Apresentar propostas de intervenção em benefício da sociedade em Feira de Santana está entre objetivos principais do Ensaio Científico, projeto pedagógico protagonizado por estudantes feirenses do 9º ano da Escola João Paulo I. Para isso, ao longo do ano eles fazem pesquisas de campo, coletam dados, cruzam informações, elaboram proposições e apresentam suas pesquisas à banca examinadora composta por acadêmicos e pessoas ligadas ao Poder Executivo, entre outros.
"A problematização das enchentes em Feira de Santana nos últimos 10 anos", foi tema do trabalho da equipe de Mariana Tavares. "Escolhemos esse assunto logo no início do ano letivo de 2024, quando chuvas causaram estragos em Feira. Nosso trabalho reforça, através da ciência, a necessidade urgente de um plano de saneamento e drenagem que diminua de fato o impacto das fortes chuvas na nossa cidade", disse a aluna.
O secretário de Planejamento Carlos Brito esteve entre membros da banca que examinou o trabalho de Mariana Tavares e seus colegas. "Projetos de macrodrenagem estão prontos e custam 500 milhões de reais. Temos operação financeira aprovada junto ao Banco Internacional Fonplata, que nos emprestará 90 milhões de dólares para, ao menos, minimizarmos problemas como os apresentados neste trabalho", declarou ele.
Pai da estudante, Ribeiro Tavares considera o Ensaio Científico "muito importante para que estudantes tenham consciência da sociedade em que vivemos e possam melhorá-la”. Outro objetivo desse projeto pedagógico é promover o contato dos alunos com o universo acadêmico já no Ensino Fundamental Anos Finais, pois trabalhos desenvolvidos por eles seguem basicamente mesmos parâmetros do Trabalho de Conclusão de Curso (TCC), elaborado pelo estudante de Ensino Superior ao final de sua graduação.
A aluna Júlia Lira curtiu conhecer, já agora no 9º ano, um pouco do que espera por ela e seus colegas. "É muito importante vivenciarmos o Ensaio Científico, pois ele nos dá uma ideia do que veremos na faculdade", pontuou. Mãe da estudante, Virgínia Lira confirmou palavras da filha. "Muito bom ver evoluções de Júlia e dos demais alunos. Assim, eles vivem um preparo imenso para o futuro", concluiu.
Da escolha do tema à apresentação, alunos foram acompanhados pela professora Paula Brito e contaram com orientações dos seguintes professores: Cosma Oliveira e Karoline Gama (da área de Ciências Humanas); Irla Mota (Linguagens); e Rozilda Ribeiro e Samir Teixeira (Ciências da Natureza). Estudantes e equipe pedagógica são da Escola João Paulo I (JPI).
Temas dos trabalhos apresentados no auditório da instituição de ensino em duas noites de Ensaio Científico foram: 29 de outubro - Uso de repelentes naturais para prevenção das doenças causadas pelo aedes aegypti; Uso excessivo de smartphones e impactos no corpo e na mente dos adolescentes; Análise dos impactos socioambientais e socioeconômicos da ausência de biossegurança no entorno do Cemitério Piedade; Problematização das enchentes nos últimos 10 anos; e Cultura e esporte na educação como instrumentos de mudanças socioespaciais. 30 de outubro - Impactos da ineficácia do sistema único de saúde em promover tratamento adequado para pessoas com doenças raras; Uso da bicicleta como meio de transporte, saúde e bem-estar; Contexto histórico dos impactos das mudanças climáticas e sua relação com a desigualdade social; Violência contra a mulher: Um estudo sobre o posicionamento da Justiça em relação ao enfrentamento do problema; e Criminalidade e sua influência na dinâmica territorial do bairro Santa Mônica.
Enviado por Comunicação JPI
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