De candidatura única e encenação

Bem pertinente a ánálise que começa a ser feita sobre o jogo político da eleição de Feira de Santana. É que o governador Jaques Wagner junto com o ministro Geddel Vieira Lima devem conduzir a campanha da oposição neste município. Este entendimento surge com a querela entre o deputado estadual José Neto e o deputado federal Sérgio Carneiro - que não interessa aos líderes maiores.

O primeiro era o candidato preferencial de Wagner (afinal, é o único que defende o governo estadual em Feira) e com ele fora da disputa, depois da fragorosa derrota nas prévias, a "facilidade" de acordar uma candidatura única da oposição, já no primeiro turno (em 5 de outubro).

Todo barulho que está sendo feito pelo petista derrotado e seus simpatizantes tem tudo a ver com a questão - faz parte de encenação -, pois colocaria o governador e o ministro em ação para decidir pelo deputado federal Colbert Martins Filho como candidato único para enfrentar o candidato do prefeito José Ronaldo de Carvalho.

A oposição considera que não existe a mínima garantia de nova rodada, em 26 de outubro. E não há de querer arriscar com mais de um candidato, inclusive com os inúmeros nanicos que se apresentam como pretendentes.

Sabe-se que o governador pode chegar para Sérgio Carneiro (como poderia chegar para José Neto) e pedir para que ele desista da candidatura em benefício da unidade - eles são petistas e devem se entender. Mas, não pode fazer a mesma solicitação ao peemedebista. Colbert Filho, inclusive já declara sobre candidatura única, com todos apoiando sua candidatura.

Ao que tudo indica, a costura da candidatura única será efetivada em pleno Carnaval, em Salvador. Com isso, a folia de Sérgio na Micareta pode acabar.