E foi com esse enfoque investigativo e analítico que os Faria realizaram o seu filme, sem descuidar dos apelos dramáticos que uma boa história deve ter e que esta, especialmente, exigia".
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