Cubanos fazem uma sopa na rua em Havana
Por Luis Dufaur Escritor, jornalista, conferencista de política internacional, sócio do IPCO, webmaster de diversos blogsMilhões de cubanos iniciaram uma escura fase sem eletricidade nas suas casas de vários dias sendo imprevisível quando ela acabará definitivamente, registrou reportagem do "La Nación".
O "camarada socialista" responsável pela eletricidade do país, Lázaro Guerra, confirmou que o sistema elétrico nacional colapsou, acrescentando que o desastre só era parcial.
Porém nada prometeu sobre quando voltaria a energia inclusive na capital de Havana com quase dois milhões de cidadãos mais do que favelizados.
As falhas em série na rede elétrica mostrou o evidente: o governo não pode restaurar a energia aos residentes exaustos debilitados por grave escassez de alimentos, medicamentos e combustível.
O furacão Oscar serviu de para-ventos acenando para uma "situação extremamente perigosa" no leste de Cuba que já estava sem eletricidade nem comunicações antes da tempestade que trouxe ventos de até 160 quilômetros por hora.
A rede elétrica nacional de Cuba iniciou sua série de colapsos na semana passada. Logo as autoridades falaram de restauração parcial do serviço logo antes de anunciar outro colapso.
Vários vídeos de protestos na capital apareceram nas redes sociais sem se verificar a autenticidade.
Não houve telefones nem Internet cujo tráfego caiu drasticamente no país todo.
Apagão em Havana, não é excepcional num universo de carências
O fato é que a rede nacional está decrépita e os apagões cada vez piores são indissimuláveis.
O governo culpa o embargo comercial dos EUA, a Donald Trump, e faltas peças para operar as destilarias de petróleo.
A nomenklatura comunista cubana culpa os "gusanos" anticastristas refugiado em Miami, publicou "Clarín".
O povo está acostumado a essas mentiradas aduzidas há 65 anos. Ele sabe que em Cuba tudo cai de podre.
Aqueles que alertaram para a putrefação da infraestrutura e pediram a modernização, nunca foram ouvidos. E o antigo sistema de usinas continuou caindo aos pedaços.
Os radicais do socialismo acham que esse é o preço a pagar para manter seu poder a salvo das "deformações anti-revolucionárias".
Hugo Chávez injetou petróleo para não ver um McDonald's em Havana, segundo disse mais de uma vez.
Castro ganhou auxílios da presidência de Barack Obama que trouxe alívio para o culpabilizado bloqueio e com a abertura de rotas turísticas para aposentados norte-americanos expandindo. Lula pagou um bilionário porto em Mariel. Mas não era o embargo, o Covid-19 parou o turismo e não há o que exportar em Mariel.
Chávez morreu e a Venezuela continuou caindo numa ruína que disputa em horror da cubana.
Central elétrica flotante no porto de Havana
A abertura de inversões que sucedeu, a inflação atingiu três cifras, os protestos de 2021 foram castigados com penas extraordinárias, o turismo de burgueses aposentados americanos não voltou e tudo indica que sem energia não voltará mais.
Pelas cifras oficiais a população caiu de 11.181.595 em dezembro de 2021 a 10.055.968 no mesmo mês de 2023. Em 2024, estaria abaixo dos 10 milhões.
Especialistas como Juan Carlos Albizu-Campos, do Centro Cristiano de Reflexão e Diálogo em Cuba, afirmam que só ficam 8,62 milhões. Assim, um quarto da população escapou nos últimos anos.
Precede à Venezuela que caminha para perder dez milhões de habitantes.
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