No "Ex-Blog do Cesar Maia":
1. Este Ex-Blog, em fevereiro de 2009, fez uma análise do personagem Dilma Rousseff, lembrando que a transferência de votos entre políticos, de personagens muito diferentes, é muito difícil. Deu exemplos de candidatos do próprio PT em nível regional, que encarnando personagens distintos, terminaram por ter sua votação em locais muito diferentes. Não foi difícil a Brizola, em 1989, transferir todos os seus votos no RJ e RS a Lula: encarnavam personagens semelhantes, pelo estilo e base social de votos e dicotômicos a Collor.
2. No caso de Lula e Dilma, trata-se de personagens antípodas. Aliás, o personagem Dilma - séria, tecnocrática, vertical, inflexível - foi criado pelo próprio Lula pós-mensalão. Jacques Séguelá, assessor de imagem de Mitterrand, dizia: "Política e Teatro são semelhantes. Mas há uma grande diferença. No Teatro o ator muda de personagem e continua a provocar emoções. Na Política... não!"
3. Elas por elas, as pesquisas mostram que 20% dos eleitores votam em qualquer candidato de Lula, que 20% dos eleitores não votam em nenhum, 20% não estão nem aí e serão a abstenção/brancos/nulos na eleição e 60% dizem que podem ou não votar, dependendo do candidato. É nesse espaço que entra a dúvida sobre a capacidade de transferência de Lula. Mas nesse espaço, 2/3 já se definiram por Serra e Marina. Sobram outros 20%.
4. Lula, do ponto de vista da psicologia social, é um personagem feminino, próximo, amigo, "acarinhável", "vitimizável". Dilma é um personagem, do ponto de vista da psicologia social, masculino, distante, vertical. Desta forma, a partir dos eleitores que votam em qualquer um que Lula indique, ou 20%, o processo de transferência de votos começa a ser complexo. Aqueles, que por alguma razão rejeitam Serra, são objeto de atração mais fácil. E assim por diante se vai deslocando o eleitor para Dilma, até atingir seu teto de recepção dos votos de Lula. E aí..., é com ela.
5. As pesquisas em 2010 mostram Dilma patinando nesses 30%, um pouquinho mais, ou menos. Mas mostram também que ela está sempre mais abaixo entre as mulheres. No último DataFolha ela cai da média de 28% (todos) para 22% entre as mulheres. De nada adianta que um publicitário queira corrigir isso. Por um lado, não dá mais tempo. Por outro, cai na máxima de Séguelá: se descaracterizaria. Talvez Patrus fosse um personagem com perfil mais próximo a Lula. Agora é tarde... Inês é morta!
1. Este Ex-Blog, em fevereiro de 2009, fez uma análise do personagem Dilma Rousseff, lembrando que a transferência de votos entre políticos, de personagens muito diferentes, é muito difícil. Deu exemplos de candidatos do próprio PT em nível regional, que encarnando personagens distintos, terminaram por ter sua votação em locais muito diferentes. Não foi difícil a Brizola, em 1989, transferir todos os seus votos no RJ e RS a Lula: encarnavam personagens semelhantes, pelo estilo e base social de votos e dicotômicos a Collor.
2. No caso de Lula e Dilma, trata-se de personagens antípodas. Aliás, o personagem Dilma - séria, tecnocrática, vertical, inflexível - foi criado pelo próprio Lula pós-mensalão. Jacques Séguelá, assessor de imagem de Mitterrand, dizia: "Política e Teatro são semelhantes. Mas há uma grande diferença. No Teatro o ator muda de personagem e continua a provocar emoções. Na Política... não!"
3. Elas por elas, as pesquisas mostram que 20% dos eleitores votam em qualquer candidato de Lula, que 20% dos eleitores não votam em nenhum, 20% não estão nem aí e serão a abstenção/brancos/nulos na eleição e 60% dizem que podem ou não votar, dependendo do candidato. É nesse espaço que entra a dúvida sobre a capacidade de transferência de Lula. Mas nesse espaço, 2/3 já se definiram por Serra e Marina. Sobram outros 20%.
4. Lula, do ponto de vista da psicologia social, é um personagem feminino, próximo, amigo, "acarinhável", "vitimizável". Dilma é um personagem, do ponto de vista da psicologia social, masculino, distante, vertical. Desta forma, a partir dos eleitores que votam em qualquer um que Lula indique, ou 20%, o processo de transferência de votos começa a ser complexo. Aqueles, que por alguma razão rejeitam Serra, são objeto de atração mais fácil. E assim por diante se vai deslocando o eleitor para Dilma, até atingir seu teto de recepção dos votos de Lula. E aí..., é com ela.
5. As pesquisas em 2010 mostram Dilma patinando nesses 30%, um pouquinho mais, ou menos. Mas mostram também que ela está sempre mais abaixo entre as mulheres. No último DataFolha ela cai da média de 28% (todos) para 22% entre as mulheres. De nada adianta que um publicitário queira corrigir isso. Por um lado, não dá mais tempo. Por outro, cai na máxima de Séguelá: se descaracterizaria. Talvez Patrus fosse um personagem com perfil mais próximo a Lula. Agora é tarde... Inês é morta!
2 comentários:
Esse negocio de transferencia de votos nao existe. Se isso fosse possivel o PT teria feito a maioria dos governadores do pais e o que ocorreu? Ganharam, apenas, na Bahia, Piaui e Para.
Patrus Ananias? Sei não. Não acho que baste ser pobre e coitadinho prá agradar o povão, senão, até o filme do cara teria sido sucesso. Tem que ter algo mais, bem mais. Escutei de uma manicure do RN, no final de semana, considerações sôbre os mandamentos de Lula, que fiquei estarrecida! Sem aceitar quaisquer outros argumentos, tive que escutar tantos absurdos, que saí de lá triste, por ver como reina a ignorância entre tantas pessoas simples, sem estudos, fanáticos, se transformando em robõs repetidores dêsse mantra cretino e mentiroso, "que só Lula prá salvar o povo brasileiro". Deus que me perdoe, mas se Jesus Cristo aparecesse prá essa gente, certamente fficariam em dúvida se devessem crer Nêle, antes de perguntarem ao "cara".
Ainda bem, Serra vencendo, mostrará a esta gente, que é possível ter um país bom, justo, com ordem e progresso, sem que ninguém precise vender a sua alma a qualquer mortal. Fanatismo e idolatria não servem prá nada e só atrasam as pessoas como seres humanos.
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