Por Josias de Souza
No exercício da presidência do PSDB federal,
o ex-governador de São Paulo Alberto Goldman veiculou em seu blog um texto com
críticas duras à presidente Dilma Rousseff. Ele a acusa de fazer campanha
eleitoral "com recursos públicos" e de fazer uma "verdadeira intimidação" dos
eleitores.
Segundo Goldman, Dilma "correu por diversas
cidades do país para participar de atos políticos a favor dos candidatos do seu
partido, o PT." Fez isso "consumindo dinheiro dos nossos impostos", já que as
despesas foram custeadas com verbas públicas - "desde os meios de locomoção até
o uso de equipes de servidores."
O envolvimento do Tesouro na campanha já
seria, no dizer Goldman, "uma distorção das funções que o maior dirigente
público deve respeitar." O dirigente tucano anota que há algo "mais grave" na
participação de Dilma na campanha municipal de 2012.
"De forma explícita ou implícita, ela procura
convencer os seus ouvintes de que a eleição do seu candidato preferido é uma
forma de garantir o acesso do novo prefeito aos recursos públicos federais",
escreve Goldman. "Portanto o povo daquele município só teria acesso a recursos
para melhorar a sua vida se elegesse o seu 'companheiro'."
Goldman chama de "revoltante" a atitude da
presidente. Por quê? "O que Dilma faz é uma verdadeira intimidação: levar o
eleitor a votar naquele que ela quer para que ele possa ter aquilo que é o seu
direito. Não é possível aceitar que cada cidadão do país seja tratado de forma
diferenciada, dependendo da decisão livre e democrática que teve no ato de
votar."
No último parágrafo, o ex-comunista Goldman
compara o procedimento de Dilma com os métodos do regime dos generais: "A
ditadura militar era menos cínica e mais transparente. De imediato, impedia o
acesso do cidadão ao voto livre. Dilma faz pior. Procura, na base da ameaça
clara ou velada, obter, ou melhor, 'comprar', o voto do eleitor."
Goldman arremata: "Uma vergonha para quem diz
ter sido torturada por lutar pela livre expressão da vontade popular." Vice-presidente
do PSDB, Goldman foi à presidência interina da legenda por conta do afastamento
temporário do titular Sérgio Guerra, com problemas de saúde.
Pela lei, um presidente da República não pode
deslocar-se em vôos de carreira e sem o aparato de segurança. O PT diz que, a
exemplo do que fizera na presidência de Lula, devolve ao erário o dinheiro
gasto nos deslocamentos eleitorais de Dilma. Porém…
Nem o partido nem o Planalto divulgam a
contabilidade das viagens. O contribuinte fica sem saber se o partido devolve
ao Tesouro apenas o dinheiro do combustível do avião presidencial ou se o
ressarcimento cobre também as despesas com a hospedagem e o deslocamento em
terra de Dilma e do seu staff.
Quanto à "intimidação" de que fala Goldman, a
presidente costuma calibrar o seu discurso. Por exemplo: em Manaus, onde pediu
votos para Vanessa Grazziotin (PCdoB), Dilma realçou em seu pronunciamento as
parcerias que o governo federal oferece aos prefeitos em programas
habitacionais e de creches.
Sem mencionar o nome de Amazonino Mendes
(PDT), atual prefeito de Manaus, Dilma disse que a prefeitura se abstém de
credenciar-se para receber as verbas federais. Algo que deixaria de ocorrer se
Vanessa fosse eleita. Ficou subentendido que a população continuaria
desassistida caso optasse pelo tucano Arthur Virgílio, que disputa a cadeira de
prefeito com a preferida de Lula e Dilma.
Além de Manaus, Dilma participou nos últimos
dias das campanhas de candidatos petistas em três municípios. Em Campinas (SP),
pediu votos para Márcio Pochmann, que mede forças com Jonas Donizette, um
filiado do PSB apoiado pelo PSDB.
Em São Paulo, Dilma escalou o palanque de
Fernando Haddad, que disputa com o tucano José Serra, de quem Goldman foi vice
e herdou a cadeira de governador de São Paulo, em 2010. Em Salvador, a presidente
participou de comício de Nelson Pelegrino, adversário de ACM Neto, do Democratas.
Fonte:
"Blog Josias de Souza"
Um comentário:
Vergonhoso. Só a criatura de Lula não percebe isto.
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