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quarta-feira, 5 de abril de 2023

Assim era o cinema na semana chamada santa


Com a Sexta-Feira da Paixão, a lembrança dos anos 1950 e 1960, com a visão anual do filme "Nascimento, Vida, Paixão e Morte de Nosso Senhor Jesus Cristo", ou simplesmente "Vida de Cristo", de Ferdinand Zecca, 1907, com as mesmas cópias estragadas que pareciam pertencer aos cinemas de então – Íris, Madrid, Plaza, Santanópolis e Santo Antônio. Eram sessões praticamente contínuas, a partir das 14 horas, que atraíam muita gente às salas - tanto o Íris como o Santanópolis possuíam mais de 1.000 lugares.

Assistir ao filme religioso fazia parte da tradição do dia santo, antes da participação na procissão do Senhor Morto. O filme era mudo, sem créditos (de elenco, direção, roteiro), mas causava comoção no público, mesmo sem mostrar a face de Cristo na crucificação.

De vez em quando em vez um filme como "A Canção de Bernadete" (The Song of Bernadette), sobre a adolescente francesa que tem uma visão e os moradores consideram que a imagem é da Virgem Maria. Com direção de Henry King, Jennifer Jones ganhou o Oscar de Melhor Atriz em sua estreia no cinema. O filme também ganhou o prêmio nas categorias Melhor Fotografia, Trilha Sonora e Direção de Arte, em 1943, que foi visto na Sexta-Feira da Paixão de 1962, no Cine Íris.

Teve o drama espanhol "O Beijo de Judas" (El Beso de Judas), de Rafael Gil, 1954, com Rafael Rivelles, como o apóstolo traidor. Tem ainda o filme mexicano "O Mártir do Calvário" (El Martir del Calvario), de Miguel Morayta, com Enrique Rambal Jr. como Jesus.

A tradição foi quebrada em 1973, há 50 anos, com o Cine Santanópolis passando a ser Cine Timbira. Na primeira semana santa, a programação de "O Passageiro da Chuva" (Le Passager de la Pluie), drama criminal franco-italiano, de Rene Clement, 1970, com Charles Bronson, Marlene Jobert e Jill Ireland. Desde então, quase que nunca mais um filme religioso como antigamente.

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