O cineasta baiano Tuna Espinheira conversa com
Linduarte Noronha (Foto: Reprodução), o celebrado documentarista paraibano autor de
"Aruanda" (1959), filme célebre no processo de constituição do Cinema
Novo. Noronha morreu há poucos meses. O avexado realizador de
"Cascalho" na época da foto estava fazendo "O Curso do
Documentário Brasileiro", filme que restou inacabado. Conversando com
Tuna, ele me disse: "Trata-se de um documentário de 50 minutos, realizado
por um edital da saudosa Embrafilme. Depois que o editei jamais vi o filme
pronto. Sei que existem cópias na CTAV. Como diz o título, é uma descritiva da
historia do nosso documentário, a partir de Aruanda. Na época fui a Paraiba
conversar com o Linduarte, o qual me recebeu muito bem. É só o que posso lhe
dizer.
O curta 'Aruanda', marcou (para sempre) não
só a saga do documentário, como de um tipo de fotografia (Rucker Vieira foi o
fotógrafo), que serviu de inspiração para outros clássicos ('Deus e o
Diabo...', 'Vidas Secas', esses no gênero ficção). Mas, 'Aruanda' mudou a cara do cinema brasileiro. Viva Linduarte Noronha!
Viva Rucker Vieira!"
Escrita pelas mãos de Tuna Espinheira, eis a sua sinopse biográfica:
Infância em Poções (BA), adolescência em Jequié (BA). Vivencias especiais: Salvador, Rio de Janeiro, São Paulo (viagens diversas).
Escrita pelas mãos de Tuna Espinheira, eis a sua sinopse biográfica:
Infância em Poções (BA), adolescência em Jequié (BA). Vivencias especiais: Salvador, Rio de Janeiro, São Paulo (viagens diversas).
O cinema foi, é, a opção preferencial. Sou um cineasta
bissexto. Documentarista por paixão. Acho que este gênero não tem fronteiras.
Cabe tudo, o finito e o infinito. Sebastião Salgado, com um único fotograma,
consegue emocionar, documentar, contar estórias, perscrutar e analisar o real e
o irreal! O que não é possível ao documentário!? Com dezenas, centenas,
milhares de fotogramas, com suas asas de albatroz, botas de sete léguas,
conseguir o possível/impossível e passear nos Campos do Senhor e dar o seu
recado?
Faço filmes como uma espécie de exorcismo,
principalmente quando se trata de ficção. O roteiro é uma peça diabólica, se
não for filmado, vira uma tentação, uma assombração, alma penada. Noites e
dias, nada afasta esta condição agônica. Exorcizar o script (filmando de
qualquer maneira), ou penar no ossuário geral das utopias.
Fonte: "Setaro's Blog"
Fonte: "Setaro's Blog"
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