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domingo, 29 de abril de 2012

Linduarte Noronha e Tuna Espinheira


 


O cineasta baiano Tuna Espinheira conversa com Linduarte Noronha (Foto: Reprodução), o celebrado documentarista paraibano autor de "Aruanda" (1959), filme célebre no processo de constituição do Cinema Novo. Noronha morreu há poucos meses. O avexado realizador de "Cascalho" na época da foto estava fazendo "O Curso do Documentário Brasileiro", filme que restou inacabado. Conversando com Tuna, ele me disse: "Trata-se de um documentário de 50 minutos, realizado por um edital da saudosa Embrafilme. Depois que o editei jamais vi o filme pronto. Sei que existem cópias na CTAV. Como diz o título, é uma descritiva da historia do nosso documentário, a partir de Aruanda. Na época fui a Paraiba conversar com o Linduarte, o qual me recebeu muito bem. É só o que posso lhe dizer.
O curta 'Aruanda', marcou (para sempre) não só a saga do documentário, como de um tipo de fotografia (Rucker Vieira foi o fotógrafo), que serviu de inspiração para outros clássicos ('Deus e o Diabo...', 'Vidas Secas', esses no gênero ficção). Mas, 'Aruanda' mudou a cara do cinema brasileiro. Viva Linduarte Noronha! Viva Rucker Vieira!"
Escrita pelas mãos de Tuna Espinheira, eis a sua sinopse biográfica:
Infância em Poções (BA), adolescência em Jequié (BA). Vivencias especiais: Salvador, Rio de Janeiro, São Paulo (viagens diversas).
O cinema foi, é, a opção preferencial. Sou um cineasta bissexto. Documentarista por paixão. Acho que este gênero não tem fronteiras. Cabe tudo, o finito e o infinito. Sebastião Salgado, com um único fotograma, consegue emocionar, documentar, contar estórias, perscrutar e analisar o real e o irreal! O que não é possível ao documentário!? Com dezenas, centenas, milhares de fotogramas, com suas asas de albatroz, botas de sete léguas, conseguir o possível/impossível e passear nos Campos do Senhor e dar o seu recado?
Faço filmes como uma espécie de exorcismo, principalmente quando se trata de ficção. O roteiro é uma peça diabólica, se não for filmado, vira uma tentação, uma assombração, alma penada. Noites e dias, nada afasta esta condição agônica. Exorcizar o script (filmando de qualquer maneira), ou penar no ossuário geral das utopias. 
Fonte: "Setaro's Blog"


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