Por Reinaldo Azevedo
Escrevo o
que penso - e apenas o que penso - de olho no que considero ser o interesse dos
meus leitores e, sim, acreditem, no bem do meu país e, se pudesse interferir
(atentem para o tempo do verbo), até do mundo. Quando aciono a primeira tecla,
ignoro o que pensam adversários, inimigos, arrivistas, palpiteiros que têm de
arrogantes o que têm de ignorantes, pessoas com interesses contrariados ou
ambições insatisfeitas e congêneres. Não dou bola. Não os leio, e não me
interessa saber o que pensam. Se tenho alguma folga, meu divertimento é ler
textos sobre medicina e direito. Por que perder tempo com gente mais burra do
que eu, não é mesmo? Adiante.
Escrevi há pouco um post sugerindo que Dilma renuncie - o
que não a livraria de responder por eventuais malfeitos, é bom que fique claro.
Só um quadrúpede do direito poderia inferir tal coisa. A presidente perderia o
foro especial por prerrogativa de função. Há quem ache isso hoje um problema
porque acaba havendo apenas um grau de jurisdição. Mas não entro agora nessas
minudências. Vou ao ponto.
Sugeri a renúncia de Dilma porque, afirmei, ela perdeu a
capacidade de governar. Vejam o que aconteceu há pouco no Senado. A casa
endossou a emenda a uma MP aprovada na Câmara que estende a todos os
aposentados as regras de reajuste do salário mínimo. É mais uma paulada no
esforço fiscal - que os peemedebistas, muito realistas, já querem baixar para
0,4% do PIB, ou um terço do que foi definido há pouco mais de três meses.
O governo bem que tentou. Mas falar com quem? Um dos entusiastas
da proposta foi o petista Paulo Paim (PT-RS). Segundo ele mesmo, foi Lula quem
lhe disse que lhe cabe votar "segundo os interesses dos trabalhadores", não do
esforço fiscal.
Se não quiser mais essa bomba contra as contas públicas, Dilma
terá de vetar a medida - sempre restando a chance de o veto ser derrubado no
Congresso, o que pode ser feito por maioria simples.
Quando proponho que Dilma renuncie ou encaminhe uma emenda
parlamentarista que já inclua o seu mandato, não estou tentando atuar como
bombeiro, não. Isso nada tem a ver com o Poder Judiciário, que segue com a sua
independência. Eu estou apenas pensando no bem do país. Se alguém propuser hoje
que todo brasileiro tome compulsoriamente uma injeção no olho, e se a
presidente se mobilizar contra a proposta, estejam certos de que será aprovada.
Dilma não governa mais, mas é governada pela crise.
Fonte: "Blog Reinaldo Azevedo"
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