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segunda-feira, 18 de agosto de 2014

"O que mostra e não mostra a pesquisa Datafolha"

Por Cesar Maia
A Pesquisa Datafolha divulgada pela 'Folha de S. Paulo', nesta segunda-feira, 18, trouxe três resultados que contrariaram as expectativas de muitos. Marina com 21% não é uma delas, pois pesquisas anteriores com seu nome já mostravam esse patamar para ela, com redução dos que não marcavam nenhum deles. Os outros dois resultados sim: por um lado a estabilidade de Dilma, com seus 36%, e de Aécio com seus 20%. E um terceiro: a melhoria da avaliação de Dilma e seu governo.

A expectativa que se tinha era que, além da redução dos que não marcavam nenhum deles, Dilma cairia um pouco, assim como Aécio. A melhoria da avaliação de Dilma - sem nenhuma razão clara - é algo que as expectativas não projetavam. Mas sua entrada afirma que teremos segundo turno.
Os resultados da Pesquisa Datafolha deste fim de semana foram: Intenção de voto. Dilma 36%, Marina Silva 21% e Aécio Neves 20%. Outros 6%. Nenhum deles 17%,  Segundo turno: Marina 47% e Dilma 43%. Dilma 47% e Aécio 39%.  Avaliação Dilma: Ótimo+Bom 38%. Ruim+Péssimo 23%.
Sabe-se que sempre que um fato forte impacta a opinião pública, como o foi o trágico desaparecimento de Eduardo Campos, as curvas de tendência de formação de opinião pública são interrompidas. Nesse sentido, se pode explicar a sustentação de Dilma e Aécio no mesmo patamar.
O que ainda requer uma análise mais cuidadosa é a melhoria acentuada da avaliação de Dilma, o que - contraditoriamente - aumenta a sua intenção de voto no segundo turno contra Aécio e diminui contra Marina. Afinal, as notícias - pelo menos as econômicas - nesta semana, foram ruins.
Provavelmente o impacto emocional pode ter provocado nas pessoas uma reação de solidariedade e proximidade com aqueles que governam. Isso já se viu em outras situações, mas em geral diretamente com quem sofreu a tragédia. Getúlio Vargas é um exemplo: a avaliação de seu governo cresceu muito após o seu suicídio, o que foi fundamental para a eleição de JK.
Nos próximos dias esse quadro tenderá a ser sedimentado e, em seguida, os números de Dilma - intenção de voto e avaliação - deverão retornar ao patamar anterior. O tempo de TV de Marina e a muito menor capilaridade de sua coligação podem transformar estes 21% num teto.
Mas, para isto, as comunicações de Dilma e Aécio deverão ter a sutileza - e o risco - de realizar campanhas sem incluir Marina em suas críticas. E Marina terá que se descolar da tragédia sob pena de produzir uma sensação de demagogia. Vide JK, mesmo com Jango como vice.

Fonte: "Ex-Blog do Cesar Maia"

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