Um grupo de sócios da Associação
Atlética da Bahia (AAB) está se mobilizando para impedir a aprovação da venda
de mais uma área do clube para o mercado imobiliário. No sábado, 19,
eles realizaram uma manifestação, vestindo camisas com o slogan Não deixe que vendam nosso clube e convocando
os associados a comparecer em peso no próximo sábado, 26, às 9 horas, quando
acontece uma assembleia geral para votação da venda da área da AAB. O grupo
também fez panfletagem próximo ao clube alertando para a negociação, que
consideram absurda.
O cerne da questão é uma área de 2
mil m², onde atualmente funcionam lojas alugadas pelo clube, inclusive um
cerimonial. A construtora que pretende adquirir a área daria em troca R$ 1
milhão e o mesmo espaço ocupado pelas lojas, acrescida de 20% da área. Apesar
do presidente do Conselho e do clube afirmarem que a venda seria boa para a
AAB, os associados apontam motivos para evitá-la, como o fato do clube estar
com as contas em dia, não precisando de dinheiro, e o valor oferecido estar
longe dos R$ 8 milhões que valeria a área, segundo avaliação do mercado.
O grupo que pretende comprar a área
ofereceu o pagamento dos aluguéis das lojas durante cerca de 10 anos, o que
garantiria a receita durante a obra e até mesmo após. No entanto, frisam os
associados, não foi sequer ventilada pelos apoiadores da venda a possibilidade
de inadimplência destes aluguéis diante de possíveis embargos e paralisações da
obra, o que poderia levar a associação a uma situação insustentável. E observam
que, de acordo com o estatuto da AAB (artigo 73, parágrafo Único), para
alienação dos bens imóveis do clube é necessária a aprovação de 2/3 da
totalidade dos conselheiros, ou seja 34 votos. Na reunião do Conselho,
realizada no dia 17 de maio, a proposta da venda foi aprovada por menos de 30
votos, o que mostra mais uma irregularidade, frisam os associados. "Não se
trata de receber propostas melhores, mais sim de evitar qualquer venda no
momento, pois não existe qualquer necessidade", afirmam os associados.
Por volta de 2007, o Conselho da
Associação Atlética autorizou a venda de 12 mil m² para a Arc Engenharia e a
Agra construírem no local um condomínio de luxo em troca de construir um novo
clube e dar ainda R$ 12 milhões, valor que quitou as dívidas da AAB com o
município. Mais tarde, o Conselho negociou mais 2 mil m², alegando que era uma
exigência da construtora para concluir as obras do clube. Agora, mais 2 mil m²
estão na disputa.
Fonte: "Gente & Mercado"
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