Por Robson Bonin, na
VEJA desta semana:
Ao longo dos quase cinco anos em que comandou o escritório da
Presidência da República em São Paulo, Rosemary Noronha conheceu o céu e o
inferno. Ex-secretária do Sindicato dos Bancários de São Paulo, ela nunca foi
uma mulher de posses. Mas mudou radicalmente nos últimos tempos. Com um salário
de quase 12.000 reais, comprou dois apartamentos, trocou de carro, criou uma
empresa de construção civil e rodou o mundo em incontáveis viagens, até ser
apanhada surfando na crista da onda de uma quadrilha que negociava facilidades
no governo. Rosemary escapou da prisão por um fio. Talvez estivesse no lugar
certo, na hora errada. Talvez o contrário. Um fato, porém, é indiscutível: ela
conhece e tem acesso a quem dá as ordens, conta com amigos influentes que se
preocupam com seu destino. Desde que foi flagrada traficando interesses no
gabinete presidencial, Rosemary vem sistematicamente conseguindo driblar os
processos a que responde. Para isso, a ex-secretária dispõe do apoio de três
grandes bancas de advocacia do país. Escritórios que têm em sua carteira de
clientes banqueiros, corporações, figurões da República, milionários dispostos
a desembolsar o que for preciso para assegurar a melhor defesa que o dinheiro
pode comprar. Rosemary, apesar do perfil diferenciado, faz parte desse
privilegiado rol de cidadãos.
Desde que a polícia fez uma busca em seu escritório e colheu
provas contundentes de que a ex-secretária levava uma vida de majestade, ela
cercou-se de um batalhão de quase quarenta advogados para defendê-la. São
profissionais que, de tão requisitados, calculam seus honorários em dólares
americanos, mas que, nesse caso, não informam quanto estão cobrando pela causa,
muito menos quem está pagando a conta. Acostumado a cuidar dos interesses de
empresários como o bilionário Eike Batista, o criminalista Celso Vilardi defende
Rosemary na esfera penal. Já no processo disciplinar em andamento na
Controladoria-Geral da União (CGU), atuam dois pesos-pesados do direito
público, que têm entre seus clientes banqueiros e megacompanhias como a Vale. O
advogado Fábio Medina Osório cuidou da formulação da defesa de Rosemary e agora
atende apenas a empresa da família, a construtora New Talent. Já o advogado
Sérgio Renault foi escalado para acompanhar o desfecho do caso - prestes a
chegar à mesa do ministro Jorge Hage - na CGU.
Para ler a continuação dessa reportagem compre a edição desta semana de
VEJA no IBA, no tablet ou nas bancas.
Fonte: "Blog Reinaldo Azevedo"
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