A Fundação Senhor dos Passos promove na quinta-feira, 7, às 20 horas, no Centro Comunitário Ederval Fernandes Falcão, concerto da Filarmônica 25 de Dezembro, de Irará, em Tributo a Agnaldo Sandoval Pereira Barreto, maestro Guinú.
QUEM FOI O MAESTRO GUINÚ
Agnaldo Sandoval Pereira Barreto, conhecido como Mmestro Guinú. Filho de Vitória Pereira Barreto e Lúcio Alves Barreto, nascido em 7 de outubro de 1924, em Feira de Santana, na rua São José. Estudou na
Escola Normal e teve como sua grande mestra a professora Sidrônia, onde concluiu seus primeiros estudos.
Desde cedo revelou talento para música, deixando assim os estudos para freqüentar as antigas filarmônicas da cidade, onde a sua preferida era a Sociedade Filarmônica Vitória. Foi músico e depois passou a ser maestro até a sua morte. Conviveu com grandes nomes da época como professor Santos, professor Antônio Costa, professor Estevam Moura, maestro Miro etc.
Guinú compôs varias partituras e dobrados. Infelizmente o resgate desses escritos não foi possível por conta da não preservação do acervo da Sociedade Filarmônica Vitória, o que na época não era comum o registro das composições feitas pelos autores.
Ele se destacava nas grandes festas populares à frente da Filarmônica Vitória, como Festa de Santana, Lavagem e Levagem da Lenha, bando anunciador - todas elas aconteciam no coreto da então praça da Matriz - e outras festas pelas cidades circunvizinhas (Cachoeira, Maragojipe, Santo Amaro, São Felix, Muritiba, Anguera, Cruz das Almas etc).
A sua grande missão era caçar talentos pelo interior na busca de músicos jovens que pudessem ingressar na profissão, seguindo carreira e contribuindo para o crescimento e preservação das filarmônicas. Guinú os incentivava, treinava, chegando ao ponto de hospedá-los em sua própria casa. O seu sonho era maior do que a ambição, do retorno financeiro, do reconhecimento e do status social.
Foi um autodidata, o seu dom era tamanho que tocava de “ouvido” todos os instrumentos. O seu preferido era o trombone. Reconhecia por sensibilidade qualquer composição dos grandes músicos, como Carlos Gomes, Mozart, Beethowen, Bach, entre outros.
A música e a leitura eram suas companheiras preferidas. Leu grandes romances de Victor Hugo ("Os Miseráveis"), Alexandre Dumas ("O Conde de Monte Cristo"), e grandes filósofos como Sócrates, Aritoteles e Platão (era também um grande amante da filosofia). O grande poeta Castro Alves era o seu predileto e por inúmeras vezes declamou suas poesias "Navios Negreiros", "Espumas Flutuantes". Ruy Barbosa também tinha destaque nas suas pesquisas. Além dos jornais, o dicionário fazia parte da sua leitura diária, era seu livro de cabeceira.
Era espiritualista por convicção, porque ao ter participado de movimentos comunistas não achou respostas para suas indagações de jovem questionador que era.
Casou-se com a professora Zeza Machado Barreto e teve oito filhos: Eliana, Juarez, Bartolomeu, Suzana, Ozana, Pedro Lúcio, Marana e Mozart.
Seus irmãos: Liliu, Ladinho e Antônio Barreto (único que está vivo).
O grande legado que deixou para os que ficaram foi o desapego, a tolerância, a generosidade, a compaixão, a ética e a formação moral.
Apesar de não ter concluído uma formação acadêmica era possuidor de um grande conhecimento cultural, político e social. A sua casa era um centro de debates e discussões com reuniões noturnas que promovia com os amigos Antônio Costa, Gabriel Correia, Joel de Odorico, Raimundo Santana, Osvaldo Soledade, Pedro Mendes, Fernando Mendes, Flori Albuquerque, o grande poeta feirense Antônio Lopes, Francisco Pinto, Oscar Marques, José Falcão, Colbert Martins, Agostinho Fróes da Mota, Carlos Marques, Ioiô Goleiro, João Mainart, Theodorico Alves, Joel Lima, Raimundo Oliveira, Ligoza, Nelson da Coca Cola, Lino do Prato, Caixinha da Euterpe, Chico Xodó, Manoel Calixto, Everaldo do Bar, Virgilio Leite, Mário Porto, Manoel Porto, todos esses conviveram com ele.
Guinú foi também jogador dos times de futebol Bocaiúva e Mecânico, quase seguindo carreira de zagueiro.
Ele era um músico, boêmio, sem grandes ambições na vida. A musica era o seu maior alimento e companheira dileta que para ele, este era o seu maior patrimônio.
Solitário, reservado, tímido, porém sábio nas suas colocações. Em suas críticas ou comentários não havia julgamento sobre as pessoas, era sensível não se omitia quando precisava opinar sobre algo, enfim era um observador atento da vida.
Guinú morreu muito jovem, aos 46 anos, em agosto de 1970, em Feira de Santana, na casa dos pais Lucio e Vitória.
Talvez também por isso, os seus feitos não ficaram marcados na memória de Feira de Santana.
TRIBUTO A MAESTRO GUINÚ - PROGRAMA DA FILARMÔNICA 25 DE DEZEMBRO
1. "Vitória", dobrado de Tertuliano Santos
2. "Constelação", marcha de Estevam Moura
3. "Chimarrão", maxixe de Tertuliano Santos
4. "Verde e Branco", dobrado de Estevam Moura
5. "Pompa e Circunstância", marcha nº 1 de Edward Elgar
6. "Eu Só Quero um Xodó", baião de Dominguinhos e Anastácia, com arranjo do maestro Wellington das Mercês
7. "Samba de Verão", de Marcos e Paulo Sérgio Vale com arranjo do maestro Wellington das Mercês
8. "Saudades da Bahia", de Dorival Caymmi, arranjo do maestro Wellington das Mercês
9. "Cantata", sinfonia da Cantata 156 de J. Sebastian Bach.
Agnaldo Sandoval Pereira Barreto, conhecido como Mmestro Guinú. Filho de Vitória Pereira Barreto e Lúcio Alves Barreto, nascido em 7 de outubro de 1924, em Feira de Santana, na rua São José. Estudou na
Escola Normal e teve como sua grande mestra a professora Sidrônia, onde concluiu seus primeiros estudos.
Desde cedo revelou talento para música, deixando assim os estudos para freqüentar as antigas filarmônicas da cidade, onde a sua preferida era a Sociedade Filarmônica Vitória. Foi músico e depois passou a ser maestro até a sua morte. Conviveu com grandes nomes da época como professor Santos, professor Antônio Costa, professor Estevam Moura, maestro Miro etc.
Guinú compôs varias partituras e dobrados. Infelizmente o resgate desses escritos não foi possível por conta da não preservação do acervo da Sociedade Filarmônica Vitória, o que na época não era comum o registro das composições feitas pelos autores.
Ele se destacava nas grandes festas populares à frente da Filarmônica Vitória, como Festa de Santana, Lavagem e Levagem da Lenha, bando anunciador - todas elas aconteciam no coreto da então praça da Matriz - e outras festas pelas cidades circunvizinhas (Cachoeira, Maragojipe, Santo Amaro, São Felix, Muritiba, Anguera, Cruz das Almas etc).
A sua grande missão era caçar talentos pelo interior na busca de músicos jovens que pudessem ingressar na profissão, seguindo carreira e contribuindo para o crescimento e preservação das filarmônicas. Guinú os incentivava, treinava, chegando ao ponto de hospedá-los em sua própria casa. O seu sonho era maior do que a ambição, do retorno financeiro, do reconhecimento e do status social.
Foi um autodidata, o seu dom era tamanho que tocava de “ouvido” todos os instrumentos. O seu preferido era o trombone. Reconhecia por sensibilidade qualquer composição dos grandes músicos, como Carlos Gomes, Mozart, Beethowen, Bach, entre outros.
A música e a leitura eram suas companheiras preferidas. Leu grandes romances de Victor Hugo ("Os Miseráveis"), Alexandre Dumas ("O Conde de Monte Cristo"), e grandes filósofos como Sócrates, Aritoteles e Platão (era também um grande amante da filosofia). O grande poeta Castro Alves era o seu predileto e por inúmeras vezes declamou suas poesias "Navios Negreiros", "Espumas Flutuantes". Ruy Barbosa também tinha destaque nas suas pesquisas. Além dos jornais, o dicionário fazia parte da sua leitura diária, era seu livro de cabeceira.
Era espiritualista por convicção, porque ao ter participado de movimentos comunistas não achou respostas para suas indagações de jovem questionador que era.
Casou-se com a professora Zeza Machado Barreto e teve oito filhos: Eliana, Juarez, Bartolomeu, Suzana, Ozana, Pedro Lúcio, Marana e Mozart.
Seus irmãos: Liliu, Ladinho e Antônio Barreto (único que está vivo).
O grande legado que deixou para os que ficaram foi o desapego, a tolerância, a generosidade, a compaixão, a ética e a formação moral.
Apesar de não ter concluído uma formação acadêmica era possuidor de um grande conhecimento cultural, político e social. A sua casa era um centro de debates e discussões com reuniões noturnas que promovia com os amigos Antônio Costa, Gabriel Correia, Joel de Odorico, Raimundo Santana, Osvaldo Soledade, Pedro Mendes, Fernando Mendes, Flori Albuquerque, o grande poeta feirense Antônio Lopes, Francisco Pinto, Oscar Marques, José Falcão, Colbert Martins, Agostinho Fróes da Mota, Carlos Marques, Ioiô Goleiro, João Mainart, Theodorico Alves, Joel Lima, Raimundo Oliveira, Ligoza, Nelson da Coca Cola, Lino do Prato, Caixinha da Euterpe, Chico Xodó, Manoel Calixto, Everaldo do Bar, Virgilio Leite, Mário Porto, Manoel Porto, todos esses conviveram com ele.
Guinú foi também jogador dos times de futebol Bocaiúva e Mecânico, quase seguindo carreira de zagueiro.
Ele era um músico, boêmio, sem grandes ambições na vida. A musica era o seu maior alimento e companheira dileta que para ele, este era o seu maior patrimônio.
Solitário, reservado, tímido, porém sábio nas suas colocações. Em suas críticas ou comentários não havia julgamento sobre as pessoas, era sensível não se omitia quando precisava opinar sobre algo, enfim era um observador atento da vida.
Guinú morreu muito jovem, aos 46 anos, em agosto de 1970, em Feira de Santana, na casa dos pais Lucio e Vitória.
Talvez também por isso, os seus feitos não ficaram marcados na memória de Feira de Santana.
TRIBUTO A MAESTRO GUINÚ - PROGRAMA DA FILARMÔNICA 25 DE DEZEMBRO
1. "Vitória", dobrado de Tertuliano Santos
2. "Constelação", marcha de Estevam Moura
3. "Chimarrão", maxixe de Tertuliano Santos
4. "Verde e Branco", dobrado de Estevam Moura
5. "Pompa e Circunstância", marcha nº 1 de Edward Elgar
6. "Eu Só Quero um Xodó", baião de Dominguinhos e Anastácia, com arranjo do maestro Wellington das Mercês
7. "Samba de Verão", de Marcos e Paulo Sérgio Vale com arranjo do maestro Wellington das Mercês
8. "Saudades da Bahia", de Dorival Caymmi, arranjo do maestro Wellington das Mercês
9. "Cantata", sinfonia da Cantata 156 de J. Sebastian Bach.
(Com informações de Carlos Brito)
Por Thomas Oliveira
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