Logo após a confirmação da derrota de Marina Silva (PSB) nas eleições presidenciais, na noite
de domingo, 5, lideranças do PSB e da Rede Sustentabilidade iniciaram as
movimentações para definir qual será a posição das organizações no segundo
turno.
Em declarações na noite de domingo, Marina deu sinais de que
está aberta a apoiar Aécio Neves (PSDB) desde que haja acordo em torno de
pontos programáticos. A ex-senadora, no entanto, afirmou que a decisão será
tomada por PSB e Rede. Marina deve esperar os posicionamentos das organizações
e também fará consultas a aliados mais próximos.
O PSB deverá definir sua posição na próxima quarta-feira, 6,
quando a Executiva Nacional do partido fará uma reunião em Brasília. Já a
cúpula da Rede deve se reunir na noite desta terça-feira, 7. As duas
organizações prometem uma definição até o final da semana.
Lideranças do PSDB, entre elas o ex-presidente Fernando Henrique
Cardoso, já procuraram a campanha de Marina para convencê-la a apoiar Aécio.
Enquanto isso, alguns integrantes da Executiva Nacional do PSB já defendem
publicamente o apoio ao tucano.
O PSB esteve na base de sustentação do governo desde que Luiz
Inácio Lula da Silva foi eleito, em 2002, até setembro de 2013, quando a sigla
desembarcou do governo Dilma Rousseff (PT) e decidiu lançar a candidatura de Eduardo Campos à Presidência. Desde então, os
dois partidos foram progressivamente se afastando. Neste período, o PSB manteve
ou reforçou as alianças regionais com os tucanos, como em São Paulo, onde
Márcio França foi eleito vice-governador na chapa com Geraldo Alckmin.
Enquanto isso, os socialistas mantiveram unidade com o PT em
alguns Estados, como Paraíba e Amapá. Em ambos os Estados, os governadores são
do PSB e concorrem à reeleição com apoio do PT.
Além disso, lideranças históricas do partido, como o presidente
Roberto Amaral, que foi ministro de Lula, e Luiza Erundina, são contrários a
apoiar Aécio e defendem a neutralidade com o argumento de que esta é a única
saída para manter o partido unido.
Declarar apoio a Dilma, no entanto, está praticamente
descartado. Lideranças do PSB se dizem revoltadas com o PT em função dos duros
ataques feitos a Marina durante a campanha.
Já entre a Rede e os aliados mais próximos de Marina, a
tendência majoritária é apoiar Aécio. Além da mágoa com os ataques da campanha
de Dilma, argumentam que a sociedade brasileira deseja mudança. Os integrantes
da organização, entretanto, ressaltam que é importante buscar acordos
programáticos.
Fonte: UOL
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