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quinta-feira, 24 de março de 2022

Projeto Smart Inspecs na Indústria traz avanços e mais segurança para a construção civil

Iniciativa tem o apoio do Sinduscon-Ba e vai contribuir para monitorar grandes áreas e de difícil acesso em obras verticais e horizontais

 



Smart Inspecs: um exemplo de como a união de esforços e expertises pode trazer resultados e gerar avanços. Com tecnologia totalmente desenvolvida na Bahia, o projeto Smart Inspecs na Construção Civil é uma solução que promete revolucionar a área de segurança no trabalho no país. Aplicada à inspeção de empreendimentos horizontais, áreas acidentadas e obras verticais, o Smart Inspecs chega para trazer inovação e contribuir para a redução de riscos nos canteiros de obra.
Coordenado pela Gerência de Segurança e Saúde na Indústria (GSSI) do Sesi Bahia, o projeto integra rede nacional de inovação, por meio do Centro de Inovação Sesi (CIS) em Prevenção da Incapacidade, sediado na Bahia. Assim que a solução for disponibilizada, os departamentos regionais do Sesi poderão ter acesso à nova tecnologia por meio do Sesi Bahia.

O Projeto Smart Inspecs na Construção Civil tem como parceiros a Escola Politécnica da Universidade Federal da Bahia (Ufba) e quatro empresas da indústria da construção, vinculadas ao Sindicato da Indústria da Construção do Estado da Bahia (Sinduscon-Ba): Concreta Incorporação e Construção Ltda, Conie Empreendimentos Ltda, Gráfico Empreendimentos Ltda e MRV Engenharia e Participações S/A.

INOVAÇÃO E SEGURANÇA

O diferencial desta iniciativa, que se beneficiou da integração entre academia, Sesi e empresas, é destacado pelo presidente do Sindicato da Indústria da Construção do Estado da Bahia (Sinduscon-Ba), Alexandre Landim.

"O Smart Inspecs conseguiu conciliar as melhores premissas de inovação com a segurança de nossos colaboradores. A inspeção através de drone vai permitir às empresas ganhos de produtividade nos canteiros", explica o presidente do Sinduscon-Ba. Em canteiros extensos, loteamentos e empreendimentos, como os programas habitacionais, inspeções que duram horas podem passar a ser feitas em minutos e com uma maior abrangência, aponta.

Alexandre Landim considera um diferencial importante desta iniciativa reunir a universidade, o Sesi - com sua expertise voltada para a segurança e saúde na indústria - e as empresas para pensar uma solução conjunta. "Através deste projeto, aproximamos elos importantes com capacidade de fazer pesquisa, desenvolvimento e inovação", reforça.

INTEGRAÇÃO COM A UNIVERSIDADE

Sob a coordenação técnica de Dayana Bastos Costa, professora associada da Escola Politécnica da Universidade Federal da Bahia, o Smart Inspecs nasceu como objeto de pesquisa acadêmica de mestrado e doutorado, em 2014. Proposta selecionada pelo Edital Sesi de Inovação em 2019, a iniciativa recebeu investimentos do Serviço Social da Indústria (Sesi), que se associou na condição de entidade de referência em Segurança no Trabalho e de provimento de soluções para a indústria.

“O Edital de Inovação foi a oportunidade de desenvolver um sistema robusto, alinhado com as demandas de mercado. Desta forma, o Sesi obteve no projeto o apoio da Ufba no desenvolvimento do sistema e implementação do piloto nos canteiros de obra das empresas”, observa a professora.

Gestora do projeto pelo Sesi Bahia, a engenheira civil e de segurança do trabalho Isnáia Cardoso da Silva atuou na articulação entre o sindicato, o corpo técnico do Sesi e os representantes das empresas, além de fazer a gestão do desenvolvimento do projeto com a Ufba. “O mais relevante foi viabilizar a interação entre os diferentes parceiros do projeto para entregar uma solução alinhada com as necessidades da indústria da construção”, ressalta.

Segundo ela, toda pesquisa desenvolvida pela academia - que traz as práticas mais avançadas de segurança no trabalho do mundo - modelada em conjunto com o Sesi e envolvendo a indústria -, "traz como benefício uma solução mais completa, com menor investimento e informações relevantes para a tomada de decisão".

A parceria academia e indústria, na avaliação da professora Dayanna Costa, é importante para todos os agentes envolvidos. "As universidades e centros de pesquisa têm essencialmente o papel de realizar a pesquisa básica e aplicada, desenvolver a prova de conceito e experimentos de uma nova solução, avaliando a sua relevância e possibilidade de sua generalização”, explica. E complementa: “o passo seguinte é a integração da pesquisa testada com a indústria. Especificamente neste projeto, foi possível desenvolver um sistema em um ambiente necessário que possibilitou atender as demandas reais dos parceiros envolvidos".

Para a professora, “o projeto permitiu materializar uma solução originada de pesquisas de mestrado e doutorado da Ufba. Com a finalização do projeto, o Sesi dispõe de uma solução inovadora para realização de inspeções de segurança do trabalho e as empresas serão beneficiadas com um serviço que dará celeridade às inspeções, especialmente em áreas de difícil acesso.

Além de assegurar o financiamento para o desenvolvimento da solução por meio do Edital Sesi de Inovação, o papel do Sesi na concepção do Smart Inspecs foi fazer a adequação do projeto inicial para que atendesse às exigências do edital. Um dos pressupostos era que ele se adaptasse à realidade da indústria.

"O Sesi entrou com a sua expertise em Segurança e Saúde no Trabalho (SST), fazendo a análise dos requisitos do sistema e trouxe a visão de mercado para o projeto", explicou Isnáia Cardoso. Coube ainda ao SESI, desenvolver uma metodologia de avaliação com base nas regras de inspeção aplicadas à indústria e aos pré-requisitos que o Sesi adota. "Em síntese, o papel do Sesi foi dar o formato técnico adaptado à necessidade das empresas e definir informações importantes para tomada de decisão pelos gestores e líderes, bem como a composição dos relatórios e definição dos indicadores do dashboard".

Empresas destacam ganhos de celeridade e gestão

Para as empresas que participaram do projeto, a experiência foi uma oportunidade. De acordo com Aline Passos, diretora de Sistema de Gestão Integrada da Construtora Concreta, uma equipe de cinco profissionais da empresa ficou diretamente envolvida no Projeto Smart Inspecs. A diretoria da empresa é sensível à inovação, o que favoreceu a adesão ao projeto, destacou a gestora. Além disso, a construtora tinha um empreendimento que se adequava à necessidade do projeto liderado pelo Sesi Bahia.

Aline Passos reconhece que a indústria da construção ainda tem um longo caminho na busca pela inovação e que projetos como o Smart Inspecs mostram que é um caminho possível. Ela destaca a oportunidade de poder participar do desenvolvimento da ferramenta e de verificar o potencial que ela traz para a gestão de segurança.

"Hoje, no meu escritório, consigo ver as inspeções, não-conformidades encontradas, plano de ação, se foi resolvido o problema e atuar junto com o gestor da obra para encontrar soluções. Com o Smart Inspecs, conseguimos ter um panorama geral, visando as normas contempladas no programa", detalha.

Outra vantagem apontada é a disponibilização de um checklist atualizado que permite otimizar a gestão dos aspectos de SST. "A gente consegue visualizar pontos que são passíveis de acidentes e inspecionar a mão de obra para garantir o cumprimento das normas", conta Aline Passos. O sistema de gestão também disponibiliza um dashboard com indicadores. "Às vezes, a gente tem uma percepção, mas quando se tem dados – e os dashboards trazem isso – podemos nos antecipar e adotar medidas preventivas", explica Aline.

SOBRE O SMART INSPECS

Projeto de inovação setorial, financiado pelo Edital de Inovação para a Indústria, o Smart Inspecs foi aprovado em 2019 e recebeu mais de R$ 355 mil em investimentos. Trata-se de um sistema multiplataforma que integra tecnologias, drones e dispositivos móveis.

Adaptável a diferentes canteiros de obras vertical e horizontal, o sistema tem como premissa inspecionar requisitos de segurança especificados pelas normas regulamentadoras na construção, como NR18 e NR35, bem como melhorar a visualização das condições de segurança do trabalho. A ideia é que o sistema contribua para monitorar grandes áreas e de difícil acesso, com diferentes perspectivas e em tempo reduzido. 

Sob a perspectiva dos impactos econômicos, a solução colabora com o desenvolvimento regional e nacional do setor da construção civil por meio da padronização e automatização do processo de inspeção das condições de segurança do trabalho no canteiro de obras, adequação às normas regulamentadoras, redução de acidentes, contribuindo na economia de recursos financeiros e aumento da produtividade. 

(Com informações da Gerência de Comunicação Integrada do Sistema Fieb)

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