Funciona no Centro de Ciência e Tecnologia em Energia e Sustentabilidade (Cetens), em Feira de Santana
O curso de graduação em Engenharia de Tecnologia Assistiva e Acessibilidade, vinculado à Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), Campus Feira de Santana, foi reconhecido com nota máxima, conceito 5, pelo Ministério da Educação (MEC). A escala de notas vai de 1 a 5 e avalia os critérios como infraestrutura, corpo docente, projeto pedagógico e gestão do curso, entre outros fatores. A avaliação do MEC aconteceu nos dias 26, 27 e 28 de abril.
Funcionando
no Centro de Ciência e Tecnologia em Energia e Sustentabilidade (Cetens), em
Feira de Santana, o curso de Engenharia de Tecnologia Assistiva e
Acessibilidade tem formação média em cinco anos. Das turmas de ingressantes nos
semestres de 2018.2 a 2023.1, o curso conta com 118 estudantes matriculados
ativamente. O curso conta com 92% de professores com título de doutor.
Para o
coordenador do curso, professor João Luiz Carneiro, a nota máxima recebida pelo
curso de Engenharia de Tecnologia Assistiva e Acessibilidade mostra que o curso
inspirado em outros cursos existentes na Europa, América do Norte e Ásia,
apresenta um projeto pedagógico consistente e com elevado impacto social. A
partir desta avaliação, o curso, que já funciona desde 2018, agora possui o
respaldo do MEC para se tornar referência nacional na área de Tecnologia
Assistiva e Acessibilidade. "Além disso, essa avaliação eleva o curso à
categoria de excelência, reflete no aumento do índice geral de cursos (IGC) da
UFRB e pode orientar políticas públicas na área da educação superior", destaca
João Luiz.
"Esse
reconhecimento por parte do Ministério da Educação é muito relevante porque
atesta a qualidade da formação de novos profissionais e cidadãos que a
universidade entrega para a sociedade, comprometidos com aspectos humanísticos,
sustentáveis, inovação e tecnologia social, sobretudo o impacto social e a
contribuição características da missão de nossa Universidade”, explica o
diretor do Cetens, professor Jacson Machado.
Durante o
processo de avaliação, a comissão designada pelo MEC considerou a justificativa
de oferta do curso na região coerente com o contexto apresentado e com o perfil
do egresso apresentado no Projeto Pedagógico do Curso (PPC). A Bahia, assim
como o Nordeste, apresenta uma parcela relevante de pessoas com deficiência e
que geralmente não têm a oportunidade de participar de atividades sociais e
formativas devido às barreiras de acessibilidade que são impostas à elas.
Segundo a Pesquisa Nacional de Saúde (PNS/IBGE) de 2019, havia no Brasil 17,3
milhões de pessoas com deficiência acima de 2 anos de idade (8,4% da população
nessa faixa etária). O maior percentual de pessoas com deficiência foi
encontrado no Nordeste (9,9%). Ainda de acordo com a PNS, todos os estados da
Região Nordeste tiveram percentuais acima da média nacional, sendo que a Bahia
é o quarto estado com maior percentual (10,3%).
Parte
dessas pessoas são atendidas por instituições especializadas, mas há carência
de profissionais com formação específica e multidisciplinar para avaliar as
necessidades dessas pessoas e propor soluções de Tecnologia Assistiva e
Acessibilidade. "Além disso, por ser pioneiro e agora possuir nota de
excelência, o curso se torna uma referência nacional na área", destaca o professor
João Luiz.
O curso
em Engenharia de Tecnologia Assistiva e Acessibilidade, inédito no Brasil entre
as instituições de ensino superior, possui formação interdisciplinar com o
objetivo de estudar as diferentes tecnologias, entendidas como produtos, recursos,
metodologias, estratégias, práticas e serviços que promovem autonomia,
independência, qualidade de vida e inclusão social de pessoas com deficiência,
idosas, com incapacidades ou com mobilidade reduzida. A formação envolve também
o conhecimento dos pressupostos da acessibilidade, nas suas diversas dimensões - arquitetônica e urbanística, comunicacional, metodológica, programática,
atitudinal, instrumental e tecnológica, buscando a superação das diferentes
barreiras impostas a este público-alvo.
"Trata-se
do primeiro curso onde o público-alvo da tecnologia é parte essencial do eixo
formativo do discente", explica João Luiz. "Dessa forma, além das tecnologias
estudadas que são correlatas às áreas de computação, eletrônica, materiais e
sistemas mecânicos, o estudante adquire um profundo conhecimento sobre o
usuário dessas tecnologias, compreendendo suas necessidades, limitações e
potencialidades. Outro diferencial importante do curso é seu caráter
multidisciplinar e extensionista, visto que seu corpo docente possui diferentes
formações e coordenam dezenas de projetos que envolvem a comunidade externa",
completa o coordenador do curso.
No
Cetens, nos últimos anos, o curso firmou acordos de cooperação com diferentes
entidades empresariais, governamentais e do terceiro setor, como a Organización
Iberoamericana de la Seguridad Social (OISS) com sede na Espanha, Secretaria de
Justiça e Direitos Humanos do Governo da Bahia, Centro Integrado de Educação
Inclusiva de Feira de Santana, Centro de Apoio ao Deficiente Visual (CAP-DV),
Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) e Receita Federal através
da Delegacia de Feira de Santana, para promover a área de Tecnologia Assistiva
e Acessibilidade e de propor projetos de Pesquisa e Desenvolvimento e capacitação
profissional com vistas à promoção da inclusão social e qualidade de vida das
pessoas com deficiência e idosas., no médio prazo.
Mercado
para o egresso
O egresso
do curso poderá desenvolver atividades em empresas, organizações, unidades ou
redes educacionais, públicas ou privadas, na elaboração, execução e gestão de
projetos de Acessibilidade e Tecnologia Assistiva. Poderá atuar também na
gestão de processos que envolvam a produção, comercialização e marketing de
produtos e serviços de Tecnologia Assistiva; pesquisa, desenvolvimento e
inovação de soluções, produtos e serviços de Tecnologia Assistiva; avaliação e
controle de qualidade de produtos de Tecnologia Assistiva; e avaliação e
orientação de potenciais usuários quanto às suas necessidades de produtos e
serviços de Tecnologia Assistiva.
O egresso do curso saberá desenvolver pesquisas com vistas à produção de
conhecimentos e a inovação na área de Tecnologia Assistiva e Acessibilidade;
avaliar ambientes, atividades e rotinas quanto às barreiras de acessibilidade,
nas suas dimensões arquitetônica, atitudinal, comunicacional, metodológica,
programática, instrumental e tecnológica, e suas necessidades de Tecnologia
Assistiva; elaborar, propor e executar projetos que promovam soluções em
relação às barreiras de acessibilidade e necessidades de Tecnologia Assistiva;
coordenar a elaboração e execução de projetos de pesquisa e desenvolvimento de
Produtos e Serviços de Tecnologia Assistiva.
O egresso também saberá avaliar produtos de Tecnologia Assistiva e realiza um
controle de qualidade desses produtos; avaliar potenciais usuários, em
interação com diferentes ambientes, atividades e processos, quanto às suas
necessidades de Tecnologia Assistiva e Acessibilidade, elaborando e propondo
soluções e projetos para cada realidade e para cada usuário; gerenciar ações
que envolvam a produção, comercialização e marketing de recursos e serviços de
Tecnologia Assistiva; e elaborar e coordenar projetos de acessibilidade
urbanística nos campos da mobilidade, transporte, esporte e lazer.
Mais em
informações em ufrb.edu.br/engenhariaTA.
(Com informações da Assessoria de Comunicação da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia)
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