Relato indignado de oficineiro demitido

Roberval Barreto, que prestava serviços como professor de Arte Dramática no projeto "Arte de Viver", no Centro de Cultura de Cultura Maestro Miro, foi demitido a mando do prefeito Tarcízio Pimenta. "Através desta carta, quero relatar e registrar, a minha indignação com atitude ditatorial, reacionária e de assédio moral tomada de rescindir o meu contrato de oficineiro", conta, em carta enviada para os meios de comunicação.
Segundo seu relato, a justificativa é que durante o 1º Fórum Municipal de Cultura, em 27 de julho, "falei mal do prefeito Tarcízio Pimenta". Roberval continua: "Nem o presidente da Fundação Cultural Egberto Costa, nem o secretaria de Cultura, nem o prefeito, que deveriam estar nas discursões do Fórum, não têm prova do que estão falando".
Ele diz mais que "não estão considerando que eu como produtor cultural e formador de opinião desta cidade há mais de 20 anos, tenho como obrigação ser politizado para questionar o descaso da atual gestão cultural principalmente num evento democrático como esse que tinha como objetivo promover a relação da cultura com o desenvolvimento da sociedade, priorizar o debate e a proposição de políticas culturais".
Roberval Barreto segue em sua carta: "Eles não estão considerando a comunidade que se inscreveu na Oficina de Teatro Adulto e que estão em processo de finalização com graduação do alunado e nem considerando o meu trabalho de serviços prestados à Prefeitura de Feira de Santana há mais de dez anos".
Durante o 1º Fórum Municipal de Cultura, continua, "fui voluntário e ajudei na elaboração da minuta do Fundo Municipal de Cultura. Em nenhum momento dos meus questionamentos falei o nome de algum político. Só estranhei a ausência dos representantes legais que fazem gerenciamento de verbas destinadas à cultura da cidade e que deveriam ser os anfitriões do evento. Então perguntei 'Cadê o pessoal da Fundação Egberto Costa?'". Para Roberval, "tudo isso só faz confirmar o descaso, a irresponsabilidade desses maus gestores da cultura de Feira de Santana, que nos olham com desdém, com represálias (como está acontecendo comigo), atitude ditatorial, reacionária e de assédio moral, como se fossemos os seus inimigos, quando estamos em uma assembleia democrática para cobramos uma melhor administração setorial".
Encerrando sua queixa, diz que "não estou disposto a ser humilhado, desrespeitado e subjugado por ninguém, principalmente pelos líderes da atual gestão cultural da qual eu sempre quis ajudar. Quero salientar que eu não tenho nada pessoal contra ninguém, que isso é uma questão política. A luta é contra as injustiças relacionadas à nossa classe e à cultura artística. E nesse caso, a competência desses gestores da atual cultura feirense é abusar do poder".