"... na política, fora do Congresso, não há maioria/minoria!"
Por César Maia
1. Em jantar na semana passada com o presidente do DEM em Brasília, o ex-primeiro-ministro da Espanha, José Maria Aznar, falou dos riscos de se imaginar que a política se decide no parlamento. Risco, especialmente para a Oposição. O Parlamento - segundo Aznar - é a casa das formalidades, dos registros, da votação das leis. Por mais que sua atividade seja divulgada, poucos assuntos são de interesse e mobilizam a população. Lembrou que - mesmo nos regimes parlamentares hoje - as eleições são presidenciais, diretas, candidatos-eleitores.
2. O fundamental, para Aznar, é que as lideranças políticas falem para a população, desde ou fora do parlamento. E que destaquem os assuntos que despertem a atenção dos eleitores. Lembra que o interesse da imprensa pelo parlamento é muitas vezes maior que o interesse das pessoas.
3. A imprensa - fazendo o controle dos políticos - tem enorme interesse em acompanhar o conteúdo das leis que são votadas. Mas por mais destaque que dê, só nichos específicos de opinião se interessam. Claro que este acompanhamento é muito importante, mas não mobiliza opinião pública. Para fora do parlamento, os assuntos que mais a interessam são relativos ao comportamento e os desvios de conduta de parlamentares e autoridades do governo. E é nesse nicho que cruzam os interesses da imprensa e dos eleitores.
4. A oposição parlamentar se mede pelo quantitativo, mas a oposição política, não. E muito mais ainda num mundo de novas mídias. Os políticos que "suítam" a imprensa para conseguir espaços, conseguem muito mais pela aparição de seus nomes e imagens que pelo conteúdo das leis em debate. Um exemplo atual é o caso Palocci, de claro interesse dos eleitores, pois confirma a percepção, que têm e generalizam, quanto ao comportamento dos políticos.
5. Um fato como esse "faz" a oposição, e a torna politicamente majoritária, mesmo tendo apenas 20% da Câmara de Deputados. É um "tipping point". Muitos outros fatos assim e não apenas de comportamento, passam na frente da oposição que, preocupada em "suítar" a imprensa, se esquece de sua função dirigente, que é pautar a imprensa. Até porque, na maioria das vezes é a imprensa que sai na frente nos casos de corrupção de políticos, como aquele.
6. Não há maioria e minoria na política fora do parlamento. A maioria se constrói nos fatos e na conjuntura. Mas, para isso, é necessário que a oposição identifique esses fatos e saiba construir os canais de comunicação, pautando a impressa, por comunicação direta e pelas novas mídias.
7. Os multiplicadores de opinião são imprevisíveis. Por isso mesmo, há que se arriscar com muitos casos, reduzindo a imprevisibilidade dos mesmos. Os instrumentos de análise estão fartamente disponíveis. As bolas não entram se não se chuta a gol. E quanto mais se chuta, maior a possibilidade de entrarem. E o time dos "indignados" é o que tem - sempre - a maior torcida.
2. O fundamental, para Aznar, é que as lideranças políticas falem para a população, desde ou fora do parlamento. E que destaquem os assuntos que despertem a atenção dos eleitores. Lembra que o interesse da imprensa pelo parlamento é muitas vezes maior que o interesse das pessoas.
3. A imprensa - fazendo o controle dos políticos - tem enorme interesse em acompanhar o conteúdo das leis que são votadas. Mas por mais destaque que dê, só nichos específicos de opinião se interessam. Claro que este acompanhamento é muito importante, mas não mobiliza opinião pública. Para fora do parlamento, os assuntos que mais a interessam são relativos ao comportamento e os desvios de conduta de parlamentares e autoridades do governo. E é nesse nicho que cruzam os interesses da imprensa e dos eleitores.
4. A oposição parlamentar se mede pelo quantitativo, mas a oposição política, não. E muito mais ainda num mundo de novas mídias. Os políticos que "suítam" a imprensa para conseguir espaços, conseguem muito mais pela aparição de seus nomes e imagens que pelo conteúdo das leis em debate. Um exemplo atual é o caso Palocci, de claro interesse dos eleitores, pois confirma a percepção, que têm e generalizam, quanto ao comportamento dos políticos.
5. Um fato como esse "faz" a oposição, e a torna politicamente majoritária, mesmo tendo apenas 20% da Câmara de Deputados. É um "tipping point". Muitos outros fatos assim e não apenas de comportamento, passam na frente da oposição que, preocupada em "suítar" a imprensa, se esquece de sua função dirigente, que é pautar a imprensa. Até porque, na maioria das vezes é a imprensa que sai na frente nos casos de corrupção de políticos, como aquele.
6. Não há maioria e minoria na política fora do parlamento. A maioria se constrói nos fatos e na conjuntura. Mas, para isso, é necessário que a oposição identifique esses fatos e saiba construir os canais de comunicação, pautando a impressa, por comunicação direta e pelas novas mídias.
7. Os multiplicadores de opinião são imprevisíveis. Por isso mesmo, há que se arriscar com muitos casos, reduzindo a imprevisibilidade dos mesmos. Os instrumentos de análise estão fartamente disponíveis. As bolas não entram se não se chuta a gol. E quanto mais se chuta, maior a possibilidade de entrarem. E o time dos "indignados" é o que tem - sempre - a maior torcida.
Fonte: "Ex-Blog do César Maia"
Um comentário:
E nisto tudo, mais uma vez, a coonstatação de que o povo é soberano e só êle é capaz de reverter qualquer quadro. A oposição sendo inteligente, sabendo convencê-lo, por maior que seja a base do govêrno, tudo é possível, nas eleições seguintes.
E a imprensa, também, pode ser um fator preponderante nêsse processo, facilitando ao povo, uma melhor escolha.
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