Por Samuel Celestino
Não pretendo me referir à reforma do secretariado do governador Jaques Wagner, remendando a sua equipe do primeiro mandato. Esse propósito foi antecipadamente posto neste espaço, daí porque não tratarei da questão em termos individuais, de cada secretário em si, para evitar rotular quem quer que seja de bom ou mau.
Reservo-me a dizer, sem citar nomes, até para não gerar constrangimentos, que há bons e maus. Estou numa linha - assim me parece - de um antigo integrante do velho PSD, da sábia escola política mineira onde pontificaram, dentre outros, políticos como Tancredo Neves, José Maria Alckmin e Benedito Valadares, para só citar três.
Deixo, inclusive, JK de fora.
Até porque foi outra espécie de político, não da cepa das raposas que caçavam votos nas montanhas de ferro mineiras.
O PSD costumava “não ser contra nem a favor, muito pelo contrário”, e daqui dessas bandas, um baiano, cronista e deputado estadual, Raymundo Reis, integrante da legenda, completou: “Entre a Bíblia e o Capital de Karl Marx, o PSD mineiro prefere o Diário Oficial”.
Estou numa linha quase mineira, o que significa dizer que fico distante de qualquer linha beligerante, ou rebelde, sentimento que, às vezes, sou invadido quando os fatos merecem ser tratados com agressividade, por ser esta linha mais justa e adequada. Ou seja, e em resumo: linha nem boa nem má. Apenas justa.
É dever jornalístico, no entanto, informar que nada, ou quase nada, do que foi anunciado por JW despertou-me arrebatamento. Não vi brilho, não enxerguei a Bahia, aquela outra Bahia de vultos insignes, de homens públicos de destaque, ou por já serem experientes, ou por ter emaplainado caminhos de modo a chegar prontos para ser lançados na administração pública, reunindo em torno deles expectativas que se confirmavam ou não.
Não concluam nada ainda antes que termine o que me vai pelo pensamento. A Bahia de hoje não oferece brilhantes para serem garimpados ou diamantes para serem lapidados.
Infelizmente, é pobre. Prestem atenção na bancada federal. O que ela oferece com o destaque ? Pouco, muito pouco.
O problema não está na Bahia.
Está no parlamento brasileiro, igualado por baixo. Observem o Senado Federal e o que pretende a bancada do PMDB de lá. Bancada nacional, não as bancadas estaduais.
Querem, via José Sarney, estabelecer um acordo com Dilma Rousseff, acordo de fidelidade e, em troca, receber como presente a recuperação da imagem e do “prestígio” do alagoano Renan Calheiros. Estaríamos numa era pós-civilização tipo filme classe “C” de ficção científica americana? Observem, agora, a composição da Assembleia Legislativa da Bahia e por lá apareçam com um anzol de pescaria. Tentem encontrar sábios deputados. Fracassaram? Tentem novamente, agora com anzol menor. Sabe o que encontrarão? No máximo, uns dois ou três bagres. Desçamos, como no Inferno, de Dante, à Câmara de Vereadores de Salvador. Mas, antes, deem um golpe d’olhos nos secretários municipais. Danou-se! Não quero falar de épocas em que os homens públicos surgiam por essas bandas em diversos segmentos da sociedade, dentre eles e principalmente a partir da velha e então Universidade da Bahia, hoje Ufba, fundada por Edgard Santos.
Não estou sendo nem pretendo ser saudosista. Volto a dizer.
Nem bom, nem mau. Apenas justo. À Câmara de Vereadores apareçam com lupas. Enxergarão alguns edis, mas muitos verão que são meros ácaros da política do desastre.
Está aí a gestão municipal.
João Henrique está isolado. Suspenso pelo Conselho de Ética do PMDB (conselho de ética é muito bom saber que existe).
Que fez ele? Desembarcou no Tribunal Regional Eleitoral pedindo a sua desfiliação. Para onde vai João? Fundar uma nova legenda? Comprar um partido nanico? Pedir à Maria Luiza livre passagem para o PSC? O que fez o governador Jaques Wagner sobre esta questão? Foi à Bíblia, encontrou Pôncio Pilatos e lavou as mãos na mesma bacia de prata, dizendo: “Em verdade vos digo: o problema não está comigo. Repassei-o ao diretório municipal do PT”.
Aparece, então, o novato vereador Henrique Carballal e, com sapiência de magistrado maior, prolata a sentença em nome da direção petista do município: “Nós apresentamos a candidatura de Pinheiro em 2008, porque não concordamos com a administração incompetente de JoãoHenrique marcada pela imoralidade. Ele não faz gestão pública, nem política, e sim familiar. Nós somos oposição”.
Percebem os que tiverama paciência de acompanhar, até aqui, essas palavras, orações e parágrafos? Compreendem, agora, por que não pretendo me ater a comentar sobre a reforma do secretariado? Como virou moda a expressão, “então, assim”: eu já não entendo nada, nada, nada! Se já chorei pela Argentina, por que não chorar pela Bahia? Agora, silêncio e ouçam: alguém sobe a escada. Não, não! São apenas os gatos pardos. Todos iguais, todos iguais.
Reservo-me a dizer, sem citar nomes, até para não gerar constrangimentos, que há bons e maus. Estou numa linha - assim me parece - de um antigo integrante do velho PSD, da sábia escola política mineira onde pontificaram, dentre outros, políticos como Tancredo Neves, José Maria Alckmin e Benedito Valadares, para só citar três.
Deixo, inclusive, JK de fora.
Até porque foi outra espécie de político, não da cepa das raposas que caçavam votos nas montanhas de ferro mineiras.
O PSD costumava “não ser contra nem a favor, muito pelo contrário”, e daqui dessas bandas, um baiano, cronista e deputado estadual, Raymundo Reis, integrante da legenda, completou: “Entre a Bíblia e o Capital de Karl Marx, o PSD mineiro prefere o Diário Oficial”.
Estou numa linha quase mineira, o que significa dizer que fico distante de qualquer linha beligerante, ou rebelde, sentimento que, às vezes, sou invadido quando os fatos merecem ser tratados com agressividade, por ser esta linha mais justa e adequada. Ou seja, e em resumo: linha nem boa nem má. Apenas justa.
É dever jornalístico, no entanto, informar que nada, ou quase nada, do que foi anunciado por JW despertou-me arrebatamento. Não vi brilho, não enxerguei a Bahia, aquela outra Bahia de vultos insignes, de homens públicos de destaque, ou por já serem experientes, ou por ter emaplainado caminhos de modo a chegar prontos para ser lançados na administração pública, reunindo em torno deles expectativas que se confirmavam ou não.
Não concluam nada ainda antes que termine o que me vai pelo pensamento. A Bahia de hoje não oferece brilhantes para serem garimpados ou diamantes para serem lapidados.
Infelizmente, é pobre. Prestem atenção na bancada federal. O que ela oferece com o destaque ? Pouco, muito pouco.
O problema não está na Bahia.
Está no parlamento brasileiro, igualado por baixo. Observem o Senado Federal e o que pretende a bancada do PMDB de lá. Bancada nacional, não as bancadas estaduais.
Querem, via José Sarney, estabelecer um acordo com Dilma Rousseff, acordo de fidelidade e, em troca, receber como presente a recuperação da imagem e do “prestígio” do alagoano Renan Calheiros. Estaríamos numa era pós-civilização tipo filme classe “C” de ficção científica americana? Observem, agora, a composição da Assembleia Legislativa da Bahia e por lá apareçam com um anzol de pescaria. Tentem encontrar sábios deputados. Fracassaram? Tentem novamente, agora com anzol menor. Sabe o que encontrarão? No máximo, uns dois ou três bagres. Desçamos, como no Inferno, de Dante, à Câmara de Vereadores de Salvador. Mas, antes, deem um golpe d’olhos nos secretários municipais. Danou-se! Não quero falar de épocas em que os homens públicos surgiam por essas bandas em diversos segmentos da sociedade, dentre eles e principalmente a partir da velha e então Universidade da Bahia, hoje Ufba, fundada por Edgard Santos.
Não estou sendo nem pretendo ser saudosista. Volto a dizer.
Nem bom, nem mau. Apenas justo. À Câmara de Vereadores apareçam com lupas. Enxergarão alguns edis, mas muitos verão que são meros ácaros da política do desastre.
Está aí a gestão municipal.
João Henrique está isolado. Suspenso pelo Conselho de Ética do PMDB (conselho de ética é muito bom saber que existe).
Que fez ele? Desembarcou no Tribunal Regional Eleitoral pedindo a sua desfiliação. Para onde vai João? Fundar uma nova legenda? Comprar um partido nanico? Pedir à Maria Luiza livre passagem para o PSC? O que fez o governador Jaques Wagner sobre esta questão? Foi à Bíblia, encontrou Pôncio Pilatos e lavou as mãos na mesma bacia de prata, dizendo: “Em verdade vos digo: o problema não está comigo. Repassei-o ao diretório municipal do PT”.
Aparece, então, o novato vereador Henrique Carballal e, com sapiência de magistrado maior, prolata a sentença em nome da direção petista do município: “Nós apresentamos a candidatura de Pinheiro em 2008, porque não concordamos com a administração incompetente de JoãoHenrique marcada pela imoralidade. Ele não faz gestão pública, nem política, e sim familiar. Nós somos oposição”.
Percebem os que tiverama paciência de acompanhar, até aqui, essas palavras, orações e parágrafos? Compreendem, agora, por que não pretendo me ater a comentar sobre a reforma do secretariado? Como virou moda a expressão, “então, assim”: eu já não entendo nada, nada, nada! Se já chorei pela Argentina, por que não chorar pela Bahia? Agora, silêncio e ouçam: alguém sobe a escada. Não, não! São apenas os gatos pardos. Todos iguais, todos iguais.
Fonte: Jornal "A Tarde"
Um comentário:
Ainda tem alguns baianos que "babam" êsse governo horroroso, como se bastasse Lula querer e JWagner faria uma boa diferença, prá melhor, como tantos petralhas sustentavam até a pouco tempo. Eu, que não sou daí, Dimas, sinto muitas saudades dos govêrnos daquêles que sabiam cuidar da Bahia com amor. E mais, já dizia ACM, que embora fôsse amigo de todos, só governava com os melhores. Era outro nível!
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