"O último a saber" no poder

Passou no programa "CQC", da Band, em abril, e está voltando à tona agora na rede, uma entrevista com o governador Jaques Wagner.

Em função do Caso Cachoeira, perguntaram ao petista "na Bahia tem jogo do bicho?"
A resposta do governador petista: "Não sei, porque eu não jogo!"
Então, desenvolvendo a linha de raciocínio do governador, temos:

Como está a educação na Bahia?
"Não sei, porque não estudo"
Como está a saúde pública na Bahia?
"Não sei, porque não frequento hospitais do Estado"
Como está a segurança na Bahia?
"Não sei, porque eu sou o governador! Eu ando de helicóptero ou de carro blindado, e com seguranças. Não vou a banco, não paro em semáforos..."
Parece que o governador Jaques Wagner passeia por dois papeis. O primeiro é o do "último a saber". Ele até toma conhecimento do fato, mas apenas quando está tudo consumado e o estrago já foi enorme. Não sabia da greve da Polícia Militar, não sabia do acordo assinado com os professores, não sabia que o Estado desrespeitava decisão judicial no caso do monopólio do empréstimo consignado etc.
O outro é este aí: "não sei porque não uso".

Outro dia ele foi perguntado por um repórter do Grupo Metrópole. "Governador, como estão a greve e a negociação com os professores?". Ele gentilmente respondeu: "Não sei, pergunte aos professores!".
Jaques Wagner poderia nomear Chicó, do "Auto da Compadecida", seu secretário de qualquer coisa, e unificar a resposta institucional: "Não sei, só sei que foi assim!"