Por
Augusto Nunes
Depois de se queixar do "baixo nível" da
campanha presidencial de 2010, Dilma Rousseff resolveu explicar na discurseira
no bairro de Cajazeiras (rebatizado de Cazajeiras pelo neurônio solitário) por
que o companheiro Nelson Pelegrino merece virar prefeito da capital da Bahia: é
mais alto (e bem mais gordo) que o adversário ACM Neto (1m67, 60 quilos).
"Salvador não merece um governinho", começou. Como a plateia pareceu não ter
captado a mensagem cifrada, a palanqueira sem rumo tentou ser explícita:
"Salvador não pode ter uma administração pequenininha".
Como até Dilma Rousseff sabe que não se mede
com fitas métricas a eficiência de um governante, está claro que quis
constranger o neto de Antonio Carlos Magalhães com uma provocação
preconceituosa. A sorte da presidente é que o senador morreu em 20 de julho de
2007. Ela não escaparia de um revide semelhante ao que nocauteou em 4 de julho
de 1984 o brigadeiro Délio Jardim de Mattos, ministro da Aeronáutica do governo
João Figueiredo.
Irritado com o ex-governador da Bahia que
passara a apoiar a candidatura de Tancredo Neves depois da vitória de Paulo
Maluf na convenção do partido governista, Délio qualificou de "traidores" os
dissidentes que garantiriam o fim do regime militar no Colégio Eleitoral. No
mesmo dia, com m bilhete manuscrito, ACM replicou: "Trair os propósitos de
seriedade e dignidade da vida pública é fazer o jogo de um corrupto cujos
arquivos dos órgãos militares estão com as provas de corrupção e improbidade".
Não houve tréplica. E é improvável que
houvesse agora se ACM Neto afirmasse que o Brasil é que não merece uma
Presidência obesa, carrancuda, grosseira com adversários e obediente a
padrinhos. O avô já teria dito isso. Isso e muito mais.
Fonte: "Direto
ao Ponto"
Um comentário:
Com certeza,rs...e seria aplaudido.
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