"...sugere que explosão de gastos se deu durante campanha de Dilma e que seu partido é igual aos outros"
Por Reinaldo Azevedo
Por Reinaldo Azevedo
Leiam o post abaixo, com a excelente síntese que o G1 publicou da intervenção de Alfredo Nascimento no Senado. Para quem sabe ler, a coisa está recheada de avisos e ameaças. Tudo vai depender do andamento da carruagem a partir de agora. Que o Ministério, especialmente o Dnit, estivesse mais para lupanar do que para órgão público, a pletora de casos o evidencia. A coisa fala por si mesma. Então a que vem essa fala de Nascimento na linha: "Paulo Bernardo me conhece; Mantega me conhece; Dilma me conhece…" Ou não entendo mais nada, ou ele está dizendo que se lembra muito bem do que todos eles fizeram no verão passado, e no retrasado, e no outro…
Está pessoalmente magoado com Dilma, acusando-a de traição. Na verdade, mais do que isso até: diz que ela sabia de como as coisas andavam no Ministério e lembra, na prática, que era ela a sua chefe no governo Lula. E, a rigor, era mesmo, né? Aliás, reforça a sua intimidade com o governo passado e sua proximidade com o Apedeuta-chefe.
E o ministro Paulo Sérgio Passos, que estaria na conta do PR, também não escapa. Mais do que sugerir, Nascimento afirma que o descontrole de gastos na pasta se deu durante a sua ausência - vale dizer, na gestão de seu sucessor. Foi literal: "Quando saí, junto com a presidenta Dilma, então ministra, o PAC do Ministério dos Transportes significava um pacote de investimentos da ordem de R$ 58 bilhões. Quando retornei, já estava em R$ 72 bilhões. Dediquei os primeiros 90 dias de gestão a uma imersão em todos os projetos e ações programadas em andamento. Em fevereiro, fui o primeiro a perceber a disparada dos gastos previstos e determinei um pente fino para conhecer a origem de tal movimentação". Segundo ele, o governo estaria informado de tudo.
A fala quer dizer rigorosamente aquilo que diz. O PR quer ser deixado em paz e não aceita ser bode expiatório do, como dizem por aí, "presidencialismo de coalizão" (que chamo "de colisão com a moralidade"). Tão eloqüente como enigmático, diz que seu partido não é nem melhor nem pior do que os outros.
Ainda que não queira, Nascimento joga a favor de Dilma quando a acusa de não tê-lo apoiado. É bom para ela. Passa por moralizadora. Mas o ministro não tem a menor dúvida em apontar que a explosão de gastos seu deu em 2010: ano da campanha eleitoral da Presidência. Não se esqueçam de que Luiz Antonio Pagot, antes da demissão, sugeria nos bastidores que o Ministério dos Transportes tinha sido usado como caixa de campanha da agora presidente. Depois negou.
Em suma: vozes do PR haviam assegurado ao Palácio do Planalto que o discurso de Nascimento seria "light". De "light", não teve nada. Fica o aviso: "Que cada um assuma as suas responsabilidades!"
No arremate, o senador Blairo Maggi (PR-MT) deixou claro: Paulo Sérgio Passos não é um ministro do PR.
Fonte: "Blog Reinaldo Azevedo"
Está pessoalmente magoado com Dilma, acusando-a de traição. Na verdade, mais do que isso até: diz que ela sabia de como as coisas andavam no Ministério e lembra, na prática, que era ela a sua chefe no governo Lula. E, a rigor, era mesmo, né? Aliás, reforça a sua intimidade com o governo passado e sua proximidade com o Apedeuta-chefe.
E o ministro Paulo Sérgio Passos, que estaria na conta do PR, também não escapa. Mais do que sugerir, Nascimento afirma que o descontrole de gastos na pasta se deu durante a sua ausência - vale dizer, na gestão de seu sucessor. Foi literal: "Quando saí, junto com a presidenta Dilma, então ministra, o PAC do Ministério dos Transportes significava um pacote de investimentos da ordem de R$ 58 bilhões. Quando retornei, já estava em R$ 72 bilhões. Dediquei os primeiros 90 dias de gestão a uma imersão em todos os projetos e ações programadas em andamento. Em fevereiro, fui o primeiro a perceber a disparada dos gastos previstos e determinei um pente fino para conhecer a origem de tal movimentação". Segundo ele, o governo estaria informado de tudo.
A fala quer dizer rigorosamente aquilo que diz. O PR quer ser deixado em paz e não aceita ser bode expiatório do, como dizem por aí, "presidencialismo de coalizão" (que chamo "de colisão com a moralidade"). Tão eloqüente como enigmático, diz que seu partido não é nem melhor nem pior do que os outros.
Ainda que não queira, Nascimento joga a favor de Dilma quando a acusa de não tê-lo apoiado. É bom para ela. Passa por moralizadora. Mas o ministro não tem a menor dúvida em apontar que a explosão de gastos seu deu em 2010: ano da campanha eleitoral da Presidência. Não se esqueçam de que Luiz Antonio Pagot, antes da demissão, sugeria nos bastidores que o Ministério dos Transportes tinha sido usado como caixa de campanha da agora presidente. Depois negou.
Em suma: vozes do PR haviam assegurado ao Palácio do Planalto que o discurso de Nascimento seria "light". De "light", não teve nada. Fica o aviso: "Que cada um assuma as suas responsabilidades!"
No arremate, o senador Blairo Maggi (PR-MT) deixou claro: Paulo Sérgio Passos não é um ministro do PR.
Fonte: "Blog Reinaldo Azevedo"
Um comentário:
É porque o senador baiano retirou sua assinatura, mas se ainda houver uma CPI do Denit, muitas sujeiras serão lançadas no ventilador.
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