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sexta-feira, 17 de março de 2023

Sociedade Filarmônica 25 de Março: "Uma joia da Princesa do Sertão"


A resgatada Sociedade Filarmônica 25 de Março estará
  completando 155 anos de existência daqui a pouco mais de uma semana. É mais que sesquicentenária.

O professor Carlos Brito, presidente da instituição, conta que "manter a 25 de Março em atividade é um feito. Para isso, buscamos instrumentos que nos permitissem rendimentos".

Fundada a 25 de março de 1868, "com o objetivo cultural de desenvolver a arte da música ao nível do Teatro e Escola de Piano, já existentes, como a primeira a ser criada na Bahia, a Sociedade Filarmônica Erato Nazarena, fundada em 1863, cinco anos antes da primeira em Feira de Santana".

Na sua primeira diretoria, "abnegados pelo desenvolvimento da 'Divina Arte'", os nomes de Joaquim Sampaio - primeiro intendente de Feira de Santana, entre fevereiro e julho de 1890 -, Juvêncio Erudilho, entre outros”, como informa o professor Carlos Brito, a partir do que consta no Estatuto da secular entidade.

A história diz que "59 anos depois de fundada, em 1927, a 25 de Março, por questões internas, dissolveu o corpo musical e fechou suas portas. E assim ficou durante quatro anos, até 1931, quando o coronel Américo de Almeida Pedra, voltou a residir em Feira de Santana. Foi então que convocou os velhos companheiros, com os quais constituiu uma diretoria, tendo ainda a colaboração de homens de destaque de então, como Arnold Ferreira da Silva, João Marinho Falcão, Raul Ferreira da Silva, Heráclito Dias de Carvalho, Carlos Rubinos Bahia, Adalberto Pereira, Dálvaro Ferreira da Silva e outros que faziam parte da elite feirense. Juntos soergueram a primogênita filarmônica de Feira".

Grande maestro

A Filarmônica 25 de Março teve um grande maestro compositor, o professor Estevão Moura, que "além de ensinar a música e a arte dos instrumentos musicais, ainda compunham músicas das mais diversas categorias".

Em 1977, o maior feito da 25 de Março, quando se classificou entre as quatro melhores  filarmônicas do Brasil, disputando o I Campeonato Nacional de Bandas Civis, promovido pela Fundação Nacional de Arte (Funarte), Mobral e Rede Globo de Televisão. Coincidentemente no dia em que completava seu 109º aniversário, a 25 de Março seguiu para o Rio de Janeiro, viagem em dois ônibus especiais.

A apresentação no festival ocorreu na manhã do domingo, 27 de março. No dia 10 de abril, durante o programa "Concertos Para a Juventude", a transmissão pela Globo. A comissão julgadora deu a nota 7,84 - a mais alta até então alcançada pelas demais - sendo classificada para a fase final, em 22 de abril.

A 25 de Março executou a marcha "Constelação" e o dobrado "Deputado Arnold Silva", ambos de autoria do maestro Estevão Moura. "Não sejam tão egoístas a ponto de terem somente para si o acervo musical desse grande músico. Permitam que todo o Brasil e o mundo dele se aproximem, pois o seu talento precisa ser evidenciado e proclamado", afirmaram então os componentes do júri sobre Estevão Moura.

Maior feito

Em 19 de junho, participou da grande final, ficando em terceiro lugar, representando a Bahia, quando obteve a nota 8,6, perdendo para as representantes de São Paulo e Pernambuco. O terceiro lugar foi um título considerado honroso e que foi festejado por Feira de Santana.

Então, Claudemiro Daltro, o maestro Miro, foi quem regeu o grupo, formado pelos músicos instrumentistas Alfredo, Toninho, Arcanjo e Jacinto (tumbas), José Ferreira, Francisco, João Babau, Agostinho, Farias e Zequinha (trombones), Gilberto, Nagib, Elias, Valdomiro e Zabidiel (pistons), Aquino, Dé, Wilton (trompas), Carlito, Ferreira, Bento e Chicão (saxofones), Tupinam (sax barítono), Elói, Ulisses, Braga, Otoniel, Humberto, Bonfim e Nivaldo (clarinetas), Nilo (requinta), Rafael (flautim), Saul (pratos), Aloisio (bumbo), Raimundo (tambor e caixa).

Texto publicado na edição desta sexta-feira, 17, no "NoiteDia"

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