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segunda-feira, 12 de abril de 2010

"Um homem chamado Cinema"

Por Aleksandra Pinheiro
Com quase 40 anos de experiência em análise cinematográfica, André Setaro, crítico de cinema do 'Terra Magazine' e professor da Facom (Ufba), reuniu textos, resenhas e suas melhores análises filmícas para lançar, em três volumes, a coleção "Escritos Sobre Cinema - Trilogia de um Tempo Crítico". O lançamento é da editora carioca Azougue, coedição da Edufba, produção da Multi Planejamento Cultural e patrocínio do Fundo de Cultura da Bahia, da Secretaria de Cultura do Estado (Secult).
A noite de autógrafos será na próxima terça-feira, 13, às 20 horas, na Saladearte Cinema do Museu.
São partes integrantes deste projeto, a realização da Oficina Gratuita de Crítica Cinematográfica, nos dias 14 e 15, e o Clube da Crítica - sessão de bate-papos entre Setaro e outros críticos brasileiros convidados ao evento -, nos dias 14, 15 e 16, na Saladearte Cinema da Ufba.
André Setaro estreou na crítica cinematográfica há cerca de 40 anos, quando escreveu seu primeiro ensaio na imprensa, no antigo "Jornal da Bahia", defendendo a importância de Jerry Lewis. Em vez de submeter-se aos padrões ideológicos da época, preferiu privilegiar a estética cinematográfica, tal e qual aquele personagem quixotesco de "Nós Que Nos Amávamos Tanto", de Ettore Scola. É o próprio Setaro quem explica as reações na ocasião: “Se até hoje muitas pessoas não compreendem o valor de Jerry Lewis, acham que é um diretor de sessão da tarde, imagine naquele período ideologizado? Fui logo chamado de alienado”, relata, com o riso irônico de quem sempre amou muito mais o cinema do que as revoluções.
Seu amor pelo cinema, reiterado na militância da imprensa diária, especialmente no jornal "Tribuna da Bahia", ganha agora o sabor da permanência. A editora Azouge, em parceria com a Edufba, lança no próximo dia 13 de abril, "Escritos Sobre o Cinema - Trilogia de um Tempo Crítico".
A obra "setariana" está dividida em três volumes: No Vol I encontramos os escritos sobre filmes, atores e diretores que marcaram a história do cinema e também depoimentos e artigos com inclinações autobiográficas. Além das impressões do crítico sobre Orson Welles, Kurosawa, Fellini, Godard, Bergman, entre outros ícones, fica-se também conhecendo a trajetória e paixão de Setaro pelo seu objeto de desejo e estudo.
O Vol II é dedicado integralmente ao cinema baiano que este ano completa 100 anos. Nas resenhas críticas, o autor fala sobre as obras e cineastas pioneiros na Bahia (a exemplo de Roberto Pires e Glauber Rocha) e também reflete sobre os homens e as circunstâncias que permitiram o surgimento e a efervescência do cinema na província. Setaro rende homenagens ao mestre Walter da Silveira e ao lendário Clube de Cinema da Bahia, assim como reconhece o valor de empreendedores, a exemplo de Guido Araújo e sua longeva Jornada de Cinema. Fala sobre o boom superoitista e recorda com ternura dos cinemas de rua de Salvador, como o Guarany, Excelsior, Liceu, Tamoio, Bahia, Pax, Aliança, Jandaia.
No Vol III Setaro trata especificamente da linguagem cinematográfica: Embrenha-se pelos caminhos teóricos, destaca as escolas, os autores, mas nunca perde de vista aquilo que o crítico Inácio Araújo, autor do prefácio da sua trilogia, definiu como “uma prazerosa proposta civilizatória”.
Este farto material estava praticamente destinado ao esquecimento, já que André Setaro, apesar do incentivo que sempre recebeu dos colegas e alunos, recusava a ideia de transformar tudo em livro: “Amigos sempre me falaram para escrever um livro, mas eu nunca quis”, relata, destacando que foi convencido da viabilidade do projeto pelo jornalista e escritor Carlos Ribeiro, que há mais de 15 anos insistia na publicação destes textos. Foi assim que, a partir de 2005, Carlos Ribeiro juntou-se a Carlos Pereira, André França, Marcos Pierry e alguns outros ex-alunos de Setaro e decidiram, de forma voluntária, realizar o trabalho de pesquisa e seleção da obra: “O enorme esforço dos professores que realizaram o trabalho foi, em si, um reconhecimento à contribuição de André Setaro ao cinema da Bahia e do Brasil. É um material valiosíssimo, que necessitava ser preservado.”, destaca Carlos Ribeiro, organizador dos três volumes. Esta memória e toda a paixão de Setaro será lançada às 20 horas, do dia 13, na Saladearte do Cinema do Museu e em breve estará nas principais livrarias do país.
* Aleksandra Pinheiro é jornalista

Um comentário:

Flor de Lis disse...

Senti falta de informações a respeito do "Palco Giratório", Dimas...