Trechos de matéria "Números apresentados pela Sefaz mostram um governo paralisado", publicada no "Bahia Já" (www.bahiaja.com.br), do jornalista Tasso Franco:
Os números apresentados na Assembléia Legislativa pelo secretário estadual da Fazenda, Carlos Martins, referentes a Avaliação do Cumprimento das Metas Fiscais - 1º quadrimestre de 2008 - revelam que, apenas 15,11% do total do orçamento em investimentos para este ano foram aplicados até 9 de junho. Isso representa uma queda na qualidade dos serviços e paralisia em alguns segmentos.
Do orçamento atual previsto R$ 1.667 bilhão, o valor empenhado só atingiu R$ 252,4 milhões, sendo que as três áreas bases críticas objetos frequentes de destaque na mídia - Segurança Pública, Saúde e Educação - dos investimentos orçados para execução, em 2008, só foram aplicados, respectivamente, 13,80% (R$ 11,1 milhões), 25,61% (R$ 39 milhões) e 17,95% (R$ 21,746 milhões).
Em algumas secretarias consideradas fundamentais para o governo os dados são ainda mais assustadores: Agricultura 7,49% (R$ 21,7 milhões); Trabalho, Emprego, Renda e Esporte 7,51% (R$ 1,9 mihão); Infra-Estrutura 17,25% (R$ 54,3 milhões); Desenvolvimento Social e Combate a Pobreza 12,53% (R$ 7,9 milhões); Desenvolvimento Urbano 12,76% (R$ 55.4 milhões); Desenvolvimento e Integração Regional 1,43% (R$ 800 mil); Turismo 6,17% (R$ 1,3 milhão).
Como o governo possui em caixa R$ 1.788 bilhão o problema não está na falta de dinheiro e sim na competência administrativa. Segundo o líder da oposição na AL, deputado Gildásio Penedo (DEM), o que existe de real "é incompetência gerencial e/ou formação de um caixa para demandas futuras, em 2010". Entende que não existem outras justificativas quando setores essenciais à população, como a saúde e a segurança passam por dificuldades.
LAMENTÁVEL
O deputado Penedo diz que ficou abismado com os dados apresentados pelo secretário Carlos Martins, sobretudo porque há muito dinheiro em caixa e o governo "não investe em benefício dos baianos, em melhoria da educação; em aquisição de equipamentos e viaturas para as polícias Civil e Militar, na abertura de novos postos de atendimento à Saúde".
O líder da minoria acha que essa situação vai ficar ainda pior porque "estamos em ano eleitoral e os gastos passam a ser mais limitados", lamentou. Para o deputado, essa falta de vontade do governo em investir em benefício dos baianos, apesar de ter dinheiro em caixa para tal, é resultado de uma política da letargia empregada pelo governador Wagner no Estado.
Já o deputado João Carlos Bacelar (PTN) classifica a atitude do governo como "medíocre e lamentável" situando que, diante de tantas tragédias que estão acontecendo na Região Metropolitana de Salvador e na cidade do Salvador, com frequentes chacinas e homicídios, o governador viaja para o exterior para fazer uma palestra. "Tomara que não perca o horário como aconteceu no México", finalizou.
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