Por Reinaldo Azevedo
Quem apareceu nesta quinta no seminário
sobre a África, escoltando Luiz Inácio Lula da Silva, o "fanático da CPI"? Ora,
ninguém menos do que Sérgio Cabral, governador do Rio. Sim, estava na
programação, sei bem. Já escrevi aqui que ambos formam a dupla de inimputáveis
da República. Embora com outra origem social e outra formação, Cabral é um bom
candidato a assumir, um dia, o lugar do outro no terreno do vale-tudo,
posso-tudo, nada-me-constrange, falo-o-que-me-der-na-telha…
"Pô, Reinaldo, o seminário é no Rio, e o
governador é a maior autoridade do Estado. É justo que recepcione Lula"… Mais
ou menos. Ex-presidente é autoridade apenas simbólica, não de fato. Haveria
circunstâncias várias, incluindo a doença de Lula, que serviriam para driblar a
aparição pública.
Ocorre que nem um nem outro estão nem aí.
Se houver algum evento em Brasília, Lula desfilará também ao lado de Agnelo
Queiroz (PT), governador do Distrito Federal. A lógica aí é de outra natureza: "Os nossos, nós abençoamos; os deles, nós satanizamos". E fim de papo! Chega a
ser patético que Lula, o verdadeiro articulador dessa CPI - quando ele
imaginava, patética e erradamente, que ela serviria para "destruir a mídia" -
se dê ao desfrute de circular ao lado de Sérgio Cabral depois de tudo o que se
viu de sua farra em Paris ao lado de Cavendish e do alto escalão do governo
fluminense.
Corresponde, se querem saber, à apologia
da impunidade para "os da casa". Lula não escondeu de vários interlocutores que
queria uma CPI para aniquilar oposição e imprensa. Continua a querer. Por isso
o desassombro ao lado do Fauno de Paris. Mas os fatos insistem em se manifestar
contra a sua pretensão.
Fonte: "Blog Reinaldo Azevedo"
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