A comoção
provocada pela "bomba" da revista IstoÉ emudeceu os principais líderes do PT,
ontem, por uma simples razão: todos sabem que o senador Delcídio do Amaral
(PT-MS) não mentiu. Parlamentares e jornalistas que cobrem o Congresso conhecem
quase todas as histórias contadas pelo senador. Histórias que apenas aguardavam
que as assumisse alguém com a confiabilidade de um Líder do Governo.
Espalhafato
As
revelações de Delcídio provocaram reação espalhafatosa de Dilma, que gritou e
até chorou, em reunião com ministros mais íntimos.
Fim da linha
O
desespero de Dilma passou a impressão a Jaques Wagner e José Eduardo Cardozo e
assessores que seu governo chegara ao fim.
Desespero
Do tipo "boa vida", Jaques Wagner foi o mais afetado pela reação de Dilma. Apareceu
descabelado diante de repórteres atacando Delcídio.
Delação autêntica
O pânico
voltou a se estabelecer no Planalto no final da tarde, quando fontes do
Ministério Público confirmaram a autenticidade da delação.
PT agora estuda até mesmo mudar
de nome
A
situação do PT se deteriorou tanto que um grupo de filiados, entre os quais o
ex-governador gaúcho Tarso Genro e o senador Lindbergh Fatias (RJ), articula a "refundação" do partido, retomando suas origens, situando-se mais à esquerda e
longe das alianças com partidos como PMDB, PP, PR e PTB. Eles continuam
manipulando os fatos: atribuem a essa "má companhia" ladroagens como a do
mensalão e do petrolão.
Simpatia é quase amor
O líder
do governo no Senado, Humberto Costa (PT-PE), que evitou comentar a delação de
Delcídio, é simpático à "reestruturação do PT".
Plano já existia
Humberto
Costa considera que o movimento para "refundar" o PT, ainda secreto, é anterior
à delação de Delcídio.
Terra arrasada
Na
Câmara, a oposição definiu o episódio como o fim do PT. "O PT acabou", garante
o deputado Jerônimo Goergen (PP-RS).
Prisão de gente grande
O
procurador-geral Rodrigo Janot trancou-se ontem, durante horas, com os
principais assessores, que foram orientados a deixar celulares em casa. Sinal
de que gente graúda pode estar prestes a ser presa.
Sobrou para Cardozo
Sites
simpáticos ao PT tentam desqualificar a repórter da revista IstoÉ, insinuando
relações com o ministro José Eduardo Cardozo, e o suposto interesse dele em
vazar a delação de Delcídio, para se "vingar" de Lula.
Espelho meu
Leitores
desta coluna sabem desde 8 de dezembro que Delcídio do Amaral negociava delação
com o Ministério Público Federal. Souberam também em primeira mão que ele só
foi solto após oficializar a oferta.
Cadê os defensores?
Petistas
correram da imprensa como o diabo da cruz, ontem. À aproximação de um repórter
desta coluna, a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), por exemplo, saiu em
disparada. Mas acabou falando. Só ela e o deputado Henrique Fontana (PT-RS). Os
demais escafederam.
Famiglia Lula
O termo "consigliere", usado por Delcídio para definir o papel do fazendeiro José
Carlos Bumlai junto a Lula, refere-se ao principal consultor do "capo di tutti
capi" (o chefe dos chefes) da máfia.
Vai esperar sentado
O
presidente da OAB faz uma aposta que sabe perdida. Ele prometeu pedir acesso ao
STF à delação de Delcídio e à Lava Jato para só então se posicionar sobre o
impeachment. Cláudio Lamachia deveria saber que o ministro relator Teori
Zavascki tem negado isso reiteradamente.
Ex-senador na certa
O acordo
de delação pelo qual colocou Dilma e Lula na cena do crime selou a sorte de
Delcídio Amaral. Os governistas agora devem acelerar o processo de cassação do
seu mandato, no conselho de ética.
Bombou na Internet
Bombou na Internet, ontem: matar uma criança é infanticídio; matar pessoas, homicídio; a
si próprio, suicídio. Matar um governo: Delcídio.
Fonte: Claudio Humberto
Nenhum comentário:
Postar um comentário