A previsão oficial atual do custo total das
construções e reformas dos 12 estádios que serão utilizados na Copa do Mundo de
2014 é de R$ 6,904 bilhões.
O valor é R$ 992 milhões superior à previsão inicial
do Ministério do Esporte, divulgada em janeiro de 2010, na Matriz de
Responsabilidades da Copa, documento assinado pelas
autoridades públicas brasileiras que contém a previsão de custos e prazos das
obras planejadas pelo país para receber o mundial de futebol.
Na quinta-feira, 3, o Ministério do Esporte
publicou uma atualização da Matriz, revendo as previsões de custos de estádios
e obras de mobilidade urbana, portos e aeroportos. O valor total a que chegou a
pasta federal, porém, pode ser considerado uma estimativa conservadora do custo
total das arenas.
É que o Ministério não leva em conta alguns custos
adicionados às obras pelas secretarias estaduais responsáveis pelas
empreitadas. Em Cuiabá-MT, por exemplo, o governo local contratou uma empresa
para fiscalizar e coordenar as obras da Arena Pantanal. O valor do contrato é
de R$ 7 milhões.
Em Brasília-DF, a previsão do Governo do Distrito
Federal não inclui o custo de construção de um túnel de 300 metros que está
previsto para ligar o Estádio Nacional a um centro de convenções. Além disso,
para chegar ao custo de R$ 800 milhões, o governo distrital conta com um
desconto em impostos federais que ainda não foi concedido. Caso o benefício
fiscal não se concretize, a arena brasiliense deverá custar mais de R$ 1
bilhão. O mesmo acontece com o Maracanã, no Rio de Janeiro.
Em outro exemplo, em Manaus-AM, a estimativa do
Ministério do Esporte de que a Arena Amazônia vai custar R$ 533 milhões diverge
dos cálculos do Tribunal de Contas da União (TCU), que levantou um custo total
de R$ 615 milhões para a obra, ao mesmo tempo em que detectou um
superfaturamento de R$ 86 milhões na empreitada, que está a cargo da
empreiteira Andrade Gutierrez.
Em Salvador-BA, o modelo adotado pelo governo
estadual prevê que os cofres públicos paguem às empreiteiras OAS e Odebrecht,
que são financiadas por empréstimos estatais para erguer a Arena Fonte Nova, o
montante de R$ 107,3 milhões anuais durante 15 anos para que os concessionários
administrem o bem público. É essa a PPP (parceria público-privada) que o Governo da Bahia assinou com as empreiteiras.
Funciona assim: OAS e Odebrecht recebem empréstimos
estatais subsidiados para construir o estádio para o povo baiano. Em troca, têm
direito a explorar a arena por 35 anos e a receber essa contrapartida anual de
R$ 107,3 milhões por 15 anos.
O Tribunal de Contas do Estado da Bahia (TCE-BA)
realizou auditoria no Contrato de Parceria Público Privada nº 02/2010, que tem
por objeto a reconstrução e exploração do Estádio da Fonte Nova pelo prazo de
35 anos. Foram identificadas as seguintes situações:
1. "precariedade na motivação administrativa quanto ao
modelo adotado";
2. "prazo de concessão da PPP demasiadamente
elástico";
3. "valor superestimado da Contraprestação Pública
(CP)";
4. "falhas na estimativa de custos e despesas da PPP
durante a fase pré-operacional
e operacional"; e
e operacional"; e
5. "precariedade da estimativa do custo global da
obra".
As manifestações oferecidas pelos gestores
responsáveis estão em fase de análise no âmbito do TCE há mais de um ano.
A Copa do dinheiro público
Dos R$ 6,904 bilhões da previsão oficial de custo dos
estádios da Copa, R$ 6,712 bilhões sairão dos cofres públicos, valor
correspondente a 97,2% do total. Apenas o Estádio Beira-Rio, em Porto Alegre-RS e o Arena da Baixada, em Curitiba-PR, estão recebendo dinheiro privado em sua construção.
Em São Paulo, o estádio que está sendo feito pelo
Corinthians e pela empreiteira Odebrecht na zona leste da cidade será
parcialmente pago pelos seus donos. São R$ 400 milhões que terão que ser
reembolsados ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
Mas, até que a Copa termine, só o dinheiro público banca a obra.
Em dezembro de 2007, o então ministro do Esporte,
Orlando Silva, em discurso no Rio de Janeiro, previu: "Os estádios para a Copa
do Mundo serão construídos com dinheiro privado. Não haverá um centavo de
dinheiro público para os estádios". Nada mais longe da verdade.
Fonte: Portal UOL
Um comentário:
E quem acreditou em Orlando Silva? Êsse cara só entende de comer pamonha às nossas custas.
Uma pergunta que não quer calar: o que nós, povo, ganhamos com isto? a fama de que podemos tudo? De que somos ricos e que aqui, ninguém tem problemas? Quantas mentiras! Tirando os lalaus petralhas e as "Deltas" da vida, o povo não terá sequer o direito de assistir aos jogos.
Postar um comentário