Do deputado Eduardo Cunha, do Rio de Janeiro,
líder do PMDB na Câmara Federal, em entrevista publicada pelo jornal "Valor
Econômico", edição desta sexta-feira, 10:
"Em nenhum ministério o PMDB tem
poder";
"O governo da presidente Dilma Rousseff é avesso
à política, tem um discurso da tecnocrata";
"O
Palácio do Planalto com a Medida Provisória patrocinou interesses econômicos de
quatro grupos", dois em Santa Catarina, um em São Paulo e um na Bahia";
"A aliança PMDB-PT não implica na aceitação
automática de tudo o que sai do Planalto, como se fosse uma Bíblia";
"Onde está escrito que toda Medida Provisória
que o governo mandar pra cá, o seu conteúdo eu tenho que concordar integralmente,
senão a aliança não vale?";
"Este governo não debate. Não articula e
depois quer impor o que o tecnocrata decide. Eu garanto que quem escreveu essa
MP nunca viu um contêiner na vida";
"A participação do partido do
vice-presidente nos programas de governo é zero. Zero. Absolutamente zero.
O PMDB se sente absolutamente subrepresentado dentro do governo. Mas não é por
isso que estamos deixando nem vamos propor deixar a aliança";
"O presidente Lula fazia reuniões com o
conselho político, debatia as matérias antes. Nunca houve reunião de conselho
político depois que assumi a liderança. No governo Dilma tem mais de ano que
não tem";
"É um governo avesso à política, tem um
discurso da tecnocracia, porém a tecnocracia que predomina nem sempre é a que
tem razão. Às vezes tem, às vezes não";
"O problema é que a verdade absoluta não
pode pertencer a uma tecnocracia que está instalada nos gabinetes. Ela não pode achar
que tem que impor ao Congresso Nacional as suas vontades dessa maneira. Não
pode virar dogma. Isso aqui é o Parlamento, tem que ser respeitado como
tal."
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