Recentemente, Yves São Paulo, pós-doutorando (Uefs), doutor e mestre em Filosofia (Ufba), graduado em Filosofia (Uefs), publicou a coletânea "Olney São Paulo Por Ele Mesmo", com os artigos, crônicas e entrevistas publicadas em jornais e revistas por Olney São Paulo ao longo da carreira. "Está longe de ser um trabalho definitivo. Um esforço para fazer a obra dele ser melhor compreendida e os pesquisadores (e curiosos) acessarem esse material de forma facilitada", considera o organizador.
Impressão sob demanda:
https://www.editorafi.org/ebook/b62-olney-saopaulo-ele-mesmo
Olney São Paulo foi cineasta e escritor, nascido em Riachão do Jacuípe, Bahia, tendo passado grande parte de sua vida em Feira de Santana, e posteriormente no Rio de Janeiro, onde realizaria a maior parte de sua produção fílmica. Membro do Ciclo Baiano de Cinema (1959-1965), realizou o filme derradeiro do movimento, e o único inteiramente produzido no interior do estado, "Grito da Terra".
Com a mudança para o sudeste, realizou "Manhã Cinzenta", que foi selecionado para festivais internacionais, dentre eles a Quinzena dos Realizadores, do Festival de Cannes, sendo premiado no Festival de Oberhausen, na Alemanha. Por este filme, foi perseguido pela ditadura, preso, submetido a torturas e a um longo processo em que foi obrigado a defender seu filme.
Ao longo de toda sua carreira, manteve ativa colaboração com a imprensa, como repórter ou concedendo entrevistas como diretor de cinema. Neste livro, encontramos grande parte da produção de Olney, publicada ao longo de três décadas, iniciadas ainda nos anos 1950, quando escrevia uma coluna de crítica de cinema para o jornal da escola.
Os textos encontrados descrevem um panorama de inspirações e influências, de movimentações e inquietações, de maturações de ideias e experiências em meio ao cinema nacional. Além do aspecto biográfico dos textos, temos um verdadeiro testemunho de um membro do Cinema Novo quanto às ideias que compunham o movimento vindas de um de seus realizadores mais singulares (um sertanejo que cresceu no sertão e filmou neste espaço), desde a derrocada do filme de chanchada até a identificação de diretas influências estéticas de cinematografias modernas, como os filmes de Alain Resnais (França) e Akira Kurosawa (Japão). Fecha a antologia um conto não publicado na coletânea "A Antevéspera e o Canto do Sol", publicada pelo autor em 1969, apresentando também seu lado ficcionista.
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