Por Gabriel Castro, na VEJA.com:
O ministro Gilmar Mendes, relator da prestação de contas da
campanha de Dilma Rousseff no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), enxerga "fortes indícios" de que o partido se beneficiou de doações acima do teto
legal.
Mendes pediu à Receita Federal dados complementares sobre
cinco companhias que contribuíram com a campanha de Dilma: a Saepar Serviços, a
Solar BR, a Gerdau Aços Especiais, a Ponto Veículos e a Minerações Brasileiras
Reunidas. O total doado pelas companhias ultrapassa os 10,6 milhões de reais.
Cada empresa pode doar até 2% do faturamento bruto do ano
anterior. Nos casos analisados, o cálculo feito pelo gabinete de Gilmar Mendes
aponta que o total foi descumprido. Por isso ele fez o pedido de mais detalhes
à Receita Federal. Em despacho com data de sexta-feira, o ministro cobra os
números com "máxima urgência", dados os "fortes indícios de descumprimento do
limite para doação".
Nesta segunda-feira, o ministro também deu prazo de 48 horas para
que o Ministério Público Eleitoral se manifeste sobre o parecer técnico que foi
elaborado por especialistas do tribunal – e que pede a rejeição das contas da
campanha da presidente.
Como VEJA revelou em agosto de 2013, parecer técnico pediu a
rejeição das contas de Dilma também em 2010, ano em que a presidente chegou ao
Planalto. Naquele ano, o relator do caso, ministro Ricardo Lewandowski, adotou
uma posição diferente e recomendou a aprovação das contas, no que foi
acompanhado pelos colegas. O ministro chegou a omitir o relatório em seu
parecer final.
A análise da prestação de
contas da última campanha de Dilma está na pauta da sessão desta terça do TSE,
mas a análise depende do Ministério Público Eleitoral, que tem até quarta-feira
para se pronunciar.
Fonte: "Blog
Reinaldo Azevedo"
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