A arte é sedutora. Em alguns, ela manifesta seu poder de sedução provocando o encantamento e a apreciação. Já outros, são seduzidos a serem agentes da arte. É o caso de Jocimar Tavares, o executivo que deixou o mercado para se dedicar à transformação de chapas metálicas em esculturas surpreendentes
Às vezes, um homem precisa vivenciar de quase tudo para se
descobrir como sujeito e profissional. Mas entre tantas voltas, é comum que ele
se veja exatamente onde tudo começou. Aí, não tem jeito: as raízes falam mais
alto. Sem sombra de dúvidas, esse é o momento de abdicar de tudo. Recomeçar,
tendo como respaldo e motor aquele talento, primitivo, que apenas adormecia.
Foi mais ou menos isso que aconteceu com o artista plástico Jocimar Tavares. Sua
carreira é marcada por algumas experiências profissionais, nas quais sempre se
destacou, e da escolha definitiva pela arte, talento descoberto na infância e
retomado recentemente.
Natural de Uberlândia, Minas Gerais, Jocimar teve seu
primeiro contato com a arte quando criança. Um contato despretensioso, por meio
de desenhos que já revelavam um traço sensível para moda ou arquitetura.
Entretanto, influenciado pelo fato de o pai ter adquirido uma fazenda, cursou
veterinária na Universidade Federal de Uberlândia. Na própria faculdade,
descobriu certa aptidão para ser executivo e viu na área farmacêutica a
possibilidade de obter sucesso. Então, seguiu carreira nesse ramo. Trabalhou em
grandes empresas e tornou-se um profissional conceituado no mercado.
Todavia, Jocimar não estava satisfeito, não se sentia
realizado. Resolveu largar tudo e, enfim, se dedicar ao que realmente gostava:
a arte. "Há cerca de cinco anos comecei, sem compromisso, a construir
esculturas de aço. Senti prazer na nova atividade e decidi seguir carreira
exclusivamente na área", conta o artista. A matéria prima utilizada por ele são
chapas metálicas, principalmente em aço carbono e inox. "Tenho alguns trabalhos
em cobre e latão também”, destaca. A escolha por esses materiais tem
explicação. “Minha família tem um comércio de metais muito tradicional em
Uberlândia. Já trabalhei com isso antes, fui criado nesse ambiente", revela.
Das suas antigas experiências profissionais, Jocimar tirou
algumas de suas inspirações, como as formas orgânicas das flores, de estruturas
celulares e outros. É exatamente dessa linha de trabalho que nasceu as séries
de orquídeas e axônios, as preferidas do artista que chega a passar meses
trabalhando em uma mesma obra. "Quando a peça chega próximo daquilo que eu
havia imaginado sei que o trabalho está quase finalizado. Contudo, quase sempre,
o artefato escolhe seu próprio rumo", explica.
Jocimar já expôs suas obras na Casa de Cultura de Uberlândia,
Galeria Ward, em Nova York e em mostras como "Morar Mais Por Menos" e "Decora
Líder", em Belo Horizonte. Afinal, suas peças andam lado a lado com a decoração,
sendo boa pedida para tornar ambientes mais sofisticados e personalizados.
Para conseguir criar esculturas tão belas e expressivas, o
artista se espelha em Cássio Lázaro e tem fortes influências do trabalho do
escultor. Ele também bebe da fonte de mestres como Amilcar Castro e Franz
Weissmann. O resultado desse mix de referências e inspirações são obras delicadas e tocantes, que provocam encantamento por onde são instaladas.
(Com informações de Ana Paula Horta e Fernanda Pinho, da Mão
Dupla Comunicação)
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