Por Carla Xavier Viana
Mas, muito mais do que isto,
agradecer porque estão ajudando a resgatar o lar, o tão sagrado lar, a célula
mater da sociedade, que é a família. Na minha casa, depois da aprovação e
execução desta Lei Seca, tenho presenciado como nos fortalecemos, eu, o meu
marido e os meus filhos. Meu marido, um homem honesto e trabalhador, agora
menos freqüente no bar, tem nos dedicado mais tempo, estando mais presente em
casa. Não que ele fosse um beberrão, um alcoólatra, nada disso. Porém, está
mais presente, ao ponto do nosso filho, de 17 anos, que costumava passar grande
parte do tempo com pessoas que sequer eu conhecia, também estar mais em casa,
ora conversando com o pai, ora jogando xadrez ou perguntando coisas da vida,
pois o pai está mais presente, mais em casa, preocupado com a família.
A consequência positiva da
Lei Seca para a nossa família, e acredito que também para outras família, é bem
maior. Meu marido costumava deixar pelo menos R$ 30,00 por dia nos bares, o que
equivale a quase R$ 900,00 por mês (para nossa renda familiar, uma fortuna).
Agora, para março, pela projeção das contas que fizemos, não ficaremos no
vermelho, inclusive após pagar a mensalidade escolar dos nossos filhos. UMA
GRANDE CONQUISTA, SOMADA AO AMOR DA FAMÍLIA. Sei que os donos de bares estão
revoltados, mas é preciso ponderação sobre ganhar dinheiro em cima do prejuízo
alheio, principalmente quando o alheio é o bem-estar da família. Nossa família
não pode pagar um táxi todos os dias para irmos nos divertir, mas sei que
muitos aqui mesmo em Feira de Santana podem; mas, preferem reclamar a se
prevenir em evitar um acidente, ou quem sabe, tirar a vida de inocentes no
trânsito.
Conheço uma mulher que está
colhendo frutos ainda maiores: o marido não a está agredindo fisicamente como
fazia antes da Lei Seca. Muitos problemas da família dela permanecem, mas já
existem resultados satisfatórios.
Quero conclamar a imprensa e
a sociedade a lutar pela permanência da Lei Seca. Sei que temos uma questão
cultural muito profunda, que é o beber, o beber como uma coisa natural, o que
não é. O álcool é mais uma droga como tantas outras, responsável por lares
desfeitos, por assassinatos no trânsito, por empresas falidas, por todos os
tipos de desgraças.
E dizer que uma "latinha de
cerveja" não tira o reflexo de um freio, é ledo engano. Tira, sim, e a vítima
pode ser o seu filho inocente que brinca na rua, um parente próximo, um amigo.
Às autoridades, façam o seu
trabalho, não se deixem levar por pressões e interesses de pessoas que só visam
o lucro, que não respeitam a vida.
Enviado por e-mail
2 comentários:
Ah, me poupe... se teu marido precisou dessa lei para mudar, e você ainda fica exaltando? Ele que deveria ter tomado vergonha na cara sozinho. O brasileiro precisa sempre do estado pra fazer as vezes de babá. Temos que acabar com essa cultura paternalista e começar a nos responsabilizar pelas nossas vidas, parar de dar poderes ao estado pra fazer tudo por nós, seja bom ou seja ruim. Quanto mais damos responsabilidades ao estado, mais ele nos tira em impostos e liberdade.
Já eu acredito que, se é para melhorar, a causa pode ser de qualquer lado, do Estado, das igrejas, de conselhos de vizinhos, da multa de trânsito. O importante é salvar vidas.
Postar um comentário