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quinta-feira, 23 de junho de 2011

Entrevista com José Ronaldo

O ex-prefeito José Ronaldo de Carvalho (Foto: Paulo Macedo) não confirma, mas deve ser o candidato a ser batido na próxima eleição para Prefeitura de Feira de Santana em 2012. Depois de comandar a cidade por dois mandatos consecutivos, Ronaldo conseguiu eleger o atual desafeto, Tarcízio Pimenta. No entanto, o ex-prefeito sofreu uma dura derrota quando tentou, em 2010, se eleger senador da República. Nesta entrevista à reportagem do "Bocão News", publicada no domingo, 19, José Ronaldo fala sobre a derrota do DEM nas eleições, de como o partido tenta se fortalecer diante da evasão de lideranças a caminho do PSD. O ex-prefeito nega que esteja de malas prontas para o PP, mas admite que está conversando com as principais lideranças da legenda governista. O entrevistado revela também que está há sete meses sem falar com o atual prefeito e diz que culpa disso é de Tarcízio. Confira a entrevista.
Não temos como evitar trazer as eleições municipais de 2012 para as discussões. O senhor é apontado como virtual candidato do DEM para a Prefeitura de Feira de Santana e algumas lideranças políticas da região já começam a se aglutinar em torno do seu nome. O senhor de fato é pré-candidato?
Eu estou ouvindo isto com uma frequência extraordinária há algum tempo já. A imprensa me pergunta isto e as pessoas nas ruas indagam muito. Se eu disser para você que isto não me deixa feliz, eu estaria mentindo, inclusive porque eu sou um homem público. Mas eu jamais afirmei que sou candidato, mesmo porque eu acho extremamente cedo para que alguém se lance candidato na eleição de 2012. Por hábito, e eu já participo de eleições em Feira de Santana desde 1970, nunca a eleição para Feira de Santana foi decidida com tamanha antecedência, sempre foi entre março e abril do ano da eleição. Deve ser assim agora também. Eu não vou agir diferente desta vez. Eu estou ouvindo, conversando com pessoas do meu partido e de outros. Dialogando, fazendo um bom diálogo. Estas conversas têm evoluído muito, mas esta questão de candidatura efetiva nós só teremos no próximo ano.
Qual a sua avaliação da cidade de Feira de Santana? O senhor deixou a Prefeitura muito bem avaliado. Como é que o senhor vê a cidade?
Feira de Santana é uma cidade vitoriosa independente de seus políticos. É uma cidade que cresce e evolui. O povo de Feira de Santana tem uma força de trabalho maravilhosa. Eu acho isto formidável. Sobre esta questão de avaliação, realmente na última pesquisa de Ibope do meu governo era 92% de ótimo e bom. Mas isto tudo é dinâmico. Eu entendo que Feira é vencedora por si só. Nós políticos que fazemos a atividade política na cidade com certeza procuramos ficar associados a este dinamismo e é isso que eu procuro fazer. Viver em sintonia com o povo de todas as classes sociais e fazendo este perfeito entrosamento entre todos nós.
Quanto às políticas públicas da cidade. Atualmente, muitas críticas são feitas a atual gestão do prefeito Tarcízio Pimenta que foi apoiado e muitos atribuem a vitória eleitoral dele ao senhor. Eu gostaria que o senhor avaliasse estes anos de governo dele, que há poucos dias assinou a carta de desfiliação do DEM.
Eu recebi o pedido de desfiliação dele. Nós já estamos há algum tempo sem nos encontrarmos para conversar, para bater papo. Sobre a administração em si, eu não participo. Ela sempre foi conduzida por ele desde os primeiros dias de governo. Eu respeito e entendo tudo isto. Nunca reclamei e jamais vou reclamar. Acho que a condução é dele e continuará sendo feita por ele e sua equipe. Então, estas questões de avaliação do governo, dizem que há pesquisas, eu não tenho elas em minhas mãos e nem nunca vi os resultados. Aprendi também que o político é avaliado e julgado pelo seu próprio povo, então, o povo de Feira de Santana vai julgar nas eleições do ano que vem. É uma eleição municipal, para prefeito e vereadores, e ela (a população) mais uma vez como faz de quatro em quatro anos e vai fazer novamente. Eu fui julgado duas ou três vezes, as duas que fui candidato e reeleito e a terceira que dizem que nós apresentamos um candidato e eu acredito nisto também, mas esta questão do atual governo, eu não tenho o hábito de avaliar o político que já militou junto comigo, nós já trabalhamos juntos, eu não gosto de fazer esta avaliação. Eu quero pedir que esta avaliação seja feita pelo próprio povo no momento adequado.
Mas não é pertinente ao agente político analisar o trabalho dos seus pares, dos seus colegas, os políticos que administram ou participam da gestão, sobretudo, na cidade onde o senhor milita e faz política?
Eu acho pertinente participar das atividades políticas e eu estou fazendo isto diariamente, em tempo integral. Agora, a questão do julgamento do prefeito, nós fomos, até bem pouco tempo atrás, companheiros. Aí qualquer avaliação que eu faça neste momento pode ser interpretada de outra maneira, então eu não gosto de fazer isto. Esta é a minha maneira de ser. Eu compreendo a indagação, mas eu acho que no momento político, no momento adequado, estes assuntos serão tratados com muito mais amplitude. Neste exato momento eu gostaria de não responder a este questionamento.
O senhor é presidente da legenda no município. O prefeito pediu a desfiliação alegando que estava sendo pressionado pelos correligionários. Queremos saber se isto aconteceu, de que modo aconteceu ou se isto não é verdade?
Nunca houve a nível municipal nenhuma pressão, nenhum questionamento a respeito da filiação de Tarcízio. Eu diria até que a nível municipal, se nós estamos há sete meses sem conversar não poderia estar havendo pressão nenhuma.
Mas isto não é uma forma de pressionar?
Não. Porque o diálogo parte de duas pessoas. Se ele estava pensado em conversar, e achou que eu poderia chamá-lo, ele também poderia ter chamado. Como ele é o prefeito eu achei que deveria partir do próprio. Porque quando eu era prefeito chamava para conversar. Então, quando não se chama é porque, talvez, não se tenha mais o interesse de conversar sobre aquele assunto. Se esse interesse é para sempre eu não sei, mas naquele momento estava acontecendo isso.
Nas eleições passadas a oposição saiu enfraquecida. Atualmente, os partidos estão se movimento no sentido de recuperar as forças e organizá-las. Como é que o DEM de Feira de Santana participa deste processo e como o senhor tem atuado neste sentido?
Nós temos alguns pontos de vistas sobre isto. No âmbito nacional a oposição teve percentual de voto muito bom, 44% é um percentual expressivo. Já no Estado, a oposição foi mais fraca. Eu não sei se foi pela divisão ou o porquê disso. A verdade é que nós não saímos fortalecidos da eleição e isto é inegável. Saímos, talvez, mais fracos do que entramos. Agora, são destes resultados que se buscam as alternativas para o futuro. Eu estou vislumbrando, a nível estadual, estas alternativas. Hoje está havendo um diálogo muito mais forte, muito mais permanente entre as forças que compõem a oposição no Estado. Eu acho que isto é importantíssimo e precisa continuar. Eu incentivo para que estas conversas continuem até com muito mais frequência. Em Feira de Santana se mistura um pouco do que acontece a nível federal e estadual. Na verdade, não só em Feira, porque nos municípios não entra muito aquilo que acontece nestes outros espaços (Estado e Federação). As pessoas até tentam colocar dentro de cenário, principalmente, nos grandes municípios, mas as cidades têm tomado atitudes políticas bem diferentes das questões federais e estaduais. Se olharmos os resultados eleitorais das últimas eleições municipais é possível ver que nos maiores centros os candidatos eleitos não foram aqueles que estavam comungando com governo estadual. Teve Salvador que não foi, Feira não foi.
Nos últimos dias muito se fala de uma possível saída do senhor do DEM. Atribuem a isto uma divergência com outras lideranças de sua legenda. Dizem que o senhor é favorável a uma aglutinação com outras forças políticas e que vem encontrando resistência dentro do partido. Dizem ainda que por isso o senhor estaria de malas prontas para o PP. Isto é verdade?
Eu admiro estas coisas da política. Não tem esta conversa de ir para o PP ou para qualquer outro partido político. Se isto tivesse a possibilidade de ser eu jamais tomaria um decisão sem ter uma conversa com os meus companheiros e esta conversa não aconteceu.
Existiram conversas com o ministro Mário Negromonte (PP), com o secretário João Leão (PP)?
Sim. Eu conheço Mário Negromonte há muito tempo. Fomos colegas na Assembleia Legislativa, na Câmara Federal, eu o conheço antes de ser deputado. Eu conheço João Leão desde quando ele era prefeito de Lauro de Freitas. Conheço parlamentares do PP, ex-parlamentares do partido com base em Feira de Santana, a exemplo da ex-deputada Eliana Boaventura, conheço todas estas pessoas e respeito a todas. Mas há uma diferença entre você ter isto e dizer que você está indo para um partido político.
Mas existiram conversas neste sentido?
Existem conversas no campo político democrático, mas não conversas no sentido de ir me filiar no partido. Em momento algum isto aconteceu. Existe troca de ideias políticas, que extrapola até os limites do próprio município, mas que vem no contexto político como um todo. Mas dizer que eu afirmei em algum momento que me filiaria ao PP isto é mentira, eu nunca afirmei isto. Os lideres do PP não ouviram de mim que eu iria para legenda. Agora, conversas políticas eu tive, mas não este ponto de gerar esta notícia com tamanha intensidade.
Qual a sua avaliação do DEM hoje. É um partido que está se reestruturando ou está carente de um projeto político mais sólido? Para o senhor, o partido projeta energia e força para disputar as próximas eleições?
Eu acho que o DEM, na Bahia, vive um momento que está buscando uma reestruturação, um novo mundo, politicamente falando. Inegavelmente a criação do PSD causou um abalo no partido, ninguém pode esconder isto. Mas deu também em outros partidos políticos. Abriu-se uma janela e muita gente que estava doida por esta janela foi em busca dela. O que vai acontecer eu não sei, ninguém pode prever. Agora, eu acho que na atividade política às vezes o que parece ruim hoje pode ser bom lá na frente e ao contrário. O amanhã é bem próximo. Isto já aconteceu na Bahia há pouco tempo, já aconteceu no Brasil também. De uma hora para outra algo que parece fantástico, extraordinário, de uma noite para outra, vira uma coisa ruim. Uma coisa prática do momento. Há 30 dias como estava Palocci? Era sem dúvida o homem mais forte do governo, hoje está demitido. O dinamismo da política é assim, no partido do governo, na sala ao lado da Presidência da Republica. É muito forte estas coisas. Eu me lembro quando eu era ainda deputado estadual na Bahia e era PFL ou PDS, um desses partidos e existia o MDB ou já era PMDB e naquela época o PMDB chegou a ter na Assembleia apenas um deputado. Depois o PMDB se fortaleceu novamente e agora perdeu deputados novamente. Já no cenário nacional é a maior bancada. São coisas do dinamismo da própria política.
O senhor então ainda acredita no projeto DEM?
Acredito. Só que ampliando o diálogo e intensificando este diálogo. Acredito que hoje ninguém é forte sozinho. Esta frase é histórica, mas pelo momento que estamos vivendo, seja no cenário federal, estadual ou municipal, com certeza absoluta é o momento de intensificarmos estes contatos políticos, buscarmos estas conversas políticas, com vários partidos, com os políticos. Fazermos deste diálogo uma nova conquista política. É isso que estou defendendo e é isto que estou buscando. Talvez, em cima desta defesa que eu estou fazendo com tamanha força que tenha surgido esta história do PP com tanta força.
O próprio PT passou por isso?
Eu convivi com o PT quando ele surgiu. Ele tinha dois ou três deputados na Assembleia. Eu me lembro do Paulo Jackson que era meu adversário, mas havia um respeito muito grande entre nós. Naquela época era difícil o diálogo com eles. Pelo o que vejo hoje existe uma diferença muito grande.
Voltando à Prefeitura de Feira, algumas notícias divulgadas dão conta de que o DEM poderia entrar com uma ação para tirar o mandato de Tarcízio Pimenta. Esta possibilidade existe de fato?
De minha parte não haverá nenhuma atitude nesta linha. É claro que esta decisão não é minha, ela é sim do partido a nível estadual. O meu entendimento é de que isto não deveria acontecer.
O senhor já disse que as decisões sobre candidatura deverão ser tomadas em meados de março do ano que vem. No entanto, há especulações sobre quem caminharia com o senhor na chapa para a Prefeitura. Roberto Tourinho (PSB) é um vereador de muitos mandatos que tem uma boa relação com senhor e que muitos dizem que é um provável vice na sua chapa. Outros dizem que a chapa perfeita seria o senhor com o ex-deputado Colbert Martins (PMDB), como é a sua relação com estas duas lideranças políticas?
Sobre Beto Tourinho. No passado eu e José Falcão, pai dele, fomos bons companheiros, fomos ótimos companheiros. Depois houve um afastamento, em 1996, quando ele (Falcão) se elegeu prefeito e eu tive outro candidato (Josué Melo) e eu Beto tivemos um afastamento. Mas pouco tempo depois voltamos a nos cumprimentar e o respeito mútuo cresceu novamente. Inegavelmente, o Beto sempre foi um político sério, atuante, inteligente e trabalhador, sempre foi assim. Mas não existe nenhuma conversa conosco no sentido dele ser vice-prefeito nosso. Existe de minha parte para com ele o respeito com a atuação parlamentar dele. Ele é filiado ao PSB. Quanto a Colbert, ele foi meu adversário, nas duas vezes que fui candidato, foi adversário de outro candidato nosso e de Tarcízio também. Foram quatro eleições. Mas existiu algo de muito importante em todas estas eleições. Colbert nunca dirigiu, em todas estas campanhas, uma palavra de agressão contra minha pessoa. Pelo contrário, sempre teve um comportamento decente e muito ético. De minha parte também houve a reciprocidade. Há um respeito mutuo. Também não existe esta conversa de vice. Existem sim conversas políticas de trocas de ideias e de ponto de vista.
Quando foi a última vez que estiveram juntos?
Estive segunda-feira, 5, na reinauguração do Colégio Santo Antônio, em Feira de Santana, e sentamos juntos, no local, conversamos algumas coisas como sempre fazemos. Há uns 40 dias estive em Brasília, fiz uma visita a ele no Ministério do Turismo, batemos um papo. Temos conversados com muito respeito. Mas não sobre candidatura.
Mas as conversas não são para formular projetos políticos para Feira de Santana?
A defesa de Feira com certeza aparece nas conversas.
Mas isto é genérico?
Não existe a conversa de estarmos juntos em 2012.
A eleição para prefeito de Feira promete ser bastante concorrida. O líder da bancada governista na Assembleia Legislativa,José Neto é apontado como um dos possíveis candidatos, o deputado federal Sérgio Carneiro deve disputar a indicação do partido com ele. O próprio Tarcízio deve buscar a reeleição. O deputado Carlos Geílson (PTN) pode compor com alguém. O Colbert também. Como é que o senhor analisa a disputa de 2012 pelo comando da cidade?
Eu vejo com muita naturalidade. O deputado José Neto já foi candidato duas ou três vezes à Prefeitura. O Sérgio Carneiro também já foi candidato. O Sérgio é um deputado federal com uma atuação muito bonita na Câmara, é filho do senador, ex-governador e ex-prefeito João Durval. Acho que é uma coisa normal. Não vejo esta questão toda de governo ou não governo. Nas eleições passadas tanto o Sérgio quanto o Colbert foram apoiados pelo governo e não venceram. Não vejo diferença para hoje.
Recentemente, os vereadores de oposição fizeram uma série de denúncias contra o prefeito Tarcízio Pimenta. A mais gritante foi referente a um possível desvio de verbas da Cooperativa Subaé Brasil. Na cidade, é comum ouvir que o senhor esteja por trás dos documentos que deram origem às denúncias. Inclusive, em alguns sites locais esta notícia foi publicada. Qual a participação do senhor nisto tudo, se é que houve alguma?
O certo é que este questionamento foi feito e eu agradeço a oportunidade de falar. Eu sou de um partido que não tem vinculação nem a nível estadual, nem a nível federal. Como é que eu vou ter acesso a documentos de um Banco Central? Como é que eu vou ter isso? Porque eu teria isso? Que força estranha eu teria para que funcionário do Banco Central, técnicos do Banco Central, interventores do BC para passarem isso para minhas mãos. É uma coisa que não tem lógica. Acho que isto é um instrumento utilizado por pessoas que tentam desvirtuar a questão. Jogar o ponto para outra esfera. Mesmo porque Feira de Santana me conhece e sabe meu jeito de ser, meu modo de agir. Nunca dei uma entrevista ou liguei para um jornalista de Feira ou de outra cidade para dizer que iria dar uma notícia em off. Quando eu falo, eu falo.
Fonte: "Bocão News", autor Luiz Fernando Lima

2 comentários:

Jackson da Saúde disse...

Ótima entrevista e excelentes respostas, Boa Sorte! J.Ronaldo.

Mariana disse...

Também acho que foi ótima entrevista e conseguiu ficar fora das fofocas e dos fofoqueiros de plantão. Porque razão ficaria dando munição para o atual prefeito e provável candidato em 2012? Não precisa disso. Agiu com inteligência, até porque, já está na dianteira, nessa "corrida pela prefeitura em out/2012, faz tempo.
Outra coisa, quem governou muito bem, Feira de Santana, por oito anos, não foi um partido, mas o político JRonaldo, portanto, esteja onde estiver, DEM, PP,PQU(Partido Qualquer Um), deverá ser eleito.