Por
Reinaldo Azevedo
Leitor, se um gênio aparecer e lhe conceder um só desejo, não caia
na tentação de pedir dinheiro, felicidade, a mulher ou o homem amados. Nada
disso! Considere o seguinte texto: "Não me deixe perder o senso do ridículo!".
Ou você ainda acaba se comportando como um José Eduardo Cardozo, ministro da
Justiça. Ou você ainda acaba repetindo Luís Inácio Adams, advogado-geral da
União. Pense: você terá a sorte que eles não tiveram e poderá se proteger de si
mesmo. Por que escrevo isso?
O ministro da Justiça - sim, ministro da Justiça! - veio a público
para assegurar que é "incorreto" associar o esquema de corrupção na Petrobras à
campanha de 2010 da então candidata do PT, Dilma Rousseff. Segundo Augusto
Ribeiro de Mendonça Neto, um dos dois executivos da Toyo Setal que fizeram
delação premiada, parte da propina paga pela empresa foi convertida em doações
eleitorais ao PT devidamente registradas. Isso teria acontecido entre 2008 e
2011. Em 2010, reitero, Dilma disputou a Presidência da República.
Cardozo acha que há um esforço de "politizar" a questão - como se
ela não fosse, afinal, política, embora também seja de polícia. O ministro,
vejam que curioso!, diz ser impossível saber, a esta altura, qual candidatura
foi beneficiada:
"Há uma leitura política dos fatos que não condiz com aquilo que está dito. Cada um vai ver os fatos como lhe interessa. Por que é a [campanha] presidencial e não a dos governadores? Onde é que está dito isso? Eu não posso cair no jogo da tentativa de politizar [a acusação]. De onde se tira que isso é para a campanha da Dilma?".
"Há uma leitura política dos fatos que não condiz com aquilo que está dito. Cada um vai ver os fatos como lhe interessa. Por que é a [campanha] presidencial e não a dos governadores? Onde é que está dito isso? Eu não posso cair no jogo da tentativa de politizar [a acusação]. De onde se tira que isso é para a campanha da Dilma?".
Cardozo provoca em mim vergonha alheia. É esse o homem que dizem
ser candidato ao Supremo? Se ele mesmo diz que é impossível saber os
beneficiados pelo esquema, como pode negar que tenha sido Dilma? Onde ele
aprendeu lógica? De resto, esse não é seu papel. Que fale o presidente do PT,
Rui Falcão. Que fale o tesoureiro do partido! Por que há de ser o ministro da
Justiça? Mais: Cardozo foi um dos três coordenadores da campanha de Dilma em
2010 - junto com Antônio Palocci e José Eduardo Dutra. Dilma os apelidou de "Os
Três Porquinhos". Então tá.
Adams
Adams, da Família Luís Inácio, advogado-geral da União, também saiu em defesa de Dilma: "Tem de terminar a investigação, ver exatamente o que aconteceu, ver se há responsabilidade, se há dolo inclusive. Mas, em princípio, eu tenho confiança de que o trabalho de campanha foi o mais cuidadoso possível". Segundo o advogado-geral, em 2010, os petistas contavam com uma equipe jurídica que atuava para impedir ilegalidades.
Adams, da Família Luís Inácio, advogado-geral da União, também saiu em defesa de Dilma: "Tem de terminar a investigação, ver exatamente o que aconteceu, ver se há responsabilidade, se há dolo inclusive. Mas, em princípio, eu tenho confiança de que o trabalho de campanha foi o mais cuidadoso possível". Segundo o advogado-geral, em 2010, os petistas contavam com uma equipe jurídica que atuava para impedir ilegalidades.
É mesmo? Adams é advogado-geral da União ou do PT? Ele é pago para
defender os interesses de um órgão de estado ou de um partido? É outro
candidato ao Supremo. Sim, cabe a ele defender a presidente da República contra
eventuais acusações decorrentes do exercício do cargo. No caso em tela, o que
está em questionamento é a candidata do PT à Presidência em 2010.
Os petistas e acólitos perderam qualquer senso de decoro ou de
solenidade. Ministro da Justiça e advogado-geral da União se comportam como
esbirros de um partido político e consideram isso normal e justificável. É
parte da degradação do estado brasileiro promovida pelo petismo.
Fonte: "Blog
Reinaldo Azevedo"
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