"O som aniquila a grande beleza do silêncio. " - Charles Chaplin (1889-1997)
Nos primórdios da história do cinema, no final do século XIX, os filmes eram mudos, não tinham trilha sonora.
No período mudo, o entendimento dos filmes era através da ênfase nas expressões corporal e facial, nos gestos suaves e na pantomima, além da inserção de legendas, intertítulos - letreiros explicativos -, que tinham o objetivo de tornar o enredo mais claro para os espectadores.
Os filmes do cinema mudo eram mais lentos - com 16 a 20 quadros por segundo -, do que os filmes sonoros - com 24 quadros por segundo. Esta técnica era utilizada para acelerar a ação, especialmente nas comédias.
Os filmes, celuloides, eram feitos de nitrato. Com a falta de cor natural de processos disponíveis, os filmes eram mergulhados em corantes e tingidos de vários tons e matizes para sinalizar um humor ou representar um momento do dia. Cenas noturnas eram representadas em azul, enquanto amarelo significava o dia. O fogo era representado em vermelho e o verde representava uma atmosfera misteriosa.
Por cerca de 30 anos, o cinema se resumiu a esta modalidade, que já passava ao público, mesmo sem som, a magia que seria sua marca nos anos seguintes.
Nos locais de exibição das películas, em cine-theatros, as cenas cinematográficas eram acompanhadas por compassos tocados por orquestras. A escolha sonora dependia, muitas vezes, do ponto de vista do maestro sobre a obra em exibição.
A qualidade dos filmes mudos - especialmente os produzidos na década de 1920 - muitas vezes foi considerada alta.
Texto de Dimas Oliveira incluído no livro "A Arte do Silêncio em Feira de Santana"
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