A resgatada Sociedade Filarmônica 25 de Março estará completando 155 anos de existência daqui a pouco mais de uma semana. É mais que sesquicentenária.
O professor Carlos
Brito, presidente da instituição, conta que "manter a 25 de Março em
atividade é um feito. Para isso, buscamos instrumentos que nos permitissem
rendimentos".
Fundada a 25 de março
de 1868, "com o objetivo cultural de desenvolver a arte da música ao
nível do Teatro e Escola de Piano, já existentes, como a primeira a ser criada
na Bahia, a Sociedade Filarmônica Erato Nazarena, fundada em 1863, cinco anos
antes da primeira em Feira de Santana".
Na sua primeira
diretoria, "abnegados pelo desenvolvimento da 'Divina Arte'", os
nomes de Joaquim Sampaio - primeiro intendente de Feira de Santana, entre
fevereiro e julho de 1890 -, Juvêncio Erudilho, entre outros”, como informa o
professor Carlos Brito, a partir do que consta no Estatuto da secular entidade.
A história diz que
"59 anos depois de fundada, em 1927, a 25 de Março, por questões internas,
dissolveu o corpo musical e fechou suas portas. E assim ficou durante quatro
anos, até 1931, quando o coronel Américo de Almeida Pedra, voltou a residir em
Feira de Santana. Foi então que convocou os velhos companheiros, com os quais
constituiu uma diretoria, tendo ainda a colaboração de homens de destaque de
então, como Arnold Ferreira da Silva, João Marinho Falcão, Raul Ferreira da
Silva, Heráclito Dias de Carvalho, Carlos Rubinos Bahia, Adalberto Pereira,
Dálvaro Ferreira da Silva e outros que faziam parte da elite feirense. Juntos
soergueram a primogênita filarmônica de Feira".
Grande maestro
A Filarmônica 25 de
Março teve um grande maestro compositor, o professor Estevão Moura, que
"além de ensinar a música e a arte dos instrumentos musicais, ainda
compunham músicas das mais diversas categorias".
Em 1977, o maior feito
da 25 de Março, quando se classificou entre as quatro
melhores filarmônicas do Brasil, disputando o I Campeonato Nacional
de Bandas Civis, promovido pela Fundação Nacional de Arte (Funarte), Mobral e
Rede Globo de Televisão. Coincidentemente no dia em que completava seu 109º
aniversário, a 25 de Março seguiu para o Rio de Janeiro, viagem em
dois ônibus especiais.
A apresentação no
festival ocorreu na manhã do domingo, 27 de março. No dia 10 de abril, durante
o programa "Concertos Para a Juventude", a transmissão pela Globo. A
comissão julgadora deu a nota 7,84 - a mais alta até então alcançada pelas
demais - sendo classificada para a fase final, em 22 de abril.
A 25 de Março executou
a marcha "Constelação" e o dobrado "Deputado Arnold Silva",
ambos de autoria do maestro Estevão Moura. "Não sejam tão egoístas a ponto
de terem somente para si o acervo musical desse grande músico. Permitam que
todo o Brasil e o mundo dele se aproximem, pois o seu talento precisa ser
evidenciado e proclamado", afirmaram então os componentes do júri sobre
Estevão Moura.
Maior feito
Em 19 de junho,
participou da grande final, ficando em terceiro lugar, representando a Bahia,
quando obteve a nota 8,6, perdendo para as representantes de São Paulo e
Pernambuco. O terceiro lugar foi um título considerado honroso e que foi
festejado por Feira de Santana.
Então, Claudemiro
Daltro, o maestro Miro, foi quem regeu o grupo, formado pelos músicos
instrumentistas Alfredo, Toninho, Arcanjo e Jacinto (tumbas), José Ferreira,
Francisco, João Babau, Agostinho, Farias e Zequinha (trombones), Gilberto,
Nagib, Elias, Valdomiro e Zabidiel (pistons), Aquino, Dé, Wilton (trompas),
Carlito, Ferreira, Bento e Chicão (saxofones), Tupinam (sax barítono), Elói,
Ulisses, Braga, Otoniel, Humberto, Bonfim e Nivaldo (clarinetas), Nilo
(requinta), Rafael (flautim), Saul (pratos), Aloisio (bumbo), Raimundo (tambor
e caixa).
Texto publicado na edição desta sexta-feira, 17, no "NoiteDia"
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