Por Augusto Nunes
Eleito deputado federal em
2006, reeleito em 2010 por milhares de paranaenses irresponsáveis, o
companheiro André Vargas entrou para a história da Câmara no mesmo instante em
que dali saiu. Pelo conjunto da obra, ele já garantira uma jaula de luxo no
zoológico que abriga esquisitices da fauna política tropical. O despejo
consumado na quarta-feira transformou-o num assombro sem similares. Num
Congresso que lembra uma Papuda sem grades, ter o mandato cassado por falta de
decoro equivale a ser expulso do hospício por excesso de loucura - e por
decisão dos demais malucos.
Já em fevereiro, depois de
assumir a vice-presidência da Câmara, Vargas decidiu chegar ao comando da Casa
do Espanto pela rota dos ineditismos. Ao debochar do ministro Joaquim Barbosa
na sessão de abertura do ano legislativo, foi o primeiro parlamentar a insultar
um chefe do Poder Judiciário. Nos meses seguintes, seria também o primeiro
deputado a fazer companhia a Alberto Youssef no noticiário político-policial e
o primeiro figurão do PT punido por um partido que absolve até ladrões
capturados no interior do cofre. Desde hoje, é o primeiro gatuno que a seita
lulopetista ajudou a perder o emprego.
É uma ficha e tanto,
valorizada pelas anotações que mudaram dramaticamente os horizontes de Vargas.
Ele começou 2014 convencido de que terminaria o ano como candidato imbatível à
presidência da Câmara. Vai começar 2015 procurando emprego. E tentando escapar
da candidatura (que a Polícia Federal tornou irreversível) a uma vaga na
população carcerária do Brasil.
Fonte: "Direto ao Ponto"
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